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11/12/2024
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PEDRO LINO
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‘Quel bordel’
Mas esta não é apenas uma situação da Franca. A Alemanha está ingovernável, a Espanha a braços com um governo preso por acordos insustentáveis, e até Portugal, tem algumas nuvens no horizonte dada a falta de apoio parlamentar maioritário.
Mas afinal que bagunça é esta na Franca? Seguramente não são só os franceses que se questionam, mas toda a Europa pergunta como chegamos a este ponto. O governo mais curto da história da Franca caiu.
O resultado das eleições de Junho já antevia uma difícil negociação entre extremos, para aprovar o orçamento. Numa altura em que todos se começam a posicionar para o próximo ciclo eleitoral francês, a partir de junho de 2025, esta decisão vem confirmar o que os mercados financeiros já vinham a querer dizer – o risco da Franca é bastante elevado.
A França tem uma economia estagnada e desiquilibrada. O crescimento previsto para 2025 é de 0,8% subindo até aos 1,4% em 2026, enquanto que a dívida relativa ao PIB irá subir dos atuais 112% para os 117%, um nível perigosa mente alto. Mas, mais do que os números em si, o importante é a tendência. Por exemplo, a Grécia, com uma dívida mais elevada (159%), já tem um risco menor do que a Franca devido à tendência de redução da sua dívida e ao seu crescimento, que permitirá gerar mais receitas. As taxas de juro francesas a 10 anos estão agora nos 2,88%, o mesmo nível da Grécia, país que sofreu uma intervenção do FMI e uma reestruturação de dívida nos últimos 12 anos.
Esta(?) Palco económico situação era impensável há uns anos e demonstra a gravidade atribuída pelos investidores à situação económica francesa. Outro indicador relevante é o diferencial de valorização das bolsas desde o início do ano. Enquanto que a bolsa alemã sobe 20%, a bolsa francesa baixa 3%, num diferencial gigantesco e raramente visto. Estes sinais deveriam servir de alerta à classe politica europeia. Mas esta não é apenas uma situação da Franca.
A Alemanha está ingovernável, a Espanha a braços com um governo preso por acordos insustentáveis, e até Portugal, tem algumas nuvens no horizonte dada a falta de apoio parlamentar maioritário. Afinal o que é que se passa na Europa? A tentação de deitar a baixo governos está a tornar-se um hábito, deixando os países vulneráveis e a democracia em perigo. Os políticos europeus pensaram que o euro iria resolver tudo e seria a cola que aguentaria a democracia e os direitos adquiridos. Nada mais errado.
As diferenças apenas podem ser resolvidas com integração, desburocratização e competitividade face à China ou EUA, que tem a Europa como mercado alvo. Nos últimos anos não só nos desindustrializámos, como erguemos enormes barreias aos negócios dentro da União Europeia. Só pode acabar mal.
* Economista
IN "O JORNAL ECONÓMICO" - 06/12/24.
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TUNÍSIA
JENDOUBA
Vale do Medjerda
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