HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Autarcas esperam pelo menos
"50 mil pessoas" na manifestação
contra a extinção de freguesias
Os autarcas esperam reunir pelo menos "50 mil pessoas" na manifestação nacional do dia 31, em Lisboa, contra a proposta de lei da reforma administrativa que prevê a extinção de 1.500 freguesias, cerca de um terço do total.
"Essa é expectativa mínima", disse à Agência Lusa o porta-voz do Movimento Freguesias Sempre - Plataforma do Distrito do Porto, o socialista Pedro Sousa, presidente da Junta de Freguesia de Leça da Palmeira.
O eleito falava após o plenário de segunda-feira à noite em S. Félix da Marinha, Vila Nova de Gaia, onde foi aprovada, por unanimidade e aclamação, uma moção, repudiando e rejeitando a proposta de lei governamental.
A moção refere que "qualquer reforma administrativa" deve ser "antecedida de uma consulta à população e autarcas envolvidos".
Noutro ponto, diz que "os objectivos sugeridos pela 'troika' estão deturpados", porque o Governo deixou de fora a reforma dos municípios e do "tecido empresarial municipal", tendo-se virado apenas para as "freguesias, onde os custos são reduzidos".
Pedro Sousa explicou que a manifestação pretende "apresentar a riqueza que existe em cada freguesia deste país", fazendo desfilar ranchos folclóricos, bandas musicais, caretos, gigantones, bombos e outros exemplos do património etnográfico, desportivo e cultural que as freguesias possuem.
O vice-presidente da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE), Cândido Moreira, disse que "vai ser uma manifestação pacífica e tudo vai correr pelo melhor".
Mas afirmou também que a "panela está a ferver e a tampa pode saltar".
"É preciso algum cuidado com isto", reforçou Cândido Moreira.
O presidente da Junta de Freguesia de Parada de Todeia, em Penafiel, Álvaro Pinto, eleito pelo PCP, considerou que a proposta implica "enterrar a história, identidade e cultura de cada freguesia".
"Eu não vou a uma procissão, vou a uma manifestação porque a nossa reacção é uma reacção política para dizer não à extinção de freguesias", acrescentou.
O "porta-voz" dos trabalhadores das juntas de freguesia do concelho de Matosinhos, António Pinho, mencionou as "muitas dúvidas e incertezas" quanto futuro daqueles.
"Não tememos pelo nosso emprego, tememos pelo nosso posto de trabalho", notou.
As dez intervenções oriundas do público presente, entre o qual havia vários autarcas, foram para criticar duramente a reforma que o Governo pretende realizar - e que já deu um passo em frente com a aprovação parlamentar da respectiva lei, no dia 08 deste mês, com os votos contra do PS, PCP e BE.
"Os candidatos às juntas de freguesia não foram eleitos para extinguir freguesias ou fazer agregações", salientou o presidente da Junta de S. Félix da Marinha, Joaquim Almeida, eleito pelo PSD.
"Não podemos concordar com esta proposta porque ela está ser imposta aos portugueses", reafirmou Pedro Sousa.
O autarca vaticinou um cenário de "instabilidade social" se a reforma seguir em frente e João Avelino, do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local, acrescentou que "muitos trabalhadores vão ao ar".
Para o presidente da Junta de Freguesia de Guifões, em Matosinhos, Carmim Cabo, "este é o enterro também da regionalização".
* Os autarcas andam querer distrair-nos com falsos problemas. Não se justifica andar tanta gente "à mama" do erário público para tomar conta de freguesias com menos de quinhentas pessoas e vizinhas de outras com quantidade semelhante de habitantes. Criámos minúsculos reizinhos que não querem perder o poleiro mesmo que isso signifique melhor gestão de fundos públicos, e, de certeza, menos corrupção.
Quanto à regionalização desejamos que nunca aconteça, seria mais uma parideira de burocratas e tachistas.
Há muitas cidade no mundo com mais habitantes que Portugal.
Quem paga as viagens das avéculas manifestantes, os presidentes das juntas ou o Estado??? Que paguem do bolso a manifestaçãozinha!
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