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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
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Um jovem preocupado com alterações climáticas, desigualdade económica, luta antirracista, feminista ou pelos direitos LGBTQIA+, como se tudo isto até estivesse ligado? Nunca foi visto.
Finalmente alguém pôs o dedo na ferida: quase todos os jovens são uns irresponsáveis relativamente inúteis à sociedade. Já desenvolvo.
Para já, convém definir o que são jovens. São os portadores de cidadania (não imaginam o trabalho que me deu escrever desta forma woke) cujas idades são compreendidas entre os 15 e os 35, mais coisa menos coisa. Portanto, millenials e geração Z.
Claro que além da idade há outras coisas que podem definir o que é ser-se jovem. Em muitos casos, pode ser o facto de, por falta de condições financeiras, ainda se viver com os pais. Com o preço das rendas e o custo da vida no geral, por este prisma ser jovem está já a chegar aos 40 e poucos. Outra característica é-o por oposição: não ter lugar no palco do comentariado português. E bem, porque, lá está: inúteis.
Ultrapassado o introito, vamos ao que nos traz a esta crónica.
Há dias, no programa “Eixo do Mal”, falava a Clara Ferreira Alves, a autoproclamada rainha do cancelamento por parte “dos trans”: entenda-se por “os trans” como uma massa única e amorfa, que não são bem pessoas, e por cancelamento ter uma coluna de opinião semanal num dos maiores jornais do país, e um lugar num painel de um programa visto e ouvido por milhões ao longo dos anos, e volta e meia ser criticada.
Dizia ela que era uma pena que os jovens andassem só preocupados com o sexo fluído em vez de com as alterações climáticas. Até me levantei do sofá para aplaudir, e reitero: finalmente alguém pôs o dedo na ferida. É que tirando os milhares e milhares de jovens que se organizam em manifestações na Greve Climática, os que fazem partes de associações como a Climáximo, os que fazem parte de juventudes partidárias com preocupações ambientais, e todos os outros que promovem palestras ou outras ações de mobilização e sensibilização para o tema, não há um único que faça alguma coisa.
Tudo isto é ainda mais trágico quando comparado com a geração da Clara, que tem feito enormidades na luta contra as alterações climáticas. A própria Clara, se não estou em erro, já foi vista duas ou três vezes a reciclar, cinco vezes a andar a pé uma distância superior a 7 minutos, e não querendo estar a exagerar, pelo menos uma vez a usar uma palhinha de papel. Se isto não é fazer algo pelo ambiente, não sei o que será.
Por outro lado, assumindo que nem todos os jovens são completamente inúteis, é indefensável que só se consigam preocupar com um assunto de cada vez. E assim sendo, muitos deles só estão preocupados com o sexo fluído, que é aquele sexo que se faz todo suado. Costuma mais falar-se em género fluído, quando alguém se identifica como não-binário, mas a Clara conhece mais os do sexo fluído. Deve ter lido na Bravo.
A verdade é que, enquanto se preocupam com estas parvoíces identitárias e sexuais, não se conseguem preocupar com mais nada. Um jovem preocupado com alterações climáticas, desigualdade económica, luta antirracista, feminista ou pelos direitos LGBTQIA+, como se tudo isto até estivesse ligado? Nunca foi visto. Eu sei que é duro de ouvir, mas é verdade é que para os jovens todas estas lutas são mutuamente exclusivas, sendo que ainda por cima escolhem quase sempre, como já sabemos, a fluidez sexual.
Felizmente para a sociedade, ao contrário dos jovens, temos todo o comentariado nacional (todos brancos com mais de 50 anos e bastante bem instalados na vida), que tem a brilhante capacidade de se preocupar com todos os assuntos ao mesmo tempo. Não fazem nada em relação aos assuntos, mas fazem o mais importante de tudo, que é dizer aos outros: olhem, há aqui preocupações preocupantes, e preocupa-nos que vocês não se preocupem com elas.
* Humorista, stand up comedy
IN "SETENTA E QUATRO" - 05/08/22.
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JAVARDOS!
CUSTA SEREM EDUCADOS?
NR: Chorar sobre sangue derramado é uma estúpida inutilidade, tão estúpida como a falta de educação de espectadores do evento desportivo que arrastou para a morte uma criança de doze anos.
O Ministério Público está a investigar sobre falhas imputáveis à organização ou às autoridades policiais, sobre condições de segurança, nós dizemos que sim, não havia um polícia para cada espectador, não havia um comissário para cada energúmeno, mas vamos esperar pela comunicação, os paizinhos ficam de fora.
Culpem o nacional porreirismo, o machismo exibicionista facilitista, a falta de respeito por regras estabelecidas, a criança infelizmente morreu, agora, o melhor que têm a fazer é suicidarem-se, ficará a garantia de que não encaminham mais ninguém para a morte, não é pecado!.