.
.
Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
.
.
A incidência de cancro, dizem-nos os especialistas, vai subir 20% em Portugal até 2040. E têm sido insistentes os alertas relativos ao aumento de casos em pessoas com menos de 50 anos. Este é um desafio coletivo, na prevenção da doença como no tratamento. Da investigação à mudança de estilos de vida, dos fatores ambientais à eliminação de mitos e sombras que fomos construindo, são muitas as frentes de trabalho.
Num tempo de marcado individualismo, é ainda mais importante recordar que ninguém deseja um combate corpo a corpo com o cancro e não está, nem pode estar, sozinho nele. Quem morre devido a uma doença oncológica não luta menos do que quem sobrevive, nem ama menos a vida. Não se diz que alguém perdeu a batalha contra a diabetes ou o enfarte, mas por qualquer razão retrata-se uma vítima de cancro como alguém a quem faltou força ou vontade suficiente para sobreviver.
Não escolhemos muitos dos acontecimentos com que embatemos na vida, mas decidimos como agir perante eles. Fazemos a escolha realmente importante: como viver. Que valores nos guiam, que laços nos mantêm de pé, que raízes nos sustentam. A imagem da guerra assume que existem vencedores e derrotados, quando o que há é seres humanos com diferentes medos, necessidades e decisões sobre como viver com cancro. Pessoas inteiras, mesmo que os lugares-comuns as atirem ao tapete
* Jornalista, Directora-geral
IN "JORNAL DE NOTÍCIAS" - 19/02/25.
.
.
CP
..