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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
02/09/2020
CAROLINA LEITE
As vindimas, representam uma época por excelência desta região. Em tempos antigos, eram vistas como uma verdadeira festa em que amigos e família se juntavam para colher as uvas e muito convívio. Com o decurso do tempo, passaram a ser uma oportunidade de trabalho temporário. Representando, assim, o setor com maior expressão relativamente a trabalho sazonal nesta região.
Com o êxodo para o litoral e, o aumento da população envelhecida a mão de obra necessária começou a escassear o que levou muitos viticultores a recorrerem a empreiteiros agrícolas, empresas de prestação de serviço que mediante retribuição acordada, arranjam pessoal para fazer o trabalho necessário. Os/as vindimadores são muitas vezes de concelhos longínquos como, frequentemente se vê equipas de trabalhadores de Resende a trabalharem em quintas no Pinhão.
O transporte destas equipas, nem sempre é feito nas condições exigidas, agravando-se este facto com a pandemia da covid-19. Como por exemplo, passageiros a mais nos veículos ou, transportes dentro das quintas em carrinhas de caixa aberta sem as mínimas condições de segurança, acabando por colocar em risco a vida dos/as vindimadores.
O horário mais comum estabelece que o/a vindimador inicie o seu trabalho às 7:30h da manhã e, termine às 17h. Uma equipa de Resende para estar no Pinhão às 7:30h da manhã, tem de sair de casa por volta das 5:30 h da manhã e, volta a entrar em casa perto das 19h. Horários difíceis para quem tem família, nomeadamente para as mulheres que têm normalmente toda a lide doméstica a seu encargo.
O/a vindimador trabalha de sol a sol, com um pequeno intervalo a meio da manhã e 1h de almoço, que muitas vezes não é feito devidamente. Uma vez que a tradição dos proprietários darem o almoço aos/as trabalhadores desapareceu e, negociar com os empreiteiros é extremamente complicado.
O trabalho desenvolvido é, na sua grande maioria não declarado e executado em condições deficitárias, ausência de higiene e falta de segurança. Como se trata de um trabalho sazonal, há quase um convénio entre os empreiteiros agrícolas e os/as trabalhadores que não se importam em não declarar o rendimento.
Esta situação parecia ter abrandado um pouco. Todavia, devido à situação económica mais difícil que muitas famílias vivem devido à pandemia, é possível que os números voltem a aumentar.
Relativamente à remuneração, o valor em si sofreu uma subida gradual nos últimos anos, contudo, persiste o fosso salarial entre homem e mulher. Isto porque, os homens são quem acartam os cestos e, as mulheres quem corta as uvas e, quem acarta os cestos recebe mais do quem corta as uvas.
Tal situação, acontece pelo princípio histórico de que o trabalho do homem é mais pesado que o da mulher. Logo, o homem recebe mais. Porém, em pleno século XXI, já se deveria entender que passar 8h de cócoras a cortar uvas com temperaturas de 30 graus, é igualmente desgastante e extenuante. Portanto, a remuneração tem de ser igual. Mas, mais do que ser igual, a remuneração tem de ser justa!
Esta, é, de forma muito sintetizada a conjuntura atual das vindimas no Douro e, que se mantém há alguns anos.
Todos os pontos aqui referidos, são de conhecimento geral. Sociedade civil, Câmaras Municipais, Comunidade Intermunicipal, Autoridade para as Condições de Trabalho, Autoridades Policiais que, durante a época de vindimas intensificam as ações de fiscalização. Contudo, as mesmas mostram-se insuficientes, muito por serem ações de fiscalização isoladas, deixando brechas para que as situações supra mencionadas persistam.
Assim, urge a necessidade de se começar a intensificar o debate a nível regional e nacional sobre as condições em que os/as vindimadores prestam o seu serviço, intensificar a fiscalização das empresas agrícolas de forma a evitar o trabalho não declarado, bem como tabelar uma remuneração justa e igualitária para todos/as vindimadores.
Urge a necessidade de intensificar o debate pela tutela da dignidade dos/as vindimadores do Douro.
IN "ESQUERDA"
30/08/20
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DMS1
Destacamento de Mergulhadores Sapadores Nº1
* Os Destacamentos de Mergulhadores Sapadores nº1 e nº2 estiveram ontem, dia 1 de setembro de 2020 de parabéns, pelos 47 anos ao serviço de Portugal.
Foi no dia 1 de setembro de 1973 que estes dois Destacamentos viriam a ser elevados ao, atual, escalão de Destacamentos, e garantindo também o legado das antigas Unidades de Mergulhadores Sapadores.
No final da década de noventa, cada Destacamento de Mergulhadores Sapadores (DMS) especializou-se numa área distinta, ficando atribuídas ao DMS1 as operações especiais (sabotagem submarina e reconhecimento avançado de costa) e as operações de inativação de engenhos explosivos - Explosive Ordnance Disposal (EOD), por seu lado ao DMS2 ficaram atribuídas as operações de Salvação Marítima e Salvaguarda da vida humana no mar (Search and Rescue – SAR).
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