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δια δø$ αυǿ$
Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
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ᛖᚣᚾᛊᛖᚣ́ᚾᛁᛈᚣ ᛊᛖ ᚾᛜᚧᚣ ᚣ ᚹᚣᚱᚾᛊ
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Os pássaros negros
Um bando de adolescentes negros irrompeu em desenfreada correria pelo jardim. Num instante conquistaram o parque. Gritavam e não os entendia. O meu inconsciente racista brotou em toda a sua potência e temi o pior. Dirigi-lhes a palavra e então percebi.
Como sempre, nos dias quentes, levei a minha filha ao parque pelo final da tarde. De repente, um bruaá alvoroçado espantou toda a gente adulta (toda a gente excepto as crianças, que nunca se esquecem das suas prioridades lúdicas). Um bando de adolescentes negros irrompeu em desenfreada correria pelo jardim. Eram dez, eram quinze, eram mais de vinte. Num instante conquistaram o parque. Gritavam e não os entendia. O meu inconsciente racista brotou em toda a sua potência e temi o pior: um assalto, um arrastão, possíveis raptos.
Segundos depois, assustei-me comigo mesmo e aproximei-me. Dirigi-lhes a palavra e então percebi: eram jovens angolanos que estavam em Portugal ao abrigo de um protocolo de cooperação que lhes proporcionava formação técnico-profissional. Cansados de um dia duro, entre paredes e disciplinas, soltavam-se agora na largueza do parque.
Em Angola brincavam na rua, não conheciam parques infantis cheios de equipamentos especialmente concebidos para as crianças. Divertiam-se em cada um deles, misturados já com as brincadeiras das crianças portuguesas, bem mais novas, que os acolheram com espontânea alegria. Depressa fizeram do parque um lugar seu; depressa o transformaram num espaço aberto, amplo, sem grades, como a rua ou a estrada cujas exatas fronteiras se desconhecem. Já não era um parque, contido, murado, interstício nas muralhas da cidade-para-as-crianças. Era o mundo todo naqueles minutos de suspensão. Era um espaço de esperança.
Subiam às árvores com uma agilidade que as crianças portuguesas desconheciam, admiravam e logo tentaram imitar, para desespero de alguns dos familiares presentes. Metamorfoses de pássaros negros numa tarde cálida de início de Verão.
Uma alegria irrequieta, generosa e sem mácula abraçava aqueles adolescentes e as crianças. Uma inocência que os adultos não quiseram ou souberam habitar.
*Sociólogo, professor universitário. Doutorado em Sociologia da Cultura e da Educação, coordena, desde maio de 2020, o Instituto de Sociologia da Universidade do Porto.
IN "gerador.eu" -18/07/23.
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ē¢໐ ค́fri¢ค/26
MOÇAMBIQUE
BEIRA
De acordo com um artigo sobre Petrillo, publicado a 4 de junho de 2021 pela BBC, a atleta foi diagnosticada aos 14 anos com a doença de Stargardt, uma condição ocular degenerativa para a qual não há cura. Aos 20 anos, Petrillo mudou-se para Bolonha para estudar Ciências da Computação no Instituto para Cegos e foi nessa altura que o desporto voltou à sua vida e que a Petrillo se tornou membro da equipa nacional de futebol da Itália para pessoas invisuais.
"Foi apenas aos 41 anos que ela finalmente começou a correr novamente, tendo conquistado 11 títulos nacionais em três anos na categoria T12 masculina para atletas com deficiência visual", escreve a "BBC" no artigo de 2021. O "tweet" de André Ventura transmite, por isso, informação falsa sobre Petrillo. Em 2018, Petrillo anunciou à família que ia começar a viver como uma mulher e, em janeiro de 2019, começou a terapia hormonal e respetiva transição.
Ainda segundo a reportagem da "BBC", foi apenas em setembro de 2020 que Petrillo correu pela primeira vez enquanto atleta paralímpica feminina - no Campeonato Paralímpico Italiano - onde ganhou medalha de ouro nas categorias de 100m, 200m e 400m em T12.
NR: Nem a elevada deficiência física da agora VALENTINA PETRILLO mereceu a este emérito, convicto e caridoso católico alguma reserva na crítica e ainda por cima ALDRABOU e CALUNIOU! O seu guru espiritual deve estar desapontado! Terá de se confessar no "parque do perdão".
Não temos memória dum tão grande acto de cobardia por parte dum deputado português, capaz de caluniar uma mulher cega!
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