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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
15/05/2010
PAULO PINTO MASCARENHAS
Eu ainda sou do tempo do FMI
O que deve assustar não é estarmos outra vez à beira de uma intervenção do FMI. É não termos aprendido nada nos últimos 30 anos
Como aquelas velhinhas do anúncio, eu ainda sou do tempo em que não havia telemóveis nem computadores. Eu ainda sou do tempo em que a televisão era a preto e branco e nem sequer existia o fax. Eu ainda sou do tempo em que o Fundo Monetário Internacional aterrou em Portugal pelas mãos de Mário Soares. Quem pertence à geração que nasceu nos anos 60 do século passado, como é o meu caso, lembra-se disso - e de muito pior.
Por duas vezes o FMI foi chamado a intervir: em 1977 e 1983. Em ambas as ocasiões, era Mário Soares o primeiro-ministro - e por essas e outras razões foi chamado de "amigo americano" pelo PCP e por diversas forças políticas minúsculas, algumas delas agrupadas agora no Bloco de Esquerda.
O terrível défice público de 9,3% do governo Sócrates é pequeno ao pé dos mais de 13% de 1976, então o maior desde 1920. Mas a recessão de 1983-1984 foi a mais grave desde a II Guerra Mundial, só ultrapassada pela actual crise. Entre 1977 e 1978 venderam-se 172 toneladas de ouro do Banco de Portugal. Os défices das empresas públicas atingiam 8,1% do Produto Interno Bruto.
Tudo isto no meio de golpes políticos e ameaças militares, com um Conselho da Revolução que ditava ordens e derrubava governos, a que acresciam greves gerais e manifestações semanais. Não havia gasolina nas estações de serviço, nem pão nas padarias. Racionava-se o açúcar e o arroz. Ainda assim, o desemprego era menor: 7,2% em 1977 e 10% em 83-84, contra os 10,5% de hoje. Mas o poder de compra dos portugueses minguava todos os meses, com o escudo a desvalorizar 20% entre 77 e 79.
O Fundo Monetário Internacional, ao contrário do que canta a bela música de José Mário Branco - é preciso muito cuidado com os poetas - não foi o nosso "heróico paranóico haraquiri" mas a salvação episódica de um país na bancarrota. Dizia-se que Mário Soares tinha enfiado "o socialismo na gaveta", mas o Estado continuou a ser quem mais ordena. Até hoje.
A maioria das famílias portuguesas, à direita como à esquerda, respirou de alívio depois da intervenção do FMI. Tanto em 1977 como em 1983, pouco mais de dois anos chegaram para remediar o problema.
O que assusta nesta longa e profunda crise não é a eventualidade de o FMI ter de actuar pela terceira vez. Esse papão dos tempos de infância democrática já não deve assustar quem tenha memória histórica. O que apavora é saber que, ao longo das últimas três décadas, tivemos todas as possibilidades e todos os fundos comunitários para criar um país desenvolvido - e chegámos a este beco sem saída.
Portugal começa a ser uma história falhada, o país das oportunidades perdidas. Ou mudamos de paradigma económico ou alguém vai ter de o fazer por nós. Não é com mais impostos, como propõem José Sócrates e Pedro Passos Coelho, que saímos do pântano.
Por duas vezes o FMI foi chamado a intervir: em 1977 e 1983. Em ambas as ocasiões, era Mário Soares o primeiro-ministro - e por essas e outras razões foi chamado de "amigo americano" pelo PCP e por diversas forças políticas minúsculas, algumas delas agrupadas agora no Bloco de Esquerda.
O terrível défice público de 9,3% do governo Sócrates é pequeno ao pé dos mais de 13% de 1976, então o maior desde 1920. Mas a recessão de 1983-1984 foi a mais grave desde a II Guerra Mundial, só ultrapassada pela actual crise. Entre 1977 e 1978 venderam-se 172 toneladas de ouro do Banco de Portugal. Os défices das empresas públicas atingiam 8,1% do Produto Interno Bruto.
Tudo isto no meio de golpes políticos e ameaças militares, com um Conselho da Revolução que ditava ordens e derrubava governos, a que acresciam greves gerais e manifestações semanais. Não havia gasolina nas estações de serviço, nem pão nas padarias. Racionava-se o açúcar e o arroz. Ainda assim, o desemprego era menor: 7,2% em 1977 e 10% em 83-84, contra os 10,5% de hoje. Mas o poder de compra dos portugueses minguava todos os meses, com o escudo a desvalorizar 20% entre 77 e 79.
O Fundo Monetário Internacional, ao contrário do que canta a bela música de José Mário Branco - é preciso muito cuidado com os poetas - não foi o nosso "heróico paranóico haraquiri" mas a salvação episódica de um país na bancarrota. Dizia-se que Mário Soares tinha enfiado "o socialismo na gaveta", mas o Estado continuou a ser quem mais ordena. Até hoje.
A maioria das famílias portuguesas, à direita como à esquerda, respirou de alívio depois da intervenção do FMI. Tanto em 1977 como em 1983, pouco mais de dois anos chegaram para remediar o problema.
O que assusta nesta longa e profunda crise não é a eventualidade de o FMI ter de actuar pela terceira vez. Esse papão dos tempos de infância democrática já não deve assustar quem tenha memória histórica. O que apavora é saber que, ao longo das últimas três décadas, tivemos todas as possibilidades e todos os fundos comunitários para criar um país desenvolvido - e chegámos a este beco sem saída.
Portugal começa a ser uma história falhada, o país das oportunidades perdidas. Ou mudamos de paradigma económico ou alguém vai ter de o fazer por nós. Não é com mais impostos, como propõem José Sócrates e Pedro Passos Coelho, que saímos do pântano.
in "i"
14/05/10
GAL COSTA
Jeocaz — 7 de Maio de 2010 — Entrevistar Gal Costa deu sempre grande prazer a Jô Soares. E isto já vem desde a década de setenta. Em 1973, o programa "Globo Gente Especial", registrou um momento mítico da cantora. Direto da PUC, Jô Soares entrevistava Gal Costa. Na época um grande humorista, o atual apresentador mostra-se incipiente como repórter, com perguntas básicas e um deslumbre total pela musa da Tropicália e do Desbunde. O que torna grandioso o momento é a beleza física e vocal de Gal Costa, aqui no auge da sua juventude. Belíssimas imagens em preto e branco. "Da Maior Importância" (Caetano Veloso), segue às perguntas de Jô Soares. Das praias do desbunde
3 - PARQUEAR
enviado por C. DIOGO
GRANDE PILOTO...
enviado por C. DIOGO
BENTO XVI
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