Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
06/03/2016
UMA GRAÇA PARA O FIM DO DIA
.
.
"TOMADA DE
DECISÃO"!
DE DIAGNÓSTICO
Decidir não é tarefa fácil, esta série não é a solução para quem decide mas ajuda muito.
*
As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à
mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios
anteriores.
.
.
António Guterres
Os refugiados
têm o direito
de serem protegidos
António Guterres , alto comissário das Nações Unidas para Refugiados, acredita que podemos solucionar a crise global de refugiados, e nos apresenta razões convincentes e surpreendentes pelas quais devemos tentar.
Numa conversa com Bruno Giussani, apresentador da TED, Guterres fala sobre as causas históricas da crise atual e descreve o humor dos países europeus que estão tentando registrar, abrigar e reassentar centenas de milhares de famílias desesperadas.
Panorama: Guterres faz um apelo por uma ação multilateral em prol da aceitação e do respeito, para resistir à propaganda antirrefugiados e à máquina de recrutamento de grupos como o ISIS.
Numa conversa com Bruno Giussani, apresentador da TED, Guterres fala sobre as causas históricas da crise atual e descreve o humor dos países europeus que estão tentando registrar, abrigar e reassentar centenas de milhares de famílias desesperadas.
Panorama: Guterres faz um apelo por uma ação multilateral em prol da aceitação e do respeito, para resistir à propaganda antirrefugiados e à máquina de recrutamento de grupos como o ISIS.
.
MAFALDA ANJOS
.
IN "VISÃO"
04/03/16
.
A curva da felicidade
e o número de filhos
Em matéria de filhos, a soma das partes não é aritmética linear. A cada nova adição, a felicidade cresce mais do que o produto que lhe foi somado
A
melhor surpresa do mundo chegou-me em forma de vida: quando estava de
“assunto despachado” (já ninguém sequer ousava perguntar quando é que
vem o quarto, naquele jeito tão português de se meter na vida alheia),
nada de fraldas ou chuchas pela casa, três filhos crescidos e respetiva
parafernália infantil oferecida a perder de vista, eis que fiquei
grávida outra vez. Faz hoje dois anos que a minha vida voltou ao
rebuliço das noites mal dormidas, fraldas sujas, choros e febres. A
melhor coisa do mundo.
Ter filhos faz mal à carteira (sobretudo em Portugal) mas tão bem à alma. Sei, por experiência própria, que os filhos multiplicam as alegrias e dividem as tristezas. Fazem disparar os decibéis, mas encolher as angústias. Subtraem-nos tempo, mas acrescentam capacidade de organização e superação. Fazem aumentar a carga de trabalhos mas relativizar as preocupações com o trabalho. Causam estrias, dores de costas, rugas e cabelos brancos, mas fazem-nos descobrir melhores versões de nós próprios, mais completas, mais generosas, mais bondosas.
Que me perdoe Pitágoras, mas tenho a certeza que em matéria de número de filhos, a soma das partes não é aritmética linear. A cada nova adição, a felicidade cresce mais do que o produto que lhe foi somado. Um mais um não é igual a dois. Dois mais um não é igual a três. E então três mais um não é mesmo igual a quatro. É muito mais, é muito melhor.
Os filhos são, de longe, os melhores ansiolíticos e anti-depressivos. Não sou só eu que o digo. No relatório sobre a satisfação de vida dos europeus do Eurostat - onde Portugal figura como sempre bastante abaixo da média europeia, apenas atrás da Bulgária e ao lado de países como Grécia, Hungria e Chipre – uma evidência ressalta: as famílias com três ou mais filhos são as mais felizes.
Numa escala de 0 a 10, em que zero é o máximo da infelicidade e o 10 um êxtase, os homens sozinhos com menos de 65 anos foram os que se disseram menos satisfeitos com a vida (6,6 pontos), enquanto os agregados familiares com dois adultos e pelo menos três filhos estão no topo no ranking da alegria, com 7,4 pontos. Muitos outros trabalhos científicos conduzidos em países desenvolvidos apontam no mesmo sentido. A curva de felicidade entre os casais é sui generis - o segredo é não ter filhos, ou ter muitos, concluiu um estudo mais antigo (de 2011) da The State of Our Union (um observatório sobre o estado do casamento na América, bastante conservador, note-se). Um estudo da universidade Edith Cowan, em Perth (Austrália), divulgado no ano passado, conduzido por psicólogos durante cinco anos, concluiu que famílias com quarto ou mais crianças têm mais satisfação com a vida.
O quarto filho é em tudo igual ao primeiro. O mesmo entusiasmo pateta com as primeiras conquistas, a mesma alegria irracional a cada etapa normal do seu crescimento. Só que ao quarto filho já nos esquecemos das fraldas e das chuchas quando saímos, não metemos gorros em dias de vento e não ligamos nenhuma à introdução alimentar faseada nem às tosses com expetoração ou às febres abaixo dos 40ºC.
Perguntam-nos frequentemente, como é que damos conta do recado, se ambos trabalhamos. Dando, pois então. Com a enorme vantagem de termos emprego e uma vida confortável – quantos não têm a mesma sorte? E falhando, é certo, muitas vezes. Falhamos grandiosamente em todas as frentes – não somos os pais mais presentes do mundo, não somos os trabalhadores mais workhalic de Portugal, não somos os filhos e netos mais fantásticos, não somos os amigos mais divertidos para os copos. Mas falhamos o melhor que conseguimos. Procurando fazer a cada dia um bocadinho melhor, com a certeza que amanhã vamos descabelar-nos na mesma, berrar e violar muitas das bonitas regras dos livros de psicologia infantil.
Ter filhos faz mal à carteira (sobretudo em Portugal) mas tão bem à alma. Sei, por experiência própria, que os filhos multiplicam as alegrias e dividem as tristezas. Fazem disparar os decibéis, mas encolher as angústias. Subtraem-nos tempo, mas acrescentam capacidade de organização e superação. Fazem aumentar a carga de trabalhos mas relativizar as preocupações com o trabalho. Causam estrias, dores de costas, rugas e cabelos brancos, mas fazem-nos descobrir melhores versões de nós próprios, mais completas, mais generosas, mais bondosas.
Que me perdoe Pitágoras, mas tenho a certeza que em matéria de número de filhos, a soma das partes não é aritmética linear. A cada nova adição, a felicidade cresce mais do que o produto que lhe foi somado. Um mais um não é igual a dois. Dois mais um não é igual a três. E então três mais um não é mesmo igual a quatro. É muito mais, é muito melhor.
Os filhos são, de longe, os melhores ansiolíticos e anti-depressivos. Não sou só eu que o digo. No relatório sobre a satisfação de vida dos europeus do Eurostat - onde Portugal figura como sempre bastante abaixo da média europeia, apenas atrás da Bulgária e ao lado de países como Grécia, Hungria e Chipre – uma evidência ressalta: as famílias com três ou mais filhos são as mais felizes.
Numa escala de 0 a 10, em que zero é o máximo da infelicidade e o 10 um êxtase, os homens sozinhos com menos de 65 anos foram os que se disseram menos satisfeitos com a vida (6,6 pontos), enquanto os agregados familiares com dois adultos e pelo menos três filhos estão no topo no ranking da alegria, com 7,4 pontos. Muitos outros trabalhos científicos conduzidos em países desenvolvidos apontam no mesmo sentido. A curva de felicidade entre os casais é sui generis - o segredo é não ter filhos, ou ter muitos, concluiu um estudo mais antigo (de 2011) da The State of Our Union (um observatório sobre o estado do casamento na América, bastante conservador, note-se). Um estudo da universidade Edith Cowan, em Perth (Austrália), divulgado no ano passado, conduzido por psicólogos durante cinco anos, concluiu que famílias com quarto ou mais crianças têm mais satisfação com a vida.
O quarto filho é em tudo igual ao primeiro. O mesmo entusiasmo pateta com as primeiras conquistas, a mesma alegria irracional a cada etapa normal do seu crescimento. Só que ao quarto filho já nos esquecemos das fraldas e das chuchas quando saímos, não metemos gorros em dias de vento e não ligamos nenhuma à introdução alimentar faseada nem às tosses com expetoração ou às febres abaixo dos 40ºC.
Perguntam-nos frequentemente, como é que damos conta do recado, se ambos trabalhamos. Dando, pois então. Com a enorme vantagem de termos emprego e uma vida confortável – quantos não têm a mesma sorte? E falhando, é certo, muitas vezes. Falhamos grandiosamente em todas as frentes – não somos os pais mais presentes do mundo, não somos os trabalhadores mais workhalic de Portugal, não somos os filhos e netos mais fantásticos, não somos os amigos mais divertidos para os copos. Mas falhamos o melhor que conseguimos. Procurando fazer a cada dia um bocadinho melhor, com a certeza que amanhã vamos descabelar-nos na mesma, berrar e violar muitas das bonitas regras dos livros de psicologia infantil.
*
Germanófila por educação, entranhou-se-lhe o método e uma certa ética alemã, além do gosto por Kartoffelsalat. Estudou para advogada e chegou a pensar que ia ser constitucionalista (se conseguisse sobreviver ao tédio que a toga lhe inspirava), mas viu a luz no jornalismo. 10 anos na economia, em que passou por vários títulos, deixaram-lhe o vício pelos números. No Expresso, onde editou a revista durante 7 anos, aprofundou múltiplos interesses, que vão da ciência à política.
Gadget freak, atenta às tendências globais, devoradora de revistas, esteta q. b.. Precisa de wireless como de água potável e destressa a cozinhar. Quatro filhos, um marido, um cão e uma pão de forma chamada Marisol. Sim, é loira, e então?
**Directora Adjunta
IN "VISÃO"
04/03/16
.
.
NO MUSEU DE AVEIRO/2
* Viagem extraordinária pelos tesouros da História de Portugal superiormente apresentados por Paula Moura Pinheiro.
Mais uma notável produção da RTP
.
.
I-VISITA GUIADA
SANTA JOANA PRINCESA
NO MUSEU DE AVEIRO/2
* Viagem extraordinária pelos tesouros da História de Portugal superiormente apresentados por Paula Moura Pinheiro.
Mais uma notável produção da RTP
.
*
As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à
mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios
anteriores.
.
.
.
ESTA SEMANA NO
"DINHEIRO VIVO"
"DINHEIRO VIVO"
Augusto Mateus
Portugal está transformado
numa espécie de arquipélago
Economista apresentou o estudo 'O Mundo Rural e o Desenvolvimento Económico e Social de Portugal: a agenda para 2014-2020'
O economista Augusto Mateus considera que
Portugal Continental está transformado “numa espécie de arquipélago”
devido às assimetrias criadas e defendeu a aposta nas diferenças de cada
uma das regiões para ultrapassar os problemas.
“Acabámos por transformar o Continente do nosso país numa espécie de
arquipélago onde temos um conjunto muito limitado de ilhas que têm
dinamismo e temos um mar de dificuldades no resto do território”,
afirmou.
.
.
Augusto Mateus falava em Idanha-a-Nova,
distrito de Castelo Branco, durante a cerimónia que assinalou os 100
dias de Governo e que foi presidida pelo primeiro-ministro, António
Costa.
Na sessão, em que participaram diversos governantes, vários autarcas e outras entidades da região, Augusto Mateus apresentou as linhas gerais do estudo “O Mundo Rural e o Desenvolvimento Económico e Social de Portugal: a agenda para 2014-2020”.
Tendo começado pela análise da realidade, admitiu que “o Portugal de hoje não tem comparação com o de há 30 anos”, mas também ressalvou que esse desenvolvimento conduziu a um problema de coesão territorial.
Lembrou que o país tem regiões, designadamente o interior, que se debatem com o “definhamento da população e com o definhamento económico-social”, problemas que, tal como “um vértebra torcida”, terão agora de ser corrigidos.
Para isso, defendeu, tem que se apostar naquilo que faz a diferença de cada território e conseguir dinamizar modelos de inovação e conhecimento em detrimento da antiga homogeneização que se promoveu até aqui.
“Não é por tentarmos 200, 300 ou 500 vezes a mesma coisa que vamos ter sucesso. Aquilo que nos dará sucesso é conseguirmos desenvolver os fatores diferenciadores e encontrar valor económico onde pensamos que só existem custos”, disse.
O antigo ministro sublinhou que não se deve ficar agarrado à ideia negativa de interioridade – até porque não se pode pensar em interior quando se está apenas a 200 quilómetros do mar – e que se deve, em vez disso, apostar nas potencialidades do mundo rural.
Nesse sentido, deu exemplo do que já se faz em determinados concelhos que aliam, com sucesso, o conhecimento a áreas como o agroalimentar ou o turismo, enriquecendo assim as realidades concretas.
Definiu como principais alavancas para o desenvolvimento dos territórios do interior a possibilidade de povoar e atrair pessoas, a possibilidade de se inovar e produzir riqueza com atração de investimento e criação de emprego, bem como as possibilidades de valorização do turismo ou da sustentabilidade ambiental com base no património e cultura e natureza.
* Augusto Mateus um dos melhores economistas portugueses põe o dedo na ferida, o Portugal dos guetos sociais e económicos promovidos pelos subsidários políticos do dinheiro. Destaque para que a advertência do economista foi feita perante o primeiro-ministro.
Na sessão, em que participaram diversos governantes, vários autarcas e outras entidades da região, Augusto Mateus apresentou as linhas gerais do estudo “O Mundo Rural e o Desenvolvimento Económico e Social de Portugal: a agenda para 2014-2020”.
Tendo começado pela análise da realidade, admitiu que “o Portugal de hoje não tem comparação com o de há 30 anos”, mas também ressalvou que esse desenvolvimento conduziu a um problema de coesão territorial.
Lembrou que o país tem regiões, designadamente o interior, que se debatem com o “definhamento da população e com o definhamento económico-social”, problemas que, tal como “um vértebra torcida”, terão agora de ser corrigidos.
Para isso, defendeu, tem que se apostar naquilo que faz a diferença de cada território e conseguir dinamizar modelos de inovação e conhecimento em detrimento da antiga homogeneização que se promoveu até aqui.
“Não é por tentarmos 200, 300 ou 500 vezes a mesma coisa que vamos ter sucesso. Aquilo que nos dará sucesso é conseguirmos desenvolver os fatores diferenciadores e encontrar valor económico onde pensamos que só existem custos”, disse.
O antigo ministro sublinhou que não se deve ficar agarrado à ideia negativa de interioridade – até porque não se pode pensar em interior quando se está apenas a 200 quilómetros do mar – e que se deve, em vez disso, apostar nas potencialidades do mundo rural.
Nesse sentido, deu exemplo do que já se faz em determinados concelhos que aliam, com sucesso, o conhecimento a áreas como o agroalimentar ou o turismo, enriquecendo assim as realidades concretas.
Definiu como principais alavancas para o desenvolvimento dos territórios do interior a possibilidade de povoar e atrair pessoas, a possibilidade de se inovar e produzir riqueza com atração de investimento e criação de emprego, bem como as possibilidades de valorização do turismo ou da sustentabilidade ambiental com base no património e cultura e natureza.
* Augusto Mateus um dos melhores economistas portugueses põe o dedo na ferida, o Portugal dos guetos sociais e económicos promovidos pelos subsidários políticos do dinheiro. Destaque para que a advertência do economista foi feita perante o primeiro-ministro.
.
.
.
ESTE MÊS NA
"EXAME INFORMÁTICA"
"EXAME INFORMÁTICA"
Macacos controlam cadeira de rodas
com o cérebro
Investigadores da Duke University criaram uma cadeira de rodas que pode ser controlada pelo pensamento e usaram macacos para demonstrar o protótipo.
A equipa de
investigadores implantou uma BMI, de Brain Machine Interface, em vez de
optar pelos “tradicionais” capacetes de EEG. A técnica de implantação
permite que o controlo seja feito com muito menos atrasos, mas é mais
invasiva, explica o Engadget.
.
Os controladores são
implantados no cérebro e foram usados, primeiro, para registar a
atividade cerebral dos macacos enquanto andavam na cadeira de rodas. A
partir desta gravação, a equipa conseguiu criar um algoritmo para
traduzir as intenções dos macacos em sinais elétricos para comandar a
cadeira.
Em menos de um dia os macacos já conseguiam controlar a
cadeira de rodas com o pensamento e rapidamente se tornaram eficientes a
levar a cadeira rapidamente até à recompensa: uma taça de fruta
colocada aleatoriamente na sala do laboratório.
* Temos uma profunda admiração pelo desenvolvimento tecnológico,abominamos a utilização de animais para os testes, para a outra vez usem as cabecinhas dos progenitores ou dos filhos e netos.
.
.
.
ESTA SEMANA NA
"SÁBADO"
"SÁBADO"
Presidente da Mercedes "convida"
. Ecclestone a deixar a F1
A reação do presidente do conselho de administração da Daimler AG às
críticas de Bernie Ecclestone à F1 é uma espécie de "déjà vu", mas serve
para reforçar a ideia que o gestor e detentor dos direitos comerciais
da competição anda de novo a "pisar o risco", talvez influenciado pela
iminente venda do chorudo negócio por parte do sócio CVC Capital
Partners.
À semelhança de qualquer fã, Ecclestone quer mais
espetáculo, mas a responsabilidade que resulta do cargo que ocupa e da
imagem que tem fazem com que todo o cuidado seja pouco. Só que o
multimilionário britânico não tem problemas em dizer coisas como, "a F1
está pior do que nunca. Não gastaria dinheiro para levar a minha família
a uma corrida. Nem pensar!"
.
Dieter Zetsche, que lidera o grupo
onde está a Mercedes, não gostou de ler o desabafo, feito no "Daily
Mail", e ainda deve ter gostado menos das referências à sua
escuderia: "Todos sabem antecipadamente - e a malta das casas de apostas
também, pois não é burra - que Lewis Hamilton conquistará a 'pole
position' e que também vencerá a corrida."
"Eu não vou para o
palaque em pleno Geneva Motor Show dizer que jamais conduziria um
Mercedes e que os potenciais clientes também nunca o deveriam de
fazer. Não entendo como é que alguém que, além de ser presidente
executivo é também sócio, fala desta forma do seu próprio produto. Se
ele de facto pensa assim, então isso tem de ser discutido internamente
de forma a encontrar solução e mudar a situação", salientou Dieter
Zetsche, em declarações à Reuters, imitando o que no passado outros
responsáveis por construtores envolvidos no Mundial de Fórmula 1
fizeram. Sem sucesso, pois Ecclestone continua no cargo...
* O mundo medonho do capitalismo no desporto.
.
.
.
ESTA SEMANA NA
"VISÃO"
"VISÃO"
Registos contradizem Vice-Presidente de Angola
. no caso de corrupção a procurador
Ao contrário do que afirma o Vice-Presidente de Angola, no comunciado em que clama a sua inocência no caso do suposto suborno do procurador Orlando Figueira, há referências de que a Primagest, empresa que terá transferido cerca de €300 mil para uma conta daquele magistrado, integra o universo da petrolífera estatal angolana, que Manuel Vicente dirigiu
.
A 28 de junho de 2012, o Centro Cultural de Belém vestiu-se
de gala para acolher a comemoração dos 50 anos de vida do grupo Coba, a
mais antiga organização empresarial portuguesa de consultores para
obras, barragens, e planeamento. Na presença da então ministra Assunção
Cristas, o patriarca do grupo, Ricardo Oliveira, aludiria à
nova etapa da sua empresa, iniciada com o "interesse" manifestado por
"um prestigiado grupo angolano, liderado pela Sonangol, em tomar uma
posição de referência no capital da Coba". O grupo tinha nome:
Primagest, a empresa agora envolvida no escândalo com um alegado suborno
ao magistrado português.
Essa parceria tinha sido formalizada em
junho de 2011, quando Manuel Vicente ainda era presidente da Sonangol.
Ricardo Oliveira, o patrão da Coba, numa entrevista ao jornal Público,
anunciara que o grupo decidira alienar metade do capital a uma empresa
angolana, a Primagest, encabeçada pela Sonangol. Explicou a mudança
nestes termos: "O líder [da Primagest] é a Sonangol, e o líder da
Sonangol é o engenheiro Manuel Vicente. Outra pessoa fundamental para
nós é o doutor Lopo do Nascimento [que foi primeiro-ministro no tempo do
Presidente Agostinho Neto], (...) que já é nosso parceiro em Angola. Há
também um banco angolano", que Ricardo Oliveira preferiu não
identificar naquela entrevista ao Público.
.
Na edição de novembro de 2011 da revista britânica Legal Business,
numa reportagem sobre negócios em África, a Primagest também é
mencionada como uma subsidiária da Sonangol, a propósito da parceria com
a Coba. João Caiado Guerreiro, managing partner da sociedade
portuguesa de advogados Caiado Guerreiro & Associados, contou à
repórter Maria Jackson que o seu escritório tinha "recentemente
aconselhado a Primagest (uma subsidiária da companhia nacional angolana
de petróleo, Sonangol) na compra da Coba, a mais importante e antiga
companhia de engenharia de Portugal, num negócio a rondar €45 milhões"
No
site da agência de informação financeira Bloomberg, a Primagest está
igualmente registada enquanto "companhia que opera como subsidiária da
Sonangol".
Este elenco de factos parece contradizer o atual Vice-Presidente de
Angola, Manuel Vicente, quando, no comunicado que tornou público esta
quarta-feira, dia 2, afirmou que não teve "nenhuma espécie de relação"
com a sociedade que tem surgido em "relatos da comunicação social", sem
nunca mencionar o nome da Primagest. Recorde- se que a sociedade é
suspeita de ter depositado, em duas tranches, cerca de €300 mil numa
conta aberta pelo procurador Orlando Figueira na filial lisboeta do
angolano Banco Privado Atlântico, liderado por Carlos Silva, também
vice-presidente do BCP. Manuel Vicente vai mais longe: escreve que a
empresa "não era nem nunca foi subsidiária da Sonangol". Note-se que a
única empresa referida foi a Primagest.
No comunicado, o
Vice-Presidente angolano clama a sua inocência no caso do suposto
suborno do procurador Orlando Figueira (que se encontra, desde o passado
dia 25, em prisão preventiva na cadeia de Évora), para que arquivasse,
em 16 de janeiro de 2012, um processo no qual Manuel Vicente era
suspeito de branqueamento de capitais. O dirigente angolano diz ser
"completamente alheio à contratação" de Orlando Figueira, para trabalhar
no setor privado, assim como a "qualquer pagamento" de que aquele
magistrado tenha beneficiado.
.
Na nota distribuída, Manuel Vicente refere ainda que "quanto
ao processo arquivado, ao que sei uma simples averiguação de origem de
fundos relativos à compra de um imóvel, confiei a minha representação a
um advogado, o qual apresentou comprovação cabal da origem lícita dos
fundos, com o que o processo não poderia deixar de ter sido arquivado -
comprovação essa que, se necessário, poderá ser renovada".
Orlando
Figueira pediu à Procuradoria Geral da República uma licença sem
vencimento de longa duração, que o Conselho Superior do Ministério
Público lhe concederia, para entrar em vigor a partir de setembro de
2012. Foi depois trabalhar para o departamento de compliance (prevenção do branqueamento de capitais) do BCP, cujo maior acionista é a Sonangol.
* Ao sr. Manuel Vicente para ser beatificado pelo chefe do Estado do Vaticano só lhe falta morrer.
Desejamos que seja beatificado brevemente.
.
.
.
ESTA SEMANA NO
"SOL"
"SOL"
Lava Jato e Portugal
As ligações perigosas
A carta rogatória que chegou a Portugal no verão do ano passado por
mala diplomática era apenas o início oficial dos cruzamentos entre a
Operação Lava Jato e as investigações que estão em curso em Portugal.
.
No âmbito da Operação Marquês, a equipa liderada por Rosário Teixeira estava já nessa altura a investigar as ligações entre Sócrates e a construtora Odebrecht, com a qual Lula terá uma relação privilegiada. Tudo começou quando o MP português descobriu que foi esta empresa que pagou a viagem ao ex-presidente do Brasil para estar presente em Portugal, aquando da apresentação do livro de José Sócrates, em Outubro de 2013.
Além disso, a construtora detém atualmente a Bento Pedroso Construções, que - juntamente com o Grupo Lena - integrava o Consórcio Elos. O mesmo que venceu o concurso para a construção do troço do TGV Poceirão-Caia. E não foi caso único. Foi também o consórcio de que faziam parte as duas empresas que venceu a concessão do Baixo Tejo, uma das parcerias público-privadas. Mais tarde acabaram por assinar ainda um contrato para a construção da barragem do Baixo Sabor.
O cerco da Lava Jato e da Operação Marquês tem vindo a apertar-se ao longo dos meses para os responsáveis destas construtoras. O presidente da construtora brasileira foi já detido pelas autoridades daquele país por suspeitas de estar envolvido no esquema que terá levado a um prejuízo de mais de dois mil milhões de euros para a estatal Petrobras. E em Portugal, o administrador do Grupo Lena Joaquim Barroca também já foi detido e aguarda agora em liberdade pelo desenrolar da investigação. Além deste, Carlos Santos Silva, ex-administrador do grupo de Leiria e amigo de José Sócrates, chegou a estar em prisão preventiva, estando atualmente apenas proibido de se ausentar de Portugal sem autorização prévia.
Mas a Odebrecht e o Grupo Lena estão longe de ser as únicas pontas que ligam a Lava Jato a Portugal e a Operação Marquês ao Brasil.
O que mais liga a Lava Jato a Portugal?
As luvas que o ex-diretor da Petrobras, a maior petrolífera estatal brasileira, Renato Duque terá recebido como moeda de troca dos favorecimentos às empreiteiras daquele país foram provenientes de uma conta do Banif. Segundo o i noticiou, a carta rogatória que chegou a Portugal solicitava o acesso a todos os dados da conta de onde saiu o dinheiro, que acabou nas contas de Duque no Mónaco. No total, o responsável terá acumulado uma quantia de cerca de 20 milhões de euros. As autoridades do Brasil solicitam mesmo o bloqueio e o repatriamento do dinheiro existente na conta Kingstall, por acreditarem ter sido desviado da Petrobras.
Outra das ligações é a Andrade Gutierrez, segunda maior empreiteira brasileira e principal accionista da Oi. Octávio Azevedo, o presidente da empresa - que foi responsável por desenhar a fusão da Oi com a PT - esteve já preso preventivamente, encontrando-se atualmente em prisão domiciliária depois de ter aceitado colaborar com a investigação. Azevedo abandonou em 2014 a administração da telefónica portuguesa, após ter afirmado que desconhecia o investimento de cerca de 900 milhões de euros da Portugal Telecom no Grupo Espírito Santo.
As ligações chegam até a Armando Vara, arguido no caso Sócrates. O ex-ministro socialista foi até 2014 responsável pelos negócios em África da Camargo Corrêa, uma das construtoras envolvidas no cartel investigado no Brasil. O presidente da empresa esteve preso, saindo apenas quando admitiu a existência de um esquema para beneficiar um grupo de empreiteiras.
Mas o terramoto foi tão grande que nem Passos Coelho escapou. O jornal Globo divulgou no ano passado alguns telegramas entre a embaixada do Brasil em Lisboa e o Ministério das Relações Exteriores, em Brasília. As comunicações revelavam uma tentativa de lobbying a favor da Odebrecht, junto do primeiro-ministro português. Segundo os telegramas divulgados, tudo aconteceu num encontro entre Lula e Passos, em Lisboa.
Num dos telegramas, o embaixador em Portugal, Mário Vilalva, escreveu sobre a privatização da Empresa Geral de Fomento (EGF), relatando que caiu bem entre os líderes de opinião portugueses o facto de as brasileiras Odebrecht e Solvi, em parceria com a portuguesa Visabeira, estarem interessadas neste negócio. Vilalva explicava que para essa reação positiva contribuiu a entrevista dada por Lula da Silva dias antes à RTP, em que defendera que o seu país devia empenhar-se na aquisição de empresas estatais portuguesas. Mas o diplomata acrescenta: “O ex-presidente também reforçou o interesse da Odebrecht pela EGF ao primeiro-ministro Passos Coelho, que reagiu positivamente ao pleito brasileiro”.
Ora, na entrevista à RTP, Lula defendera uma maior participação de empresas brasileiras nas privatizações, mas não referiu nenhuma em concreto. Daí que o diplomata só poderia estar a referir-se à conversa privada entre Passos e Lula da Silva, conclui O Globo.
E o que liga a Operação Marquês ao Brasil?
A 5 de Fevereiro de 2013, às 15h, José Sócrates, na qualidade de responsável da Octapharma para a América Latina, encontrou-se em Brasília com o então ministro da saúde brasileiro Alexandre Padilha. Na sala estavam: Guilherme Dray, responsável da Ongoing - e ex-chefe de gabinete de José Sócrates - o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Carlos Gadelha, o diretor de produtos Estratégicos da Hemobrás, Luiz de Melo Amorim, o presidente da comissão executiva do Grupo Octapharma, Joaquim Lalanda de Castro e membros da equipa técnica do ministério.
Para os investigadores da Operação Marquês, os encontros ao mais alto nível em Brasília terão sido conseguidos pela forte relação que Sócrates mantinha com Lula da Silva. Mas há relações que não são fáceis de perceber para a investigação, como a presença de um responsável da Ongoing numa reunião entre representantes de uma farmacêutica (que Sócrates representava) e o governo.
Na altura, Guilherme Dray garantiu à imprensa ter acompanhado Sócrates “a pedido deste e apenas como amigo”. A verdade é que a relação da empresa portuguesa a José Dirceu e ao Partido dos Trabalhadores nunca foi escondida, sobretudo desde o momento em que a mulher daquele ex-ministro brasileiro começou a trabalhar na Ejesa, que é detida em 30% pela portuguesa Ongoing.
As ligações de Dirceu, investigado na Operação Lava Jato, a Portugal não se ficam por aqui. Segundo uma biografia não autorizada publicada há três anos, o homem forte de Lula ofereceria a sua influência a várias entidades portuguesas, pedindo em troca doações para si e para o seu partido, o PT. Foi assim com a Ongoing e com a Portugal Telecom.
Segundo o jornalista que escreveu a biografia, Ricardo Espírito Santo, representante do Banco Espírito Santo no país, chegou mesmo a ir ao Planalto para discutir a “possibilidade de a Portugal Telecom, empresa associada ao banco, doar oito milhões de euros ao Partidos dos Trabalhadores”.
Todas estas ligações a Brasília são importantes para a Operação Marquês, uma vez que o Ministério Público acredita que Lula e o Partido dos Trabalhadores foram determinantes para as influências que Sócrates movia no Brasil, nomeadamente como consultor da Octapharma.
Lalanda de Castro, que esteve na reunião de Fevereiro de 2013, também já foi constituído arguido na Operação Marquês por se suspeitar que aceitou entrar num esquema de branqueamento de capitais. A equipa liderada por Rosário Teixeira acredita que foi posto em curso um mecanismo que permitia a Sócrates receber tranches do dinheiro que tinha nas contas de Santos Silva através de Lalanda de Castro. Além do salário de 12.500 euros que recebia da Octapharma, terá sido acordado com Lalanda de Castro receber outros 12.500 euros mensais. Para isso, Santos Silva transferira tal montante adicional para uma empresa de Lalanda de Castro sediada em Inglaterra.
* As vigarices estão sempre muito "à frente" Isto não é "colarinho branco" é "punhos de renda".
.
No âmbito da Operação Marquês, a equipa liderada por Rosário Teixeira estava já nessa altura a investigar as ligações entre Sócrates e a construtora Odebrecht, com a qual Lula terá uma relação privilegiada. Tudo começou quando o MP português descobriu que foi esta empresa que pagou a viagem ao ex-presidente do Brasil para estar presente em Portugal, aquando da apresentação do livro de José Sócrates, em Outubro de 2013.
Além disso, a construtora detém atualmente a Bento Pedroso Construções, que - juntamente com o Grupo Lena - integrava o Consórcio Elos. O mesmo que venceu o concurso para a construção do troço do TGV Poceirão-Caia. E não foi caso único. Foi também o consórcio de que faziam parte as duas empresas que venceu a concessão do Baixo Tejo, uma das parcerias público-privadas. Mais tarde acabaram por assinar ainda um contrato para a construção da barragem do Baixo Sabor.
O cerco da Lava Jato e da Operação Marquês tem vindo a apertar-se ao longo dos meses para os responsáveis destas construtoras. O presidente da construtora brasileira foi já detido pelas autoridades daquele país por suspeitas de estar envolvido no esquema que terá levado a um prejuízo de mais de dois mil milhões de euros para a estatal Petrobras. E em Portugal, o administrador do Grupo Lena Joaquim Barroca também já foi detido e aguarda agora em liberdade pelo desenrolar da investigação. Além deste, Carlos Santos Silva, ex-administrador do grupo de Leiria e amigo de José Sócrates, chegou a estar em prisão preventiva, estando atualmente apenas proibido de se ausentar de Portugal sem autorização prévia.
Mas a Odebrecht e o Grupo Lena estão longe de ser as únicas pontas que ligam a Lava Jato a Portugal e a Operação Marquês ao Brasil.
O que mais liga a Lava Jato a Portugal?
As luvas que o ex-diretor da Petrobras, a maior petrolífera estatal brasileira, Renato Duque terá recebido como moeda de troca dos favorecimentos às empreiteiras daquele país foram provenientes de uma conta do Banif. Segundo o i noticiou, a carta rogatória que chegou a Portugal solicitava o acesso a todos os dados da conta de onde saiu o dinheiro, que acabou nas contas de Duque no Mónaco. No total, o responsável terá acumulado uma quantia de cerca de 20 milhões de euros. As autoridades do Brasil solicitam mesmo o bloqueio e o repatriamento do dinheiro existente na conta Kingstall, por acreditarem ter sido desviado da Petrobras.
Outra das ligações é a Andrade Gutierrez, segunda maior empreiteira brasileira e principal accionista da Oi. Octávio Azevedo, o presidente da empresa - que foi responsável por desenhar a fusão da Oi com a PT - esteve já preso preventivamente, encontrando-se atualmente em prisão domiciliária depois de ter aceitado colaborar com a investigação. Azevedo abandonou em 2014 a administração da telefónica portuguesa, após ter afirmado que desconhecia o investimento de cerca de 900 milhões de euros da Portugal Telecom no Grupo Espírito Santo.
As ligações chegam até a Armando Vara, arguido no caso Sócrates. O ex-ministro socialista foi até 2014 responsável pelos negócios em África da Camargo Corrêa, uma das construtoras envolvidas no cartel investigado no Brasil. O presidente da empresa esteve preso, saindo apenas quando admitiu a existência de um esquema para beneficiar um grupo de empreiteiras.
Mas o terramoto foi tão grande que nem Passos Coelho escapou. O jornal Globo divulgou no ano passado alguns telegramas entre a embaixada do Brasil em Lisboa e o Ministério das Relações Exteriores, em Brasília. As comunicações revelavam uma tentativa de lobbying a favor da Odebrecht, junto do primeiro-ministro português. Segundo os telegramas divulgados, tudo aconteceu num encontro entre Lula e Passos, em Lisboa.
Num dos telegramas, o embaixador em Portugal, Mário Vilalva, escreveu sobre a privatização da Empresa Geral de Fomento (EGF), relatando que caiu bem entre os líderes de opinião portugueses o facto de as brasileiras Odebrecht e Solvi, em parceria com a portuguesa Visabeira, estarem interessadas neste negócio. Vilalva explicava que para essa reação positiva contribuiu a entrevista dada por Lula da Silva dias antes à RTP, em que defendera que o seu país devia empenhar-se na aquisição de empresas estatais portuguesas. Mas o diplomata acrescenta: “O ex-presidente também reforçou o interesse da Odebrecht pela EGF ao primeiro-ministro Passos Coelho, que reagiu positivamente ao pleito brasileiro”.
Ora, na entrevista à RTP, Lula defendera uma maior participação de empresas brasileiras nas privatizações, mas não referiu nenhuma em concreto. Daí que o diplomata só poderia estar a referir-se à conversa privada entre Passos e Lula da Silva, conclui O Globo.
E o que liga a Operação Marquês ao Brasil?
A 5 de Fevereiro de 2013, às 15h, José Sócrates, na qualidade de responsável da Octapharma para a América Latina, encontrou-se em Brasília com o então ministro da saúde brasileiro Alexandre Padilha. Na sala estavam: Guilherme Dray, responsável da Ongoing - e ex-chefe de gabinete de José Sócrates - o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Carlos Gadelha, o diretor de produtos Estratégicos da Hemobrás, Luiz de Melo Amorim, o presidente da comissão executiva do Grupo Octapharma, Joaquim Lalanda de Castro e membros da equipa técnica do ministério.
Para os investigadores da Operação Marquês, os encontros ao mais alto nível em Brasília terão sido conseguidos pela forte relação que Sócrates mantinha com Lula da Silva. Mas há relações que não são fáceis de perceber para a investigação, como a presença de um responsável da Ongoing numa reunião entre representantes de uma farmacêutica (que Sócrates representava) e o governo.
Na altura, Guilherme Dray garantiu à imprensa ter acompanhado Sócrates “a pedido deste e apenas como amigo”. A verdade é que a relação da empresa portuguesa a José Dirceu e ao Partido dos Trabalhadores nunca foi escondida, sobretudo desde o momento em que a mulher daquele ex-ministro brasileiro começou a trabalhar na Ejesa, que é detida em 30% pela portuguesa Ongoing.
As ligações de Dirceu, investigado na Operação Lava Jato, a Portugal não se ficam por aqui. Segundo uma biografia não autorizada publicada há três anos, o homem forte de Lula ofereceria a sua influência a várias entidades portuguesas, pedindo em troca doações para si e para o seu partido, o PT. Foi assim com a Ongoing e com a Portugal Telecom.
Segundo o jornalista que escreveu a biografia, Ricardo Espírito Santo, representante do Banco Espírito Santo no país, chegou mesmo a ir ao Planalto para discutir a “possibilidade de a Portugal Telecom, empresa associada ao banco, doar oito milhões de euros ao Partidos dos Trabalhadores”.
Todas estas ligações a Brasília são importantes para a Operação Marquês, uma vez que o Ministério Público acredita que Lula e o Partido dos Trabalhadores foram determinantes para as influências que Sócrates movia no Brasil, nomeadamente como consultor da Octapharma.
Lalanda de Castro, que esteve na reunião de Fevereiro de 2013, também já foi constituído arguido na Operação Marquês por se suspeitar que aceitou entrar num esquema de branqueamento de capitais. A equipa liderada por Rosário Teixeira acredita que foi posto em curso um mecanismo que permitia a Sócrates receber tranches do dinheiro que tinha nas contas de Santos Silva através de Lalanda de Castro. Além do salário de 12.500 euros que recebia da Octapharma, terá sido acordado com Lalanda de Castro receber outros 12.500 euros mensais. Para isso, Santos Silva transferira tal montante adicional para uma empresa de Lalanda de Castro sediada em Inglaterra.
* As vigarices estão sempre muito "à frente" Isto não é "colarinho branco" é "punhos de renda".
.
.
.
ESTA SEMANA NO
"EXPRESSO"
"EXPRESSO"
Portugal é o país com maior desvalorização do
. preço da habitação, segundo a OCDE
Portugal
é o país da OCDE — Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Económico onde o preço das casas mais desvalorizou desde o ano 2000 —
cerca de 26%. O relatório “Rumo ao Crescimento” (“Going for Growth”, em
inglês) da organização internacional, divulgado esta semana, comparou os
preços na habitação em 24 economias desenvolvidas e conclui que a maior
desvalorização foi em Portugal.
Entre os anos 2000 e 2015, o
preço das casas desvalorizou em três países: 26% em Portugal, 20% no
Japão e 11% na Grécia. Em todas as restantes economias em análise, os
preços são hoje superiores aos praticados em 2000, sobretudo na Suécia,
Nova Zelândia e Austrália, onde mais que duplicaram.
.
Nestes
países onde o imobiliário mais subiu, alavancado em taxas de juros muito
baixas ou mesmo negativas, o risco de bolha imobiliária é altíssimo. Na
Suécia, por exemplo, onde os preços subiram 133% nos últimos 15 anos, o
metro quadrado nas principais cidades tem disparado. Em Estocolmo, a
média ronda os 6350 dólares (€5800) por m2, valores que quase se
equiparam aos praticados no centro de Londres.
Já nos mercados
residenciais de Espanha e Irlanda — que nos últimos anos enfrentaram o
rebentar da bolha imobiliária — os preços atuais são considerados pela
OCDE como “corretamente valorizados” com 25% e 11%, respetivamente, no
crescimento de preços.
Os números divulgados, no âmbito do
exercício de supervisão das reformas estruturais que a OCDE publica
anualmente, partiram da análise de 38 países. Neste balanço que a OCDE
faz à implementação de reformas estruturais, Portugal mantém-se como um
dos países reformadores de excelência, um estatuto que ganhou em anos
recentes, na sequência do programa de ajustamento económico e financeiro
e da chegada da troika ao país.
Segundo os números atualizados,
entre os anos 2011 e 2014, só a Grécia ultrapassou Portugal em termos de
implementação de reformas estruturais que a OCDE entende necessárias
para aumentar o crescimento económico, a produtividade e o emprego, a
começar pelas reformas do mercado de trabalho.
Contudo, a OCDE
continua a colocar Portugal no grupo dos países que mais sérios desafios
enfrenta, a par da Grécia, Irlanda, Itália, Espanha e Eslováquia. Entre
os principais problemas que o país enfrenta rumo ao crescimento,
destaca-se a quebra do investimento, o desemprego jovem e o desemprego
de longa duração.
* As virtualidades do país face à pesada realidade.
.
Subscrever:
Mensagens (Atom)