30/08/2009

FÉRIAS ECONÓMICAS



Um cartoon da ANTÓNIO MARTINS.
Parecendo que a crise bateu à porta dos políticos, resolveram trocar o hotel***** por um económico parque de campismo, só que azar foram todos parar ao mesmo. Descubra-os.............

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enviado por ANTÓNIO CUNHA

JARDIM ZOOLÓGICO DE LISBOA


FREITAS BRANCO - suite alentejana nº2

2ª DINASTIA - D. AFONSO V

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D AFONSO V


D. Afonso V
Monarca de Portugal

D. Afonso V, rei de Portugal

Ordem: 12.º Monarca de Portugal
Cognome(s): O AFRICANO
Início do Reinado: 9 de Setembro de 1438
regência até 11 de Julho de 1448
Término do Reinado: 29 de Agosto de 1481
Aclamação: Tomar,
11 de Setembro de 1438
Predecessor(a): D. Duarte
Sucessor(a): D. João II
Pai: D. Duarte,
Mãe: D. Leonor de Aragão
Data de Nascimento: 15 de Janeiro de 1432
Local de Nascimento: Sintra, Paço Real
Data de Falecimento: 29 de Agosto de 1481
Local de Falecimento: Sintra
Local de Enterro: Mosteiro de Santa Maria da Vitória, Batalha
Consorte(s): D. Isabel, Infanta de Portugal
Joana, a Excelente Senhora
Príncipe Herdeiro: Infante D. João (filho)
Dinastia: Avis

D. Afonso V, cognominado o Africano pelas conquistas que fez no norte de África, décimo segundo Rei de Portugal (terceiro da dinastia de Avis), nasceu em Sintra a 15 de Janeiro de 1432 e morreu na mesma vila a 28 de Agosto de 1481. Era filho do rei Duarte de Portugal e de sua mulher, a princesa Leonor de Aragão. Afonso V sucedeu a seu pai em 1438, com apenas seis anos.

Durante a sua menoridade, Portugal foi regido pela sua mãe, Leonor de Aragão, de acordo com o desejo expresso em testamento pelo rei Duarte de Portugal. No entanto, por ser mulher e estrangeira, Leonor de Aragão não era uma escolha popular e a oposição cresceu. O único aliado da rainha mãe era Afonso, irmão ilegítimo de Duarte e Conde de Barcelos. Em 1439, as Cortes decidem retirar a regência a Leonor e entregá-la a D. Pedro, Duque de Coimbra, o tio mais velho de Afonso. Como regente, Pedro procurou limitar o desenvolvimento de grandes casas aristocráticas, verdadeiros reinos dentro do reino, e concentrar o poder na pessoa do rei. O país prosperou sob a sua alçada, mas o ambiente político não era o mais saudável uma vez que D. Pedro interferia com a ambição dos nobres. O Conde de Barcelos, inimigo pessoal de D. Pedro, apesar de serem meios-irmãos, tornou-se no tio favorito de Afonso V e começou a conspirar pelo poder. Em 1442, D. Afonso nomeia este tio como primeiro Duque de Bragança. Com este título e terras adjacentes, D. Afonso torna-se no homem mais poderoso de Portugal e num dos mais ricos da Europa. Para assegurar a sua influência junto de D. Afonso, D. Pedro organiza o casamento do jovem rei com a sua filha Isabel de Coimbra.

A 9 de Junho de 1448, D. Afonso V atinge a maioridade e assume o controlo do reino. A 15 de Setembro do mesmo ano, desejoso de mostrar independência política, anula todos os editais aprovados durante a regência. A situação torna-se instável e, no ano seguinte, levado por informações que mais tarde viriam a provar-se falsas, D. Afonso declara o tio e sogro D. Pedro rebelde e inimigo do reino. Juntamente com Afonso de Bragança, derrota o Duque de Coimbra na batalha de Alfarrobeira, onde este é morto em combate. Depois desta batalha e da perda do mais notável príncipe da Ínclita geração, D. Afonso V passa a ser totalmente controlado pelo Duque de Bragança.

Finda a instabilidade interna, a atenção de D. Afonso V concentrou-se na expansão no Norte de África, iniciada em 1415 com a conquista de Ceuta. Em 1453 dá-se a queda de Constantinopla e o papa Calisto III, em 1456, apela a uma cruzada, a que D. Afonso V responde preparando um grande exército. Mas, frustrada esta missão, D. Afonso V retoma a campanha no Norte de África. O exército real conquistou, nas campanhas que valeram a D. Afonso o cognome de o Africano, Alcácer Ceguer (1458), Anafé (1464) e Arzila (1471); com a tomada desta praça caíram também nas mãos dos Portugueses as de Tânger e Larache. O rei subsidiou ainda as explorações do Oceano Atlântico, concedendo o comércio na Guiné a Fernão Gomes, com a condição de descobrir todos os anos 100 léguas de costa, o que o levaria até à costa de São Jorge da Mina. Organizadas pelo seu tio, o Infante D. Henrique, estas viagens não tiveram continuidade depois da morte deste em 1460. Do ponto de vista administrativo, D. Afonso foi um rei ausente, pouco preocupado com o desenvolvimento do comércio e a administração do reino.

D.Afonso V, o Africano

Com as campanhas africanas terminadas, D. Afonso V encontrou novas batalhas, desta vez políticas, na Península Ibérica e na vizinha Castela, onde um escândalo de consequências dinásticas acabava de começar. O rei Henrique IV de Castela morreu em 1474, tendo como única herdeira D. Joana, princesa de Castela. Mas a paternidade da princesa era contestada com base na suposta homossexualidade do rei e na relação da rainha, D. Joana de Portugal, irmã de D. Afonso, com um nobre chamado Beltrán de La Cueva. A nobreza e o clero estavam divididos, e uma parte apoiou a irmã de D. Henrique e tia de D. Joana, coroada como rainha Isabel I. É neste ponto que D. Afonso V interfere, casando em 1475 com a sobrinha e assumindo as suas pretensões ao trono. D. Afonso V declara-se rei de Castela e invade o país vizinho. A campanha resulta em fracasso, quando D. Afonso abandona o campo da batalha de Toro, onde as tropas de Castela foram lideradas pelo rei Fernando II de Aragão, recentemente casado com Isabel. D. Afonso procurou ainda o apoio de Luís XI de França, mas ao ver-se traído regressa a Portugal em 1477. Desiludido e com sintomas de depressão, D. Afonso retira-se para o convento de Varatojo em Torres-Vedras e abdica para o filho D. João, futuro D. João II de Portugal. Tendo-se retirado da vida política, morre em 1481.

Jaz no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha.

Descendência

Realeza Portuguesa
Casa de Avis
Descendência


D. ISABEL DE AVIZ


Isabel de Avis

Reinado 6 de Maio de 1447
2 de Dezembro de 1455
Nascimento 1432

Évora
Morte 2 de Dezembro de 1455
Sepultamento Capela do Fundador, Mosteiro da Batalha, Portugal
Consorte Afonso V
Filhos João
Santa Joana
João II
Casa Real Avis
Pai Pedro, Duque de Coimbra
Mãe Isabel de Aragão

D. Isabel, Rainha de Portugal, também chamada de D. Isabel de Lancastre, D. Isabel de Avis ou mais modernamente, no estrangeiro, D. Isabel de Coimbra; (1432 - 2 de Dezembro de 1455), rainha de Portugal, filha do Infante-Regente D. Pedro, Duque de Coimbra e de sua mulher a princesa D. Isabel de Aragão, condessa de Urgel, filha do rei Jaime II de Aragão. Casou em 6 de Maio de 1447 com o seu primo direito D. Afonso V.

A rainha D. Isabel viveu desde a infância um belo caso de amor com o seu rei e primo, junto de quem foi criada na corte de seu pai, o regente, e que lhe retribuia com fervor essa afeição. Sofreu cruel desgosto com a intriga urdida pelo 1º Duque de Bragança contra seu pai, que veio a culminar na Batalha de Alfarrobeira, não tendo este incidente no entanto diminuido a afeição e confiança absoluta existentes entre o Rei e a sua Rainha.

As rainhas de Portugal contaram, desde muito cedo, com os rendimentos de bens, adquiridos, na sua grande maioria, por doação. D. Isabel de Lencastre foi donatária de todas as vilas de D. Leonor, sua sogra. Morreu nova, como todos os infantes seus irmãos (a maior parte deles tendo morrido assassinados ou envenenados durante o seu exílio no estrangeiro). Foi mãe de D. João II e de Santa Joana Princesa, ou princesa Santa Joana de Portugal.

Sua irmã mais nova e solteira, D. Filipa de Lancastre, infanta de Portugal, que vivia recolhida, embora sem professar, no Mosteiro de Odivelas, serviu então de mãe aos filhos da Rainha. Criou D. João II na veneração da memória do avô materno, preservada por D. João ao criar o título de (segundo) Duque de Coimbra, e ao reconstituir a Casa do avô regente a favor de seu filho natural, D. Jorge de Lancastre, 2º Duque de Coimbra.

Antes de morrer, a rainha D. Isabel de Aviz vai obter do rei e marido o arrependimento pelo tratamento dado ao Infante das Sete Partidas, cuja desgraça causara espanto, escândalo e consternação na Europa de 1449; a reabilitação da memória de D. Pedro ficou manifesta nas grandes cerimónias, ordenadas por D. Afonso V, de trasladação processional do corpo do Infante assassinado - pois se deslocava para a corte, obedecendo ao chamado do rei, acompanhado apenas de uma pequena comitiva e não armados para a guerra - da humilde igrejinha de Alverca, onde por caridade o haviam sepultado em segredo, sob os degraus de pedra da entradinha, alguns pescadores do rio Tejo, para Sta. Maria da Vitória da Batalha, junto de seus pais e irmãos. Ali, na Capela do Fundador, jaz também D. Isabel e seu marido, pais, filhos e netos, por ser esta o panteão da Dinastia a que todos pertenciam.

Precedido por
Leonor de Aragão

Rainha de Portugal

14471455
Sucedido por
Joana de Castela,
a Beltraneja ou
a Excelente Senhora

INFANTE D. FERNANDO

Fernando, o Infante Santo

Bandeira pessoal do infante D. Fernando com a sua divisa: «Le bien me plaît»
Realeza Portuguesa
Casa de Avis
Descendência

Fernando de Portugal, dito o Infante Santo (29 de Setembro 1402 - 5 de Junho 1443), foi um príncipe de Portugal da Dinastia de Avis. Fernando era o sexto filho do rei João I de Portugal e de sua mulher Filipa de Lencastre, o mais novo dos membros da Ínclita Geração.

Fernando cedo se mostrou interessado na questão religiosa e, ainda muito jovem, foi ordenado Grão Mestre da Ordem de Avis pelo seu pai. Por ser o irmão mais novo, não tem acesso, como os mais velhos, a tantas riquezas, e intenta pôr-se ao serviço do Papa, do Imperador, ou de outro soberano europeu para ganhar prestígio e prebendas. Por motivação dos irmãos mais velhos acaba por desistir, virando as suas atenções para a luta em Marrocos, da qual lhe poderia vir imensa fortuna.

Assim, em 1437 participa numa expedição militar ao Norte de África, comandada pelo irmão mais velho o Infante D. Henrique, mas com o voto desfavorável dos outros infantes, Pedro, Duque de Coimbra e João, Infante de Portugal. A campanha revelou-se um desastre e, para evitar a chacina total dos portugueses, estabelece-se uma rendição pela qual as forças portuguesas se retiram, deixando o infante como penhor da devolução de Ceuta (conquistada pelos portugueses em 1415).

A divisão na metrópole entre os apoiantes da entrega imediata de Ceuta, ou a sua manutenção, conseguindo por outras vias (diplomática ou bélica), o resgate do infante, foi coeva da morte de D. Duarte, o que impediu um desfecho favorável à situação.

Fernando foi entretanto levado para Fez, sendo tratado ora com todas as honras, ora como um prisioneiro de baixa condição (sobretudo depois de uma tentativa de evasão gorada, patrocinada por Portugal). Daí escreve ao seu irmão D. Pedro, então regente do reino, um apelo patético, pedindo a sua libertação a troco de Ceuta. Mas a divisão verificada na Corte em torno deste problema delicado levam a que Fernando morra no cativeiro de Fez em 1443 - acabando assim o problema da devolução ou não de Ceuta por se resolver naturalmente. Pelo seu sacrifício em nome dos interesses nacionais, viria a ganhar o epíteto de Infante Santo.

Pesará sempre a lembrança da morte trágica de D. Fernando, e com a maioridade de Afonso V, seu sobrinho, desejoso de feitos guerreiros contra o Infiel em África, sucedem-se as tentativas de conquista, viradas sempre para Tânger, a fim de o vingar - primeiro em 1458 (acabando por desistir, dada a aparente inexpugnabilidade da cidade, e voltando-se para Alcácer Ceguer), depois nas "correrrias" de 1463-1464, enfim a tomada de Arzila em 1471, embora uma vez mais o objectivo fosse Tânger. De resto, após a tomada de Arzila, os mouros de Tânger, sentindo-se desprotegidos (pois eram a única praça muçulmana no meio de terra de cristãos) e abandonados pelo seu chefe (que a troco do reconhecimento, por Afonso V, do título de rei de Fez, concedia ao monarca português o domínio de todo a região a Norte de Arzila, na qual Tânger se encontrava), deixaram a cidade, facto que muito custou ao rei português, por se ver assim impossibilitado de fazer pagar cara a morte de D. Fernando.

Por meio desse mesmo tratado concluído com o agora rei de Fez, os restos mortais do Infante, que se achavam naquela cidade, passaram para as mãos dos portugueses, tendo sido solentemente transferidos para o Mosteiro da Batalha, onde hoje repousam ao lado dos pais e irmãos, na Capela do Fundador.

O seu culto religioso foi aprovado em 1470.

INFANTE D. JOÃO

João, Infante de Portugal

Brasão do infante D. João, Sr. de Requengos.

João de Portugal (Santarém, 13 de Janeiro de 1400Alcácer do Sal, 18 de Outubro de 1442) foi um infante de Portugal da dinastia de Avis, filho do rei D. João I e de sua mulher, a rainha Filipa de Lencastre. Foi condestável de Portugal, sucedendo a Nuno Álvares Pereira, e ainda senhor de Reguengos, Colares e Belas. Em 1424, João casou com a sobrinha Isabel de Bragança, filha do duque Afonso.

Durante o reinado de Duarte, João juntou-se ao irmão Pedro, duque de Coimbra na contestação à expedição a Tânger que haveria de acabar em desastre. Defendeu ainda a entrega da cidade de Ceuta, conquistada em 1415 em troca da liberdade do Infante Santo, mesmo contra a vontade do próprio.

No início do reinado do seu sobrinho Afonso V de Portugal, a regência do reino foi entregue a Leonor de Aragão, a rainha mãe. Esta decisão testamentária do falecido rei provocou contestação popular e ameaças de motins em Lisboa. Foi João que se instalou na capital, para evitar uma rebelião. Depois, recusando as ofertas de aliança de Leonor e Afonso, Conde de Barcelos (o futuro Duque de Bragança), defendeu a realização de cortes para nomear o duque de Coimbra novo regente.

Descendência

Realeza Portuguesa
Casa de Avis
Descendência


3 - MOSTEIRO DA BATALHA

ÁREAS

Capela- mor
A Capela-Mor parece ser de acabamento posterior, com o seu arco triunfal acairelado, podendo igualmente considerar-se duas as fases de trabalho das capelas colaterais. Na zona das dependências claustrais é possível que os trabalhos tivessem avançado mais rapidamente do que no corpo do templo. As galerias norte e ocidental estariam já levantadas, mas foi Huguet quem terá dado acabamento às do lado sul e nascente (todas elas com sete tramos), respeitando porém o traçado anterior, com abóbadas em cruzaria de grandes chaves unidas por cadeia longitudinal, sem mísulas, descansando em finos colunelos de um e de outro lado das paredes.

Sala do Capítulo
Coube ao mestre Huguet finalizar a célebre Sala do Capítulo (Túmulo do Soldado Desconhecido), de planta quadrada, coberta por uma abóbada de estrela de um só voo. Esta abóbada é, efectivamente, uma obra de notável técnica construtiva gótica[8], sendo formada por dezasseis nervuras radiais, oito lançadas das paredes, as restantes lançadas das chaves secundárias exteriores, convergindo para uma grande chave central de decoração vegetalista, desenvolvida em duas coroas. A face exterior desta sala, deitando para a galeria do claustro, é formada por um portal central de rasgamento profundo ― com cinco arquivoltas de fora e quatro do lado de dentro ―, o vão ornado por cogulhos radiantes. De cada lado abrem-se dois grandes vãos quebrados, preenchidos cada um deles por duas janelas geminadas com uma bandeira recortada e rendilhada segundo preceitos do gótico flamejante. São sobrepujadas por um óculo.

A sala capitular possui ornamentação figurativa digna de registo: o programa dominante é mariológico, assinalando-se na janela sul virada para a crasta em dois capitéis, a representação de uma Anunciação, com a virgem à direita e o anjo à esquerda. Nossa Senhora segura uma vasilha com o seu braço direito ― tendo o colo ornado por um colar de pendentes em forma de mão (signos apotropaicos) ― e o anjo a típica filcatéria enrolada em torno do corpo.

Outro elemento iconográfico bastante conhecido, é a representação, numa das mísulas, do que se supõe ser, com bastante razão, o mestre pedreiro, em fórmula de retrato (é notoriamente individualizada a expressão do rosto). Vestido com traje de inícios do século XV, uma túnica cintada por faixa, chapéu de turbante traçado e pendente, segura na mão esquerda uma régua tendo a outra mão pousada no joelho direito.

Capela do Fundador

Capela do fundador

Um dos mais importantes edifícios adjacentes ao mosteiro e que marca indelevelmente o seu carácter «real», sendo bem esclarecedor quanto aos intentos envolvidos é, precisamente, a chamada Capela do Fundador. Trata-se de uma construção situada à direita do templo, encostada ao flanco exterior da nave sul, por onde se faz a entrada. Possui planta quadrada, na qual se inscreve ao centro um octógono, que se desenvolve em volume para cima, ao nível do seu segundo andar ― um octógono que funciona, também, como lanterna. Esta capela foi traçada por mestre Huguet e encontrava-se ainda em obras em 1426, sendo terminada pouco depois do falecimento do monarca, que para ali foi trasladado, juntamente com o corpo da rainha, um ano depois (1434).

Pelo exterior, impõe-se como uma massa homogénea acentuando a horizontalidade do frontispício do templo. Oferece três faces livres, cada uma das quais ritmada por dois contrafortes, e onde se rasgam três janelões, com o que fica a eixo mais largo do que os restantes. Em cima, salienta-se o exterior do octógono central de onde partem oito arcobotantes acailerados apoiados nos contrafortes exteriores, que se prolongam em Pegões pinaculados além do terraço. O conjunto é rematado por um friso de grilhagens flamejantes. Originalmente, o octógono era coroado por um grande coruchéu em agulha, que caiu com o terramoto de 1755.

No interior, a luz irrompe dos janelões da fachada e das frestas de dois lumes existentes em cada face do octógono central. É uma luz diáfana, que incide particularmente no centro do monumento, onde se ergue o mausoléu do rei e da rainha. A abóbada é complexa, formada por arcos cruzeiros que, partindo de baquetas embebidas nas paredes, entroncam em chaves centrais, a partir das quais as nervuras despejam o seu peso sobre as baquetas da face exterior do octógono central, compondo, desta forma, uma espécie de nave ou deambulatório.

O octógono propriamente dito, no centro do edifício, é formado por oito pilares compósitos, de colunas enfeixadas e abre-se através de oito arcos apontados com o intradorso ornado de cairéis trilobados. O seu interior é de «dois andares»: o inferior corresponde aos pilares e arcos, enquanto no andar superior se rasgam as janelas lanternárias. Também a abóbada deste corpo central é estrelada, com oito braços principais, oito terceletes e dezasseis nervuras secundárias, apoiadas em oito chaves radiais e uma chave central de grande diâmetro, mostrando o rendilhado, no meio da qual se inscrevem, em relevo, as armas reais. Nas paredes rasgam-se arcos sólidos que albergam os túmulos dos príncipes de Avis: D. Pedro, sua mulher e D. Fernando[9]. Os túmulos dentro do nicho de volta quebrada com arquivolta exterior em contracurva, possuem frontais em relevo decorados com os brasões dos príncipes, enquadrados por ornamentação floral, sendo na sua totalidade um dos primeiros e mais profusos conjuntos de heráldica familiar de grande porte existente em Portugal, de acordo, aliás, com esquemas certamente importados de Inglaterra. Outros arcos sólidos vazios previam mais deposições tumulares, mas foram desaproveitados atendendo à decisão de D. Duarte em construir novo panteão, vindo a ser preenchidos somente em 1901.

Panteão de D. Duarte

Capelas imperfeitas

O Panteão de D. Duarte, também conhecido por Capelas Imperfeitas, foi planeado tendo em conta uma leitura rigorosa do testamento de D. João I, optando aquele monarca por criar o seu próprio espaço funerário. Assim, D. Duarte deu início à edificação de uma rotunda atrás da cabeceira. De qualquer modo, as obras, também conduzidas por Huguet, não foram terminadas, uma vez que a sua edificação terá começado sensivelmente em 1434, tendo o monarca falecido quatro anos depois, deixando-as incompletas. Mas o traçado estava certamente delineado e as obras dos reinados seguintes foram lentamente tentando rematar o edifício, tendo porém ficado por fazer o principal: o lançamento da grande abóbada central. Ao contrário do que se possa julgar, esta operação não levantaria grandes problemas técnicos visto que o vão a cobrir pouco maior era do que o existente na Sala do Capítulo.

Tratava-se, efectivamente, de um edifício com um corpo central octogonal e entrada a eixo (articulada com a cabeceira por um átrio abobadado), à volta do qual se dispunham sete capelas radiantes. Nascendo dos grandes maciços polistilos que conformam a estrutura, levantar-se-ia um corpo octogonal provido de grandes janelões, abobadado e devidamente escorado em arcobotantes, previsto para configurar um amplo espaço de planta centrada completamente unificado. As capelas existentes abrem-se para o recinto através de grandes arcos quebrados acairelados, possuindo cada uma delas um coro recto e um topo prismático de três faces, com um só janelão de dois lumes em cada face e cobertura de abóbada nervurada. Entre as capelas, servindo de reforço, abrem-se seis pequenas áreas de planta triangular, sem acesso, mais baixas que as capelas e decoradas exteriormente com um janelão.

Nas capelas foi dado um acabamento posterior e mais cuidado à que se destinava a receber o mausoléu de D. João II e D. Leonor, tendo as obras sido patrocinadas pela rainha. A data desta intervenção é difícil de determinar, podendo ser bastante tardia. De qualquer modo, a decoração deste trecho atinge proporções verdadeiramente assombrosas, sendo um exemplo único no gótico português. As nervuras são acaireladas, com nervos secundários de função apenas escultórica, mas com pequenas chaves em cúspide invertida, decoradas com motivos vegetalistas trepanados, sendo as chaves maiores rendilhadas, apresentando, por sua vez, as armas reais e o «corpo de empresa» de D. João II (o pelicano) e da Rainha D. Leonor (o camaroeiro).

Refeitório
O Refeitório é coberto por abóbadas de berço quebrado de quatro tramos marcados por arcos torais e apoiada em mísulas sobre friso circundante.

Claustro Real

Claustro

O Claustro Real é de um só piso com sete tramos por ala, constituídos por arcos quebrados, de vãos dissemelhantes, com bandeiras rendilhadas apoiadas em colunelos esculpidos, entre contrafortes com ressaltos, rematados por pináculos piramidais. Tem galerias cobertas por abóbadas de cruzaria de ogivas com cadeia longitudinal, assentes em meias-colunas fasciculadas com capitéis vegetalistas em dois andares, e remate em platibanda rendilhada com flores-de-liz. No cunhal, foi edificado um torreão octogonal de remate piramidal. No interior, encontra-se uma fonte com bacia lobulada e duas taças polilobadas escalonadas, a primeira com máscaras semi-vegetalistas. Tem uma cobertura em abóbada de cruzaria de ogivas com cadeia, apoiada em pilares fasciculados.

Claustro D. Afonso V
O Claustro D. Afonso V tem dois pisos, o primeiro de sete tramos por ala marcados por contrafortes entre arcos duplos quebrados assentes em colunas facetadas grupadas transversalmente sobre murete. Tem galerias abobadadas de cruzaria de ogivas com arcos torais robustos, apoiadas em mísulas cónicas lisas. O segundo piso tem um alpendre assente em colunas prismáticas sobre parapeito e contrafortes diagonais que sobem até ao beiral.

A importância do estaleiro da Batalha deu origem a outros estaleiros que reflectem as aportações do gótico tardio, quase sempre fruto do recrutamento de oficiais ou mestres secundários que fizeram ali o seu tirocínio.

1 - AS GRANDES NAVEGAÇÕES

GIL EANES

Estátua de Gil Eanes em Lagos.

Gil Eanes foi um navegador português, escudeiro do Infante D. Henrique, e cuja biografia permanece ainda pouco conhecida e muito discutida. Foi o primeiro a navegar para além do Cabo Bojador, em 1434, dissipando o terror supersticioso que este promontório inspirava e iniciando assim a época dos "grandes descobrimentos".

O Infante D. Henrique conseguiu incentivar Gil Eanes a tentar a proeza da passagem. Ao dobrar o cabo, reforçou o papel de Portugal como nação marítima. De acordo com Gomes Eanes de Zurara, o Infante o armou cavaleiro e arranjou-lhe um rico casamento.

Sabe-se que em 1446 partiu para a exploração da costa da actual Mauritânia e combate aos Muçulmanos que tentavam impedir os progressos da navegação portuguesa através da pirataria, de onde trouxeram o maior número de escravos de sempre. Regressou a meio da viagem devido ao mau tempo, não havendo mais dados biográficos concretos a partir dessa data, embora alguns historiadores afirmem que continuou a sua vida em Lagos. Este navegador permitiu um grande avanço na época dos descobrimentos.

Entre 1424 e 1433, D Henrique enviou 15 expedições com a pesada missão de sobrepujar o cabo maldito. Todas Fracassaram.

O Cabo bojador era conhecido como cabo do medo. A 5 quilômetros da costa do cabo, em alto mar a profundidade é de apenas 2 metros, provavelmente devido ao assoreamento provocado por milhares de anos de tempestades de areia sopradas pelo deserto do Saara. Ondas altíssimas e recifes de arestas pontiagudas, fervilham àquela região tornando a navegação muito arriscada.

Em maio de 1434, Gil Eanes aparelhou uma barca de 30 toneladas, com um só mastro, e uma única vela redonda e também movida a remos e parcialmente coberta. Com ela ao chegar nas proximidades do cabo do medo, decidiu manobrar para oeste afastando-se da costa africana. Após um dia inteiro de navegação longe da costa, deparou com uma baía plácida de ventos amenos, e então dobrou para sudeste e logo percebeu que havia deixado o cabo bojador para trás.

wikipédia

TANGER

Vista da baía de Tânger, durante o pôr-do-sol.

Tânger (طنجة, transl. Tandja, em berbere e árabe, Tanger em francês) é uma cidade do norte de África, situada junto ao estreito de Gibraltar, onde começa a orla atlântica do Marrocos. É a capital da região de Tanger-Tétouan, e sua população, segundo o censo de 2004, é de 669.680 habitantes.

História

Tânger é uma antiga cidade fenícia, fundada por colonos cartaginenses no início do século V a.C.. Seu nome provavelmente se originou da deusa berbere Tinjis (ou Tinga), e ela continuou a ser um importante centro urbano para os berberes, o povo tradicionalmente nômade nativo da região. Moedas antigas se referem à cidade como Tenga, Tinga e Titga, e autores gregos adotaram diferentes variações do nome.

De acordo com a mitologia berbere, a cidade teria sido fundada por Sufax, filho de Tinjis, esposa do herói berbere Anteu. Segundo os gregos, Anteu seria um gigante, cuja tumba e esqueleto estariam nas redondezas, e alegavam que Sufax seria filho de Hércules com a viúva de Anteu. As "cavernas de Hércules", a alguns quilômetros da cidade, estão entre as principais atrações turísticas; de acordo com a lenda, Hércules teria passado a noite ali antes de realizar um de seus doze trabalhos.

Os romanos chamaram-lhe Tingis, donde advém o adjectivo tingitana para designar esta terra desde a Antiguidade. A cidade passou para o jugo romano no século I a.C., primeiro como uma aliada independente e, posteriormente, sob o imperador Augusto, como uma colônia (Colonia Julia, no governo de Cláudio), capital da Mauretânia Tingitana. Foi o local do martírio de São Marcelo de Tânger.[1] No século V d.C., os vândalos conquistaram e ocuparam a Tingitana, e de lá partiram para a conquista do Norte da África. Um século mais tarde, entre 534 e 682, a região fez parte do Império Bizantino, antes de cair sob o domínio árabe em 702. Devido ao seu passado cristão, ainda é uma diocese titular da Igreja Católica.[2]

Os portugueses tentaram conquistar a cidade em 1437, durante o período henriquino, apesar da oposição inicial do Rei D. Duarte e da desaprovação do infante D. Pedro, as cortes reunidas em Évora em Abril de 1436 votaram os créditos para a empresa. Rui de Pina afirma que na armada havia apenas 6000 homens, número insuficiente para atacar a poderosa praça do Magrebe.

Em Setembro o infante D. Fernando embarcou em Ceuta com destino a Tânger e o exército comandado pelo infante D. Henrique tomou, por terra, a mesma direcção. Os mouros defenderam-se comandados por Sala ben Sala, que era o capitão de Ceuta quando D. João I tomara esta cidade em 1415.

Dia de mercado no exterior das muralhas de Tânger (1873)

Os portugueses, derrotados após a tentativa, deixaram ficar o infante D. Fernando como prisioneiro, uma vez que o seu resgate passava pela devolução da praça de Ceuta aos marroquinos, o que não foi aceite pelas Cortes portuguesas. Por este motivo, D. Fernando viria a falecer cativo em Fez, em 1443, às mãos dos mouros, advindo daí a tradição de lhe ver o seu cativeiro como motivo de santidade, passando a ser conhecido como o Infante Santo.

Em 1458, e antes de atacar Alcácer Seguer, a armada de D. Afonso V esteve dois dias ancorada na baía de Tânger, tendo o rei planeado a sua conquista no que foi contrariado pelo Conselho. Três vezes tentou atacar a famosa cidade, sempre com mau resultado. Em 1471, com a tomada de Arzila, os habitantes de Tânger compreendendo que o objectivo final era a tomada da sua cidade, abandonaram-na. Foi então ocupada por D. João, filho do duque de Bragança no mesmo ano por ordem de D. Afonso V. As relíquias de D. Fernando só então foram recuperadas e solenemente transladadas para o Panteão Régio na Batalha, onde ainda hoje repousam, na Capela dos Fundadores.

No domínio eclesiástico, Tânger pertenceu ao bispado unido de Ceuta e Tânger. Com o início do século XVI, Tânger permaneceria sempre em pé de guerra, interrompida apenas por breves intervalos de tréguas.

Surge então o plano de abandono de algumas praças portuguesas de Marrocos exposto por D. João III, em 1532, ao Papa. No entanto, em 1534, num pedido de consulta aos principais conselheiros do Reino, o monarca demonstra a sua vontade em conservar Tânger como base de ataque ao reino de Fez. As Cortes de 1562-63, reunidas depois do cerco de Mazagão, insistiram pela sua defesa e pediram o reforço da guarnição. Em 1578, por alturas da expedição que viria a partir de Arzila para Alcácer-Quibir, o rei encontrou em Tânger Mulei Moamede Almotoaquil, o xerife deposto por Mulei Abde Almélique.

A cidade permaneceu em mãos portuguesas até 1661, altura em que, ao abrigo do tratado de paz e amizade firmado com a Grã-Bretanha, a mão da princesa Catarina de Bragança, filha de D. João IV, foi cedida em casamento ao rei Carlos II de Inglaterra, levando no seu dote as cidades de Tânger e de Bombaim (na Índia). Uma esquadra desambarcou ali nesse mesmo ano e a guarnição e quase toda a população portuguesa regressaram ao Reino. No entanto o dominio inglês sobre a cidade durou pouco tempo. Em 1679 o sultão Moulay Ismail de Marrocos tenta sem exito ocupar a cidade, mas mantêm um grande bloqueio que finalmente leva à retirada inglesa no dia 6 de Fevereiro de 1684.

Já no século XX, Tânger esteve na base de uma crise internacional que precedeu a I Guerra Mundial, devido ao facto do kaiser Guilherme II da Alemanha aí querer estabelecer os interesses germânicos, chocando com a França, que tentava também controlar o sultanato.

Tânger, zona internacional (1923-56)

Tendo Marrocos tornado-se um protectorado francês em 1912, a cidade acabou por ser declarada zona internacional (administrada pelo Reino Unido, Espanha, França, a partir de 1923 também por Portugal, Itália, Bélgica, Países Baixos, Suécia, Estados Unidos e, desde 1945, União Soviética). Foi depois reunida ao reino de Marrocos, aquando da independência deste último, em 1956.

Património edificado

Em termos de património edificado, a cidade mantém diversos vestígios da ocupação portuguesa em bom estado de conservação, como a antiga fortaleza e igrejas, com destaque para a Catedral de Nossa Senhora da Conceição.

Economia

Tânger vista dum satélite.

Tânger é o segundo centro industrial mais importante do Marrocos, depois de Casablanca, com indústrias têxtil, química, metalúrgica e naval. Atualmente, a cidade possui dois parques industriais, que têm o estatuto de zona franca (ver Zona franca de Tânger).

A economia de Tânger se baseia fortemente no turismo. O número de resorts à beira-mar vem aumentando, com projetos patrocinados por investimento estrangeiro. Companhias do setor imobiliário e do setor de construção civil vêm investindo cada vez mais na infraestrutura turística.

O comércio artesanal na cidade velha (medina) se especializou principalmente em produtos de couro, manufacturas de madeira e prata, roupas tradicionais, e calçados.

A agricultura da área é terciária, e basicamente produz cereais. A cidade experimentou os efeitos do êxodo rural de cidades e aldeias vizinhas. A população quadruplicou durante um período de 25 anos: um milhão de habitantes em 2007, contra apenas 250 000 em 1982. Este fenômeno provocou a aparição de distritos suburbanos periféricos, habitados, principalmente, pela população pobre, que não possui as condições básicas de infraestrutura.

Pessoas famosas nascidas em Tânger

wikipédia