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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
10/04/2017
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Os técnicos do Fundo concluem que nos últimos 20 anos, a perda de peso do trabalho tem origem dentro de cada indústria. Isto é, as causas não estão relacionadas com o crescimento de sectores onde o factor trabalho é menos relevante em detrimento daqueles onde ele pesa mais, como por vezes se argumenta. Na realidade, mais de 90% da transformação é gerada por movimentos intra-sectoriais (a China - com uma massiva transferência de trabalhadores da agricultura para a indústria - é uma excepção).
O rendimento do trabalho segue uma trajectória descendente há mais de 30 anos nas economias avançadas:
O FMI explica que aquilo a que estamos a assistir não é propriamente uma novidade histórica. Durante episódios anteriores de industrialização - a primeira e segunda revoluções industriais - observaram-se quebras do peso do trabalho em alguns períodos e entre alguns grupos de trabalhadores. Nessa altura, a desigualdade também aumentou. "Apesar de os efeitos da tecnologia nestas alterações seja difícil de quantificar, o pico histórico da desigualdade (entre o final do século XIX e início do século XX nos países desenvolvidos) eram consideravelmente mais elevado do que é hoje", nota o Fundo, acrescentando que o ajustamento normalmente dura "uma geração".
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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
FMI:
O trabalho está a perder terreno para
o capital e a culpa é da tecnologia
o capital e a culpa é da tecnologia
Nas últimas décadas, os salários perderam peso nas economias mais desenvolvidas. O FMI diz que o principal culpado é o avanço tecnológico, mas também atribui responsabilidades à globalização. Portugal é um dos países onde o trabalho perdeu terreno.
A tendência é clara: desde os anos 70 o trabalho está
a perder terreno para o capital. Isto é, a percentagem do rendimento
que vai para os salários está a cair, transferida para outro tipo de
rendimentos. Isso é especialmente claro nos países mais desenvolvidos.
Entre 1991 e 2014, o peso do trabalho caiu em 29 das 50 maiores
economias do mundo (dois terços do PIB mundial). O Fundo Monetário
Internacional (FMI) argumenta que o progresso tecnológico e a
robotização são responsáveis por metade dessa degradação.
Nas
economias avançadas - onde está integrado Portugal - o peso dos
salários começou a afundar na década de 80, atingindo antes da crise
financeira de 2008 o seu valor mais baixo em 50 anos e, desde essa
altura, ainda não recuperou. Num capítulo de análise do seu mais recente
World Economic Outlook, o FMI procura descortinar os motivos para essa
perda de relevância.
Os técnicos do Fundo concluem que nos últimos 20 anos, a perda de peso do trabalho tem origem dentro de cada indústria. Isto é, as causas não estão relacionadas com o crescimento de sectores onde o factor trabalho é menos relevante em detrimento daqueles onde ele pesa mais, como por vezes se argumenta. Na realidade, mais de 90% da transformação é gerada por movimentos intra-sectoriais (a China - com uma massiva transferência de trabalhadores da agricultura para a indústria - é uma excepção).
O rendimento do trabalho segue uma trajectória descendente há mais de 30 anos nas economias avançadas:
Portugal é um dos países onde o trabalho perdeu
terreno entre 1991 e 2014, com uma quebra de cerca de dois pontos
percentuais a cada dez anos, próximo da evolução observada em países
como a Holanda, os EUA ou a Turquia. Indonésia, China e Cazaquistão são
as economias onde as perdas dos salários são maiores, próximas dos
quatro pontos percentuais (a cada década). Malásia, Filipinas, Brasil e
Grécia registam os maiores aumentos, entre os três e os seis pontos.
Mas o que está a provocar essa transformação? É difícil separar os vários factores, mas o FMI fez as contas possíveis e concluiu que os avanços tecnológicos são responsáveis por metade da diminuição do peso do trabalho na economia. Identifica dois desenvolvimentos: a diminuição do preço dos bens de investimento e a exposição à automatização. Leia-se, a substituição de trabalho humano por máquinas.
Mas o que está a provocar essa transformação? É difícil separar os vários factores, mas o FMI fez as contas possíveis e concluiu que os avanços tecnológicos são responsáveis por metade da diminuição do peso do trabalho na economia. Identifica dois desenvolvimentos: a diminuição do preço dos bens de investimento e a exposição à automatização. Leia-se, a substituição de trabalho humano por máquinas.
Por
exemplo, o aumento da capacidade de computação - cresceu 50% ao ano
durante mais de três décadas - deu às empresas a capacidade e o
incentivo para automatizar tarefas de rotina. Uma evolução decisiva para
a perda de importância dos salários de trabalhadores com qualificações
médias. Quantas mais pessoas tiver empregadas nessas tarefas, mais
suscetível estará um país à perda de relevância dos salários em favor do
capital.
"A
análise empírica sugere que cerca de metade da queda do peso do trabalho
deverá ter origem no impacto da tecnologia", pode ler-se no documento
do FMI. "Para determinada alteração no preço relativo do investimento,
economias com elevada exposição a tarefas mais rotineiras sentem quatro
vezes mais a queda do rendimento do trabalho do que outras onde a
exposição é menor."
O
FMI, forte defensor do impacto da globalização, desvaloriza os seus
efeitos negativos nas economias e nota que uma maior integração
internacional "expandiu o acesso a capital e tecnologia", permtiu "a
melhoria das condições de vida e tirou milhões de pessoas da
pobreza". Argumenta que a integração em cadeias de valor globais e maior
inclusão financeira teve um papel menos relevante na perda de peso dos
salários, estimando-o em cerca de metade dos avanços tecnológicos.
Políticas públicas e reformas do mercado laboral e de produto são os
outros factores em jogo.
Embora
seja difícil separar cada um deles, quando estes factores são somados
as conclusões são mais robustas: 75% da degradação do peso dos salários
na Alemanha e em Itália veio da tecnologia e da globalização. 50% no
caso dos Estados Unidos.
O declínio da fatia salarial da riqueza é bastante abrangente, tendo afectado sete dos dez grandes sectores da economia, com especial destaque para as áreas transaccionáveis, como a indústria, os transportes e as comunicações. É dedicada maior atenção à tecnologia de informação e comunicação, que tem contribuído de forma decisiva para a automatização de tarefas mais rotineiras, o que leva à substituição de trabalho por capital.
O declínio da fatia salarial da riqueza é bastante abrangente, tendo afectado sete dos dez grandes sectores da economia, com especial destaque para as áreas transaccionáveis, como a indústria, os transportes e as comunicações. É dedicada maior atenção à tecnologia de informação e comunicação, que tem contribuído de forma decisiva para a automatização de tarefas mais rotineiras, o que leva à substituição de trabalho por capital.
No passado, a adaptação demorou uma geração
Uma
diminuição do peso dos salários não teria necessariamente de ser má
para os trabalhadores. A tecnologia podia estar a fazer a produtividade
(PIB por hora trabalhada) acelerar mais rápido do que os salários, mas
estes também poderiam estar a crescer. O problema é que a produtividade
tem crescido a um ritmo lento e os salários nem sequer conseguem
acompanhar essa velocidade de caracol.
Ou
seja, o pouco crescimento que existe vai para o capital. Uma vez que o
capital está bastante concentrado nas famílias mais ricas, isso resulta
ao mesmo tempo num agravamento das desigualdades. "A desigualdade pode
fomentar tensões sociais e a investigação recente sugere que pode também
penalizar o crescimento económico", referem os técnicos. "À medida que a
economia continua a enfrentar um crescimento desapontante, o
reconhecimento de que os ganhos do crescimento não têm sido partilhados
de forma abrangente tem fortalecido uma reacção contra a integração
económica e um maior apoio a políticas de orientação interna."
O FMI explica que aquilo a que estamos a assistir não é propriamente uma novidade histórica. Durante episódios anteriores de industrialização - a primeira e segunda revoluções industriais - observaram-se quebras do peso do trabalho em alguns períodos e entre alguns grupos de trabalhadores. Nessa altura, a desigualdade também aumentou. "Apesar de os efeitos da tecnologia nestas alterações seja difícil de quantificar, o pico histórico da desigualdade (entre o final do século XIX e início do século XX nos países desenvolvidos) eram consideravelmente mais elevado do que é hoje", nota o Fundo, acrescentando que o ajustamento normalmente dura "uma geração".
* Uma economia avançada é aquela onde o valor do trabalho rende menos? Só se for avançada em desumanidade.
** A culpa não é da tecnologia, a culpa é dos pobres que não fazem frente a quem os explora, estão incluídos os agentes das forças de segurança que apesar de também pobres cumprem as ordens dos ricos.
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MANUELA HASSE
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A vida verdadeira
IN "A BOLA"
29/03/17
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A vida verdadeira
Eu, por acaso, gostava mesmo de saber, afirma
Ricardo com um sorriso, meio envergonhado. A turma não reforça o
interesse, a vontade de saber. Partem do princípio que já se sabe, é
algo adquirido, ou que não interessa assim tanto conhecer. O que parece
estranho é que estar num curso de desporto subentende que a génese do
desporto constitui um conhecimento indispensável, obrigatório para
qualquer estudante universitário pois, na realidade, antes de chegarem à
Universidade não houve interesse ou oportunidade para conhecer como se
desenvolveu este fenómeno social fundamental da sociedade moderna.
Há
40 anos que estudamos o desporto. Esse estudo não começou connosco,
começou antes, com os mais velhos que me precederam, que passaram o
testemunho assim como o exemplo, o interesse e o respeito pelo
conhecimento, pelo saber. Voltarei a esta questão. Por agora,
centremo-nos na dificuldade de compreender que sempre acompanha o que
consideramos adquirido ou, também, quando se acredita que basta
perguntar para conhecer – por mais boa vontade que haja, apenas podemos
traçar em linhas gerais a génese de algo que é a sociedade que
conhecemos. A par da desorientação em que por vezes caímos, dificuldade
em compreender o fenómeno em estudo, em penetrar aquilo que se esconde
sob a aparência do óbvio, impõem-se o pasmo diante daqueles que sabem
tudo, perceberam tudo e, com imenso à vontade, um sorriso e uma
compreensão inesgotável, dispõem-se a explicar-nos tudo mas,
verdadeiramente, tudo aquilo que não entendemos – o que se oculta por
trás do óbvio. Acontece, no entanto, esses apenas nos levam a
compreender que, em estado mais lastimável do que o nosso, julgam ter
compreendido tudo e, sem saberem, não perceberam grande coisa.
Não
nos referimos à sensação de total perplexidade quando, decididos a
iniciar uma nova experiência no domínio do desporto se avança, por
exemplo, pela prática da vela - depressa compreendendo que tínhamos de
aprender tudo, absolutamente tudo: a terminologia técnica, a
nomenclatura, a análise e a leitura da situação, as técnicas básicas de
aparelhar e desaparelhar a embarcação, atender às velas, o estai, o
leme, as espias, as adriça, a retranca, a temida retranca, as escotas,
bombordo e estibordo, as mareações, os ventos, as manobras de orçar e de
arribar, etc., etc. O equilíbrio, a velocidade, a coordenação, a força,
a aplicação da força, o jogo de forças entre membros superiores
(braços), os membros inferiores (pernas) a flexão, a flexão total, a
atenção permanente ao movimento permanentemente variável, para não voar
borda fora, a noção de equipa e a questão fundamental da liderança. Quem
manda é o skipper e não há discussão. Mesmo porque, provavelmente, não
haverá tempo para isso mal se levante um pé de vento que a todos obriga a
uma concentração máxima – de movimentos, da atenção. Se tudo isto, e já
não é pouco, se passa sobre a embarcação, há que aprender ao mesmo
tempo a ler, interpretar, procurar todos os sinais no exterior, no mar,
no céu, à superfície da água. A isso tudo se prende a tomada de decisão,
sempre em movimento, na mais vertiginosa das velocidades pois 34 nós
podem parecer duas vezes mais se a maré está a encher ou a vazar, se
estamos junto à costa ou a meio do nada, se vamos a favor (ao largo) ou
contra o vento (bolina) se pretendemos entrar na marina, amarar,
manobras que também reclamam nervos de aço e enorme sangue frio para
saltar para a o cais e amarrar, sem demora, 8 toneladas de embarcação.
Após os momentos iniciais, não já aqueles em que caímos à água no rio
Tejo, nadamos para escapar ao barco em si, no golpe certo do corpo
procuramos escapar ao velame, aprendemos a virar o casco, ...até os
momentos em que começamos a tentar velejar mais a sério, compreendemos
que, na verdade, não sabemos nada. Que a especialização nos desportos,
que a competição, a alta competição parece impôr, longe de nos preparar
para ‘tudo’ limita-nos, afinal, através da repetição, da delimitada
variação dos exercícios, na ideia assente que a mera circunscrição deste
ou daquele aperfeiçoamento, desta ou daquela correcção do gesto
técnico, da biomecânica propriamente física e mecânica do gesto, seria a
forma correcta de actuar, de executar, de fazer.
É também por
isso que é nas idades mais baixas que se deve dar a oportunidade a que
cada criança, cada jovem, tenha a possibilidade de experimentar vários
desportos e, depois, então, escolher. Seria bom que todos fossem
obrigados a aprender a velejar – disciplina obrigatória a nível
nacional, formação fundamental de vida, de compreensão da multiplicidade
de factores que fazem não só um bom velejador mas um bom cidadão, um
bom ser humano e social, a aprendizagem do valor do trabalho em comum,
de equipa, do respeito pelo outro, da importância e da necessidade do
outro, do ser amigo. Recordo Alfredo, do Algarve, jovem adolescente que
não hesitou em lançar-se à água para salvar a velejadora em formação que
acabara de sair borda fora – no entanto, exímia nadadora! A par de uma
formação o mais rica possível, a possibilidade de escolha das
actividades desportivas de lazer, a dedicação posterior a uma possível
especialização, a competição. Nada disto é novo. Terá ficado esquecido?
Nada disto é novo e as gerações mais velhas, aquelas que nos vão
deixando no trabalho, na vida, sabiam-no bem. Talvez por isso tivessem
mantido aquele ar de meninos, já depois de vidas feitas, quando se
juntavam e riam e brincavam a meterem-se uns com os outros, por causa
dos jogos que haviam jogado, a simplicidade ligada ao facto de não terem
de parecer aquilo que não eram - até porque todos se conheciam
demasiado bem. Que o desporto tem destas coisas, não há hipóteses de
andar a fazer de conta por muito tempo, de se levar a si próprio a
sério. Observá-los nestas situações, em profundo divertimento, alheios
aos outros, àqueles que não pertenciam ao círculo mágico, será para
sempre uma das imagens mais ricas, mais vivas, mais profundas de uma
geração de autênticos pioneiros da área profissional onde, por escolha
ou acidente, acabaram por construir as suas carreiras, as suas vidas.
Não serão, decerto, heróis, mas viveram sem qualquer dúvida tempos
heróicos. Tempos em que era preciso fazer tudo pois pouco, muito pouco,
havia sido feito antes deles. Estamos nos fins dos anos 40, 50, 60, 70.
Todos da mesma escola, o INEF, todos formados na mesma cultura, entre a
higiene e a moral, o desporto e a rebeldia. Não brinquem com eles.
Observem como actuam, como falam, como riem, o que dizem – o que
escreveram e escrevem ainda.
Referimo-nos – sim – à necessidade
de conhecer e de compreender, acessíveis através de estudos cada vez
mais rigorosos e exigentes, um fenómeno cuja complexidade emerge desde
as manifestações mais antigas e que é indispensável aos que pretendem
desenvolver uma actividade profissional nestes domínios. E que qualquer
pode desenvolver nos extensos campos dos desportos. Contudo, se tiver
estudado o fenómeno nos domínios que a história, as ciências sociais em
geral aprofundam, terá uma compreensão mais precisa desse fenómeno
social e humano e, diante da tomada de decisão que tiver de concretizar,
estará melhor preparado para o fazer de forma mais correcta, isto é,
com maior adequação, com melhor resultado – caso se pretenda que através
do desporto a qualidade de vida seja melhor.
Uma introdução tão
grande para quê? Para dizer que sabemos pouco, ou quase nada, mas
sabemos alguma coisa, talvez o essencial. É que para compreender o
desporto, há que fazer desporto e, ao mesmo tempo, estudar o que é o
desporto para os homens, as mulheres, as crianças, os mais velhos. Desse
modo, o que se conhece por meio do estudo de ordem mais teórica e o que
se conhece através de uma experiência prática completa-se,
consolida-se, de alguma forma, faz sentido. Praticar desporto, cair e
levantar-se, magoar-se e prosseguir, aguentar a dor, o esforço,
persistir, resistir, ganhar e perder, sentir a vergonha e o embaraço e
superar essas e outras limitações, descobrir e enfrentar os limites e
ultrapassá-los, descobrir a cooperação, a generosidade, a iniciativa, a
escolha. É olhar o perigo, medir o risco, sentir o medo e seguir em
frente. Na verdade, atirar-se para a frente. Tudo isto, com os outros,
diante dos outros. Mas estaremos a falar de guerra ou de desporto? É
necessário lembrar que o desporto, no desporto, se trata da
representação de um combate, de um confronto, de um combate simbólico,
uma coisa a que as crianças chamariam ‘um fazer de conta’. Aí, a coisa
começa a complicar-se: o que é exactamente isso da representação, isso
do simbólico, isso do ‘fazer de conta’? Isso é uma parte do que é
preciso estudar e que só se procura, só se encontra se já se tiver
passado por isso. É que só encontramos o que procuramos. Quanto a isso,
não há nada a fazer. É a vida. O homem, enquanto ser vivo, tem
necessidade natural, biológica, de movimento. Enquanto ser vivo de
relação, ser humano e social tem necessidade de movimento segundo
formas, ritmos, estruturas que se organizam consoante as culturas em que
estão inseridos, de que fazem parte. O jogo, a arte, as diversas
maneiras de assegurar a sobrevivência, são manifestações dessa
necessidade básica e profunda. Contudo, tão profunda quanto a
necessidade de movimento biológico, físico, propriamente dito, há a
necessidade de avançar, de compreender, de aceder a um sentido para a
sua existência e que a prática do desporto pode oferecer. É importante
sublinhar isto. Embora o desporto não seja uma solução para tudo, nem
para todos os problemas do homem e do mundo, este é o domínio em que
actuamos, pelo estudo, pela formação, pela especialização – a diferentes
níveis. Além do mais, este é um elemento de cultura comum a todos, uma
língua que a maioria entende, logo, um meio de comunicação excepcional.
O
desporto constitui-se numa oposição. Representa uma oposição. Uma
oposição contra um adversário, um adversário que pode ser um único
oponente, uma equipa, um elemento da natureza ou o próprio indivíduo. De
facto, sempre o próprio indivíduo. Contudo, cada um de nós não existe,
não teria qualquer hipótese de sobreviver, de crescer, de reproduzir-se,
de um viver de relação – sem os outros. Cada um de nós precisa de cada
um dos outros para ser gente. O desporto é uma das maneiras em que tudo
se organiza de modo a estar com os outros, a aprender com os outros.
Aprender os outros? Sem dúvida. Mas através dos outros, nessa
proximidade, nessa intimidade pública, social, aprendermos-nos a nós
próprios. Sempre nós e sempre outros. Há várias definições de desporto. A
de Coubertin, muitas vezes ainda citada, corresponde a uma outra época,
a um outro desporto, um desporto que começava a ser tomado em conta
como algo importante e necessário. Esta noção, do sociólogo alemão
Elias, parece-nos suficientemente alargada e clara. Pode então tudo ser
desporto? Quando se chega aqui, é o momento de indicar que é preciso
estudar, que não chega descobrir isso pois o isso (abreviemos) não
existe sem aquilo. E aquilo é o quê? Bom, aquilo pode ser muita coisa,
mas realmente muita coisa, alguma da qual que já se começou a estudar há
muitas décadas. E para que ‘muita coisa’ tenha começado a ser estudada,
teve de haver quem se interessasse por ‘alguma coisa’, concentrasse a
sua atenção e o seu tempo nessa matéria, a estudasse. Como cada
indivíduo não existe isolado, essa é uma impossibilidade que a
sociologia vinca (e que dá razão de existir à própria sociologia), algo
houve em torno daqueles que se dedicaram ao estudo de certas coisas para
que certas coisas fossem estudadas – por exemplo, o desporto. Logo que
estas práticas (comportamentos regulares) desportivas são assinaladas
por um conjunto de indivíduos interessados na educação dos mais jovens e
atentos, ao mesmo tempo, às diferentes necessidades da sociedade, foi
preciso encontrar uma legitimidade social e fundamentá-la. Tudo isso
levou tempo, muito tempo.
A mudança na vida colectiva não ocorre
de um dia para o outro. Para tanto, era indispensável conhecer bem
profundamente o que se identificava como algo interessante. Estas
práticas não foram criadas pelos jovens. Estes reproduziam o que haviam
visto os mais velhos fazerem. E os mais velhos faziam aquilo que era
tradicional fazerem, que haviam encontrado nos hábitos e nos costumes da
sua região, da sua vida familiar, da rede de relações em que se
encontravam inseridos desde que se lembravam de existir. Um fenómeno da
dimensão que conhecemos, da natureza que descobrimos, das mudanças que
vai introduzindo, não pode fixar-se numa definição que se imponha. Qual a
perspectiva que pretende conhecer? O domínio do jogo, a expressão
social, a representação, o drama, a tensão? Como separar cada uma
destas expressões da vida de relação e manter o respeito, o rigor, por
aquilo que se procura conhecer tal como é – e não como gostaríamos que
fosse – mais simples, mais controlável, menos extraordinário,
imprevisto? Além do mais, não acontece sozinho, nem por acaso. Nem foi
inventado por ninguém que tenha decidido um dia, em que acordou bem
disposto (desejamos nós!), e tenha lançado mãos à obra e decretado: ‘eis
a minha obra: o desporto!’. Ou decidido: ‘Hoje eu vou inventar o
desporto!’. Nada disso. O desporto é um fenómeno histórico em curso, é
uma construção de todos, em todos os momentos em que corrigem aqui,
decidem que vai ser assim, que a partir daqui os limites passam a ser
estes, um processo que se encontra estabilizado mas prossegue, está
longe de estar encerrado. E longe de acontecer isolado.
Parece
que o desporto avança por aí, na sociedade, no tempo, no espaço europeu,
sem jamais se cruzar com a ginástica, a educação física, a higiene. De
acordo com os nossos estudos, estudos que não começaram agora (isto é,
hoje, ou agora, ou connosco), o movimento, o exercício, a actividade,
associavam-se a algo benéfico, positivo, favorável ao equilíbrio geral
daqueles que a ele se dedicavam por razões de necessidade ou de
divertimento, algo bom para a saúde. Este era um facto observado, um
dado empírico, um conhecimento construído através da experiência. Aliás,
a palavra desport encontra-se em França a partir do século XI, antes
disso não existia, assim como o verbo desporter. Significa recreações ao
ar livre. Todo o tipo de recreações efectuadas ao ar livre, mesmo
aquelas que eram utilizadas para preparem os mais jovens da nobreza nas
lides da vida militar futura – a guerra como a única ocupação digna da
nobreza. Para além da equitação, jogos diversos a cavalo e a pé, com
lança, com a preocupação de aprenderem a defender-se, a defender e a
atacar. Mas, também, a participação em jogos populares, os jogos em que
parte da população masculina participava em momentos particulares do
ano, da vida local, da vida familiar. Ou danças, populares ou corteses,
brincadeiras e jogos como, por exemplo, a péla, a crosse, a bilharda e
outros. Guerra e lazer, para a nobreza, trabalho e ócio, para a
população em geral. Porém, a oposição, o confronto presente. E a vontade
de todos de invadir outros campos do viver e transformar aquilo que se
encontra impregnado do que é corrente, comum, sem chama. O rastilho para
a explosão de um prazer que se situava no âmbito do real, o outro lado.
O mundo do risco, do drama, da tensão e da vida verdadeira. Dedicar
algum tempo à leitura sem pressa do ensaio de Johan Huizinga, holandês, e
reitor da Universidade de Leyde. Homo Ludens é um clássico fundamental,
de 1938. Trabalho editado em português no ano de 2003, pelas Edições
70. Ler, reler Huizinga, jamais será tempo perdido. Não o ler, sim. Um
desperdício.
Muito bem, em termos muito gerais. E a ginástica? E
a higiene? Como se impõem como uma realidade, um fenómeno social? É
essa uma outra história? Depende do ponto de vista, da perspectiva –
como dizemos: depende da pergunta inicial. Segundo aquilo que temos
vindo a estudar, a investigar, os dados e os estudos que temos vindo a
reunir e o que temos vindo a pensar ao longo destas quatro décadas, a
ginástica, a higiene, e o desporto, a medicina, são parte da mesma
história. Ou seja, estas manifestações da vida social, da realidade
materializada em factos que são justamente a ginástica, parte da
higiene, o desporto, parte da vida natural e colectiva, a medicina,
logo, a vida social – partilhada, de todos e entre todos, vão ao
encontro das mesmas questões: melhorar as possibilidades de estar vivo e
viver, resistir aos limites impostos pelo carácter temporário da vida,
dar às sociedades a capacidade de fortalecerem as suas forças para se
manterem vivos. Como estes são fenómenos humanos e sociais, o movimento
associado à ginástica inspira-se no conhecimento médico grego antigo,
toma como referência, e legitimação, o modelo grego. A ginástica é parte
da higiene – na Grécia Antiga como nos países europeus que a
desenvolvem desde os fins do século XVIII. Através da ginástica, aliás
das diferentes propostas de ginástica desenvolvidas, o que se visa é
activar o movimento, (soa a pleonasmo!) conduzido e moderado, em
crianças enfermiças, crianças cujas vidas eram dominadas pela fraqueza,
atreitas à doença, numa palavra: frágeis. Até poderem atingir a idade de
fazerem qualquer tipo de actividade, fosse ela laboral ou desportiva,
caso desejassem entregar-se a práticas de lazer inovadoras, havia que
promover condições de assegurar a sobrevivência, havia que ganhar
forças, aguentar-se nas pernas, organizar os movimentos e os gestos,
descobrir o corpo próprio, aprender a estruturar-se no tempo (o ritmo) e
no espaço (o próximo e o distante), a coordenação das maneiras de
fazer, isto é, as diferentes formas de encadeamento do movimento, dos
diferentes modos de movimentar-se no tempo e no espaço. Havia que
promover, em primeiro lugar, a vontade de agir. O exercício dessa
vontade. E se as crianças eram, em geral, enfermiças, os adultos, os
pais e as mães, não seriam muito saudáveis certamente. Uns por umas
razões, outros por outras – em comum, um quadro de vida colectiva feito
de grandes necessidades.
Tanto o desporto quanto a ginástica
desenvolvem-se numa sociedade europeia marcada pela fraqueza física e
psíquica, a debilidade, a doença. A miséria generalizada – conhecemos
bem o que se verificava em Portugal, através do trabalho de Jorge
Crespo, A História do Corpo (1992). O que se verificava em Portugal,
agravado pelo atraso, não era muito diferente do que se encontrava
noutros países europeus, nos países nórdicos, na Rússia, entre a própria
população inglesa, britânica. Desporto e ginástica: ambos procuram, em
momentos simultâneos, a ritmos diferentes, em lugares diferentes, buscam
os mesmos fins, fortalecer, agregar, desenvolver a iniciativa, a
vontade de actuar. Se conscientemente os ingleses se entregam aos
desportos nos seus tempos de lazer, na base e na tradição desses
desportos está a necessidade de desenvolverem actividades que contribuam
para o encontro com os outros, o enfrentar das más condições
atmosféricas, a determinação em vencer a inércia, a valorização da
acção. Revestem-se de cultura, são os costumes, a ética associada à vida
activa, ao trabalho físico. No caso da ginástica, na verdade, das
ginásticas, elas provêm dos esforços de médicos e de pedagogos, muitos
destes filósofos e, também, físicos (isto é, médicos) para pensarem em
formas de contribuir para o fortalecimento das crianças em sociedades
com níveis de mortalidade infantil assustadores e formas essas
concebidas, por via intelectual, enquanto parte integrante da educação.
Toda esta edificação teórica (explicação dos benefícios em bases
científicas ou empíricas, justificação social e educativa) era
estabelecida, na verdade possível, com base nos conhecimentos da
tradição cultural grega onde a ginástica, parte dos recursos de
prevenção da medicina grega, era comum na educação em geral e, em
particular, dos jovens efebos (em idade de prestarem o que equivalia ao
serviço militar, de se prepararem para defenderem a sua cidade-Estado).
Esse era o modelo primeiro, a referência tomada como ponto de partida.
Filósofos e físicos, homens dedicados ao pensar da vida e da existência,
da doença e da morte, implicados no mundo do vivido e constrangidos
pelas limitações da medicina, uma ciência feita de saber empírico – de
uma maneira geral, por toda a Europa.
O desporto, os jogos,
jogam-se nos campos, progressivamente nos territórios limitados das
Public Schools (equivalente grosso modo às escolas secundárias mais
recentes). A ginástica, nos espaços interiores, no projecto e nas
tentativas de concentrar a atenção num campo reservado, privado, da vida
e da morte mas fechado ao acto, ao movimento conduzido pelo
conhecimento médico comprovado – o corpo. O lugar da doença, dos males,
dos medos, da morte. Um conhecimento que não se confrontava apenas com
os limites da própria medicina, das próprias técnicas, dados suficientes
para não confiar com facilidade nas propostas médicas higiénicas e
educativas de salvação. O corpo, tomado no seu território privado,
verdadeiramente político (a única propriedade, a única ferramenta, a
única possibilidade de assegurar o viver pelo labor, a labuta conhecida)
opunha igreja e ciência, poderes que se sobrepunham na luta pela
sobrevivência daqueles em que a fragilidade, a par da debilidade,
deixava homens, mulheres e crianças, entregues a si mesmos. Campo da
vida, do prazer, da dor e do sofrimento, as mentalidades e as barreiras
sociais, onde a igreja havia semeado e fertilizado o universo do medo,
haveria que apresentar provas da validade, da garantia das propostas
médicas e higiénicas materializadas nos diferentes ginásticas propostas.
Enquanto isso, em Inglaterra, rapazes e homens arrojavam-se pelos
campos em jogos viris dominados pelo divertimento, a afirmação das
supremacias masculinas, a confrontação socialmente controlada de forças e
de rivalidades, endurecia corpos e vontades, avançava sem outras
dificuldades para além da argúcia e das capacidades de uns e de outros.
Um outro jogo de forças, frontal, lugar onde a imortalidade desafiava a
morte.
Perante a impossibilidade de encontrar um conhecimento
terapêutico sólido na ciência médica, a higiene era o recurso que se
impunha. A arma de prevenção mais acessível, possível, contra a lentidão
no avanço dos estudos de uma medicina adequada às necessidades de
populações e de sociedades bastante mais complexas do que aquelas em que
as teorias médicas gregas – tratados de Hipócrates e de Galeno –
vigoravam em geral na Europa ainda nos finais do século XVIII. Enquanto
demoravam as descobertas, os avanços, as propostas e os fundamentos
cientificamente seguros, só restava aos médicos, à medicina, o caminho
da higiene e, dentro desta, a ginástica. Uma forma médica e educativa de
remediar os males, de melhorar o que se possuía. Era pouco, muito
pouco. Era, no entanto, o possível. Interessante é assinalar, por agora,
que estes dois domínios da vida social, médica-científica e económica
se encontram entrelaçados desde os seus inícios, uma génese radicada
numa visão do mundo comum.
* Professora Agregada da Universidade de Lisboa, Faculdade de Motricidade Humana
IN "A BOLA"
29/03/17
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HOJE NO
"DESTAK"
"DESTAK"
Junta e moradores de Carnide
reúnem-se para decidir novas ações
.contra parquímetros
.contra parquímetros
A Junta de Freguesia de Carnide, em Lisboa, vai reunir-se na próxima semana com moradores para decidir novas formas de contestar o estacionamento tarifado no centro histórico, estando em cima da mesa avançar com uma providência cautelar.
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"Dia 18 [de abril], reuniremos com a população à noite para definir o que vai acontecer. Estamos, neste momento, a verificar tudo o que são pressupostos legais para interpormos alguma ação", disse hoje à agência Lusa o presidente da Junta de Freguesia de Carnide, Fábio Sousa (CDU).
Assegurando que serão usados "todos os mecanismos legais à disposição", o autarca disse que, "muito provavelmente", irão avançar com uma providência cautelar.
* Todos os habitantes automobilizados de Lisboa sabem do comportamento discricionário da EMEL cuja principal actividade não é regular o estacionamento mas autuar. Nem trata todos os cidadãos por igual, existem bairros onde há espaço reservado para os moradores e outros onde o caos é absoluto apesar de as taxas serem as mesmas. Tudo o que for feito para chatear a EMEL nós apoiaremos, dentro da legalidade.
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HOJE NO
"i"
Dijsselbloem: "Portugal não queria realmente a minha demissão"
Presidente do Eurogrupo diz que o silêncio de Mourinho Félix na última reunião foi demonstrativo da vontade portuguesa
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O presidente do Eurogrupo, Jeroen
Dijsselbloem, revelou acreditar que Portugal não queria realmente a sua
demissão, na sequência dos comentários que proferiu sobre os países do
sul da Europa gostarem de "gastar dinheiro em copos e mulheres".
No
entender do ministro holandês, o facto de Mourinho Félix, secretário de
Estado Adjunto e das Finanças, ter "ficado calado" na última reunião
conjunta é uma prova inequívoca de que Portugal não estava assim tão
interessado na sua saída do organismo.
"Estava à espera que o colega português pedisse a minha demissão”, confessou Dijsselbloem em entrevista ao diário holandês "De Volkskrant", no qual garantiu também sentir "tristeza" pela repercussão que os infames comentários acabaram por atingir. "Entristece-me muito que tenhamos dedicado tanto tempo e energia a uma entrevista enquanto a Grécia cai numa nova crise", afirmou, considerando que foi tratado como se tivesse cometido um "crime de guerra".
Dijsselbloem, de resto, voltou a negar-se a pedir desculpa pelas declarações, garantindo ter sido mal interpretado. "Não podia retratar-me de uma coisa que não tinha dito, de uma coisa à qual não me referi", salientou.
Questionado sobre se espera cumprir o seu mandato até janeiro de 2018 à frente do grupo que reúne os ministros das Finanças dos países do euro, o social-democrata holandês lembrou que a curto prazo irá haver um novo Governo no seu país, pelo que o Eurogrupo terá de "procurar rapidamente um novo presidente", embora deixando no ar a possibilidade de concluir o mandato caso não seja encontrada uma solução em tempo útil.
* TÍTULO EM 07/04/17 NO "OBSERVADOR"
"Estava à espera que o colega português pedisse a minha demissão”, confessou Dijsselbloem em entrevista ao diário holandês "De Volkskrant", no qual garantiu também sentir "tristeza" pela repercussão que os infames comentários acabaram por atingir. "Entristece-me muito que tenhamos dedicado tanto tempo e energia a uma entrevista enquanto a Grécia cai numa nova crise", afirmou, considerando que foi tratado como se tivesse cometido um "crime de guerra".
Dijsselbloem, de resto, voltou a negar-se a pedir desculpa pelas declarações, garantindo ter sido mal interpretado. "Não podia retratar-me de uma coisa que não tinha dito, de uma coisa à qual não me referi", salientou.
Questionado sobre se espera cumprir o seu mandato até janeiro de 2018 à frente do grupo que reúne os ministros das Finanças dos países do euro, o social-democrata holandês lembrou que a curto prazo irá haver um novo Governo no seu país, pelo que o Eurogrupo terá de "procurar rapidamente um novo presidente", embora deixando no ar a possibilidade de concluir o mandato caso não seja encontrada uma solução em tempo útil.
Governo exige pedido de desculpas e
.Dijsselbloem
. reage: estou “chocado”
. reage: estou “chocado”
O
secretário de Estado das Finanças exigiu um pedido de desculpas público
ao presidente do Eurogrupo sobre as declarações sobre os países do Sul
da Europa. Dijsselbloem não gostou e reagiu.
** Em que é que ficamos, não é preciso o holandês demitir-se, basta que exale o último suspiro.
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HOJE NO
"A BOLA"
"A BOLA"
FIFA
Estados Unidos, México e Canadá apresentam
candidatura conjunta ao Mundial-2026
candidatura conjunta ao Mundial-2026
A CONCACAF, confederação de futebol da América
Norte, Central e Caribe, anunciou, esta segunda-feira, a candidatura à
orgnaização do Mundial 2026.
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A maior competição de seleções seria disputada nos Estados Unidos, México e Canadá, que apresentaram a proposta em Nova Iorque.
* Mais uma provocação a Trump.
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HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
"AÇORIANO ORIENTAL"
Coleção doada por Pablo Picasso pela
.primeira vez em exposição em Barcelona
.primeira vez em exposição em Barcelona
Uma coleção doada por Pablo Picasso, em 1970, que inclui obras
do pintor e de outros artistas espanhóis, está pela primeira vez em
exposição, no Museu Picasso de Barcelona, noticiou hoje a agência
espanhola Efe.
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Intitulada “Otros artistas en la donación Picasso 1970”, a
mostra, que ficará patente até ao dia 03 de setembro, reúne uma seleção
de 236 pinturas a óleo, 1.149 desenhos, 17 álbuns de desenhos, duas
gravuras, quatro livros de texto com desenhos à margem e 47 obras de
outros artistas.
Em fevereiro de 1970, Picasso doou uma série de obras à cidade de Barcelona, em memória do amigo e artista espanhol Jaume Sabartés, e essas obras foram aquelas que o pintor deixou ao cuidado da família, quando se mudou para Paris.
A mostra, com curadoria de Malén Gual, é apresentada em três espaços, designados “A rooms”, e das 47 obras de outros artistas apenas 24 foram expostas, ao lado de sete peças de Picasso.
O primeiro espaço explora a família e a formação académica, contando com “Jardín de un convento”, que apresenta um retrato da irmã de Picasso, Lola, juntamente com um esboço feito pela própria, em 1897.
Uma outra peça exposta no primeiro espaço, chamada “Una de elas, Paisaje com iglesia”, de 1881, trata-se de uma reprodução de uma obra de Rafael Blanco Merino, num retrato que Picasso fez da irmã a bordar.
A escola de pintura Llotja é evocada em dois retratos de Picasso: Um deles foi feito por um colega de Picasso, Ramon Riu, em que o pintor “aparece com aspeto de menino” e outro é um autorretrato, de 1896, em que “como de costume, Picasso aparenta estar mais velho do que estava na realidade”, explicou a curadora Malén Gual.
O segundo espaço é constituído pelas obras de artistas que frequentavam a cervejaria Els Quatre Gats, local que Picasso usava para se encontrar com outros artistas e onde, em 1900, expôs a primeira exposição individual.
Neste espaço, estão em exposição as obras do pintor espanhol Carles Casagemas, amigo de Picasso e com quem viajou para a Exposição Universal, em Paris, de 1900.
No segundo espaço também está um desenho do pintor espanhol Santiago Rusiñol, intitulado “Cabeza de hombre” de 1900, ao lado do retrato feito por Picasso.
Além do desenho de Santiago Rusiñol, está exposto, lado a lado, um retrato que Picasso fez do seu pai, em 1896, com o que fez Leandro Oroz Lacalle.
A mostra termina com um espaço que expõe as peças de artistas e amigos de Picasso, como é o caso das sete esculturas de Julio González e do autorretrato de Manolo Hugué.
“A partir de 1904, González foi viver para Paris e tornou-se colaborador de Picasso”, disse Manél Gual, “esculpiam peças juntos e alguns desenhos de González relevam semelhanças com os do período azul de Picasso”.
Pablo Picasso, nascido em Málaga, foi pintor, escultor, ceramista, cenógrafo, poeta e dramaturgo, e passou a maior parte da sua vida em França.
O artista ficou conhecido como cofundador do cubismo - ao lado de Georges Braque - e inventou uma série de técnicas.
Entre as suas obras mais famosas contam-se "As Meninas D’Avignon" (1907) e "Guernica" (1937).
Em fevereiro de 1970, Picasso doou uma série de obras à cidade de Barcelona, em memória do amigo e artista espanhol Jaume Sabartés, e essas obras foram aquelas que o pintor deixou ao cuidado da família, quando se mudou para Paris.
A mostra, com curadoria de Malén Gual, é apresentada em três espaços, designados “A rooms”, e das 47 obras de outros artistas apenas 24 foram expostas, ao lado de sete peças de Picasso.
O primeiro espaço explora a família e a formação académica, contando com “Jardín de un convento”, que apresenta um retrato da irmã de Picasso, Lola, juntamente com um esboço feito pela própria, em 1897.
Uma outra peça exposta no primeiro espaço, chamada “Una de elas, Paisaje com iglesia”, de 1881, trata-se de uma reprodução de uma obra de Rafael Blanco Merino, num retrato que Picasso fez da irmã a bordar.
A escola de pintura Llotja é evocada em dois retratos de Picasso: Um deles foi feito por um colega de Picasso, Ramon Riu, em que o pintor “aparece com aspeto de menino” e outro é um autorretrato, de 1896, em que “como de costume, Picasso aparenta estar mais velho do que estava na realidade”, explicou a curadora Malén Gual.
O segundo espaço é constituído pelas obras de artistas que frequentavam a cervejaria Els Quatre Gats, local que Picasso usava para se encontrar com outros artistas e onde, em 1900, expôs a primeira exposição individual.
Neste espaço, estão em exposição as obras do pintor espanhol Carles Casagemas, amigo de Picasso e com quem viajou para a Exposição Universal, em Paris, de 1900.
No segundo espaço também está um desenho do pintor espanhol Santiago Rusiñol, intitulado “Cabeza de hombre” de 1900, ao lado do retrato feito por Picasso.
Além do desenho de Santiago Rusiñol, está exposto, lado a lado, um retrato que Picasso fez do seu pai, em 1896, com o que fez Leandro Oroz Lacalle.
A mostra termina com um espaço que expõe as peças de artistas e amigos de Picasso, como é o caso das sete esculturas de Julio González e do autorretrato de Manolo Hugué.
“A partir de 1904, González foi viver para Paris e tornou-se colaborador de Picasso”, disse Manél Gual, “esculpiam peças juntos e alguns desenhos de González relevam semelhanças com os do período azul de Picasso”.
Pablo Picasso, nascido em Málaga, foi pintor, escultor, ceramista, cenógrafo, poeta e dramaturgo, e passou a maior parte da sua vida em França.
O artista ficou conhecido como cofundador do cubismo - ao lado de Georges Braque - e inventou uma série de técnicas.
Entre as suas obras mais famosas contam-se "As Meninas D’Avignon" (1907) e "Guernica" (1937).
* A quem puder ir a Barcelona tem aqui uma exposição imperdível.
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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
CESPU apresenta queixa-crime
contra presidente da Ordem
dos Médicos do Norte
Posição surge depois de António Araújo ter acusado o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), em Vila Real, de "dar cobertura" a um "falso" Curso de Medicina da CESPU.
A Cooperativa de Ensino Superior, Politécnico e Universitário (CESPU), sediada em Paredes, disse esta segunda-feira que vai apresentar uma queixa-crime contra o presidente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos por "falsas e difamatórias" acusações sobre a instituição.
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Esta posição surge depois de António Araújo ter acusado o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), em Vila Real, de "dar cobertura" a um "falso" Curso de Medicina da CESPU. "A CESPU lamenta que a Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, que nunca contactou a instituição para obtenção de esclarecimentos adicionais sobre a matéria, venha publicamente, na pessoa do seu presidente António Araújo, proferir juízos falsos sobre as instituições envolvidas.
Face à gravidade das afirmações proferidas, a CESPU irá agir judicialmente contra os responsáveis", referiu em comunicado. Para esclarecer a situação e demonstrar as "evidentes falsidades", a instituição de ensino vai solicitar a intervenção dos ministérios da Saúde e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
A CESPU adiantou que através dos seus estabelecimentos de ensino "nunca" submeteu à Agência de Acreditação do Ensino Superior (A3ES) um Curso de Medicina em colaboração com uma universidade espanhola como, diz, é do conhecimento das entidades competentes. "Os licenciados em Ciências Biomédicas que continuam os seus estudos numa outra universidade, portuguesa, espanhola ou de qualquer outro país, passam a ser alunos dessa universidade. Como acontece com os licenciados de qualquer outra instituição quando ingressam num dos cursos de Medicina das universidades, portuguesas através de concurso especial para licenciados", sustentou.
A cooperativa revelou ainda que "há muito é sabido" o seu interesse em lecionar o Mestrado Integrado em Medicina, sendo atualmente a única instituição com uma candidatura em avaliação pela A3ES. Aos alunos do Curso de Ciências Biomédicas é-lhes proporcionado, à semelhança de outras licenciaturas, ensino em ambiente real de trabalho, dado ser uma "mais-valia", podendo posteriormente prosseguir a sua formação em mestrados integrados, mestrados ou doutoramentos quer em Portugal, quer noutros países.
A CESPU, constituída em 1982, é uma instituição privada, sem fins lucrativos, que tutela administrativamente o Instituto Universitário de Ciências da Saúde e o Instituto Politécnico de Saúde do Norte, que integra a Escola Superior de Saúde do Vale do Ave e a Escola Superior de Saúde do Vale do Sousa.
* Cheira a esturro e muito. Aliás o ensino superior de Vila Real não anda nas bocas do mundo pelas melhores razões, estamos a lembrarmo-nos da questão relacionada com alunos brasileiros noticiada há uns meses atrás.
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HOJE NO
"OBSERVADOR"
Rússia declara ilegal a partilha
desta foto de Putin maquilhado
A partilha desta imagem de Vladimir Putin foi considerada ilegal pelo governo russo. Quem a partilhar terá de pagar 3 mil rublos russos. O resto do mundo tornou-a viral como forma de protesto.
O Ministério da Justiça russo incluiu esta imagem de Vladimir Putin
maquilhado num fundo semelhante à bandeira gay na lista de materiais
extremistas que não podem ser partilhados online no país, noticiou o The Moscow Times.
Quem violar a lei que proíbe a partilha deste cartaz sujeita-se a uma
multa de 3.000 rublos russos (50 euros) ou a 15 dias de detenção
administrativa, decidiu o Tribunal Distrital Central de Tver.
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A
imagem tinha sido criada em 2013 quando a Rússia aprovou uma série de
leis que sancionava as publicações que considerassem a homossexualidade
uma “conduta aceitável” e adjetivou-as de pornografia. Vladimir Putin
assinou leis que proibiam aos casais homossexuais de adotar crianças
russas e deu autorização à polícia para deter durante até 14 dias
turistas e estrangeiros suspeitos de serem gays ou defensores dos
direitos dos homossexuais. Nessa época, o cartaz tornou-se popular
durante as manifestações em frente à Duma Federal, que detém o poder
legislativo na Rússia. Agora, a ilustração, acompanhada pela hashtag
#Putinsofab, tornou-se viral no resto do mundo.
De acordo com o El País,
esta imagem começou a ser partilhada na rede social VK por Alexander
Tsvetkov, um cidadão russo, em 2014. Em maio de 2016, a fotografia foi
considerada “extremista” e foi eliminada das redes sociais juntamente
com outras publicações de Tsvetkov com críticas à administração de
Putin. Pouco depois, o perfil de Alexander Tsvetkov foi apagado do VK
por “infringir os termos e condições de utilização” deste Facebook
russo.
Esta imagem é a entrada número 4.071 na lista de materiais
extremistas da Rússia. Nela incluem-se também gravações áudio ou textos
publicados na Internet que põem em causa as políticas de Putin. Esta
imagem, que mostra o presidente russo numa ilustração ao estilo da “pop
art” de Andy Warhol, é descrita como “um cartaz que mostra um homem
parecido ao presidente russo, Vladimir Putin, com maquilhagem na cara,
pestanas e lábios. O autor ou autores sugerem no presidente uma
orientação sexual não standard“.
Esta não é a primeira paródia feita com o rosto de Vladimir Putin a tornar-se viral. Circula nas redes sociais um meme
do presidente russo dentro de um rio em cima de um urso, uma imagem que
é usada sempre que a mensagem dos internautas pretende ironizar o poder
dos políticos russos.
* Mesmo pintada de putina continua assassina.
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Papa alerta para interesses económicos
.no âmbito da biotecnologia
.no âmbito da biotecnologia
Recordou o perigo que existe pelo "mau uso do poder que as ciências e as tecnologias da vida põem nas nossas mãos"
O
papa Francisco alertou esta segunda-feira para a existência de
interesses entre "certos grupos industriais e comerciais" no âmbito da
biotecnologia, num encontro realizado no Vaticano.
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Durante
uma audiência concedida aos membros do comité nacional italiano para a
Biossegurança e Ciências da Vida, o papa recordou o perigo que existe
pelo "mau uso do poder que as ciências e as tecnologias da vida põem nas
nossas mãos".
"Quando as ligações
entre o poder tecnológico e o poder económico são mais estreitas, os
interesses podem condicionar estilos de vida e orientações sociais na
direção do benefício de certos grupos industriais e comerciais", disse.
Segundo Francisco, estes interesses podem atuar "em detrimento das populações e das nações mais pobres".
"Deixe-me
lembrar que as ciências e as tecnologias são feitas para o homem e para
o mundo, não o homem e o mundo para as ciências e tecnologias", disse
ainda.
* O sr. Francisco que preside à organização com o maior volume de negócios fraudulentos que há no mundo, tem muita lata, Deus lhe perdoe.
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