07/09/2015

UMA GRAÇA PARA O FIM DO DIA

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  PORQUE ABOMINAMOS


  "O RACISMO"!

Por uma infância sem racismo
Vídeo da UNICEF com Lázaro Ramos 



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IV-ECOS
COMPANHIA FRAGMENTO
DE DANÇA


ÚLTIMA PARTE

* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.


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HOJE NO
 "OBSERVADOR"

CRISE DOS REFUGIADOS

Governador do Banco da Finlândia doa 
um mês de salário para ajudar refugiados

O governador do Banco da Finlândia, Erkki Liikanen, anunciou que vai doar o seu salário de um mês (cerca de 10 mil euros) à Cruz Vermelha finlandesa para ajudar os refugiados que se dirigem para o país.
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“Sei que este dinheiro vai chegar a quem mais necessita. Cada um faz o que sente que deve fazer dentro das suas possibilidades”, escreveu Liikanen, na sua página do Facebook, citado pelos media locais.

Liikanen, que foi presidente da Cruz Vermelha finlandesa entre 2008 e 2014, afirmou que a crise no Médio Oriente provocou “um êxodo de refugiados sem precedentes” nas últimas décadas e considerou que as grandes potências, em particular, deveriam responder com soluções políticas.

“A tensão nas relações internacionais dificulta encontrar soluções, mas não devemos render-nos. Necessitamos da contribuição dos Estados Unidos, Rússia, dos países do Médio Oriente e da União Europeia”, sublinhou.
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SIPILA
Liikanen sugeriu que, enquanto se tentam encontrar soluções, os cidadãos também devem envolver-se da forma que considerarem possível para ajudar os refugiados que chegam à Finlândia em fuga das guerras e em busca de asilo, e apontou como exemplo o primeiro-ministro finlandês, Juha Sipila.

No sábado, Sipila anunciou que vai oferecer a sua própria casa a partir de janeiro para albergar refugiados que cheguem ao país nórdico para solicitar asilo, um gesto que suscitou em simultâneo elogios e críticas.

* Imaginemos o sr. Carlos Costa num acto tão sublime... 
** Foi Passos Coelho que deu a ideia a Sipila.

ONU pede aos milionários italianos 
para doarem 15 mil euros cada

O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) pediu aos milionários italianos para doarem 15 mil euros cada um para ajudar os migrantes sírios na Jordânia, estimando que com essa ajuda 10 famílias poderiam viver com dignidade durante um ano.
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 Num anúncio publicado no principal jornal italiano e em mais dois especializados em economia, o ACNUR escreveu: “Na Itália, 219 mil pessoas têm rendimentos superiores a 1 milhão. Se você ler isto e fizer parte deste grupo, saiba que com 15 mil euros podemos fornecer a dez famílias de refugiados sírios na Jordânia os meios suficientes para viverem durante um ano sem resvalarem para a pobreza extrema e perder toda a esperança para o futuro dos seus filhos”.
O texto continua explicando que “se apenas 1% dos milionários italianos derem 15 mil euros, seria possível angariar dinheiro suficiente para ajudar cerca de 22 mil famílias sírias, reduzindo o risco de acabarem nas mãos dos traficantes”.
A publicação deste apelo surge na mesma altura em que foi noticiado que outra agência da ONU, o Programa Alimentar Mundial, suspendeu o programa de ajuda em Amã por falta de fundos, e no meio de uma onda internacional de generosidade impulsionada pela fotografia de uma criança síria morta nas águas da Turquia, na semana passada.

* Pode não ser utopia...

Proposta: 
Países podem pagar para receber
 menos refugiados

Os países que não queiram receber refugiados na proporção que lhes é atribuída pelos planos de quotas da Comissão Europeia, ou seja, que querem receber menos, poderão consegui-lo através de um pagamento para um fundo de ajuda aos refugiados. 
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Este é, pelo menos, um plano que está a ser discutido na Comissão Europeia e que pretende responder às posições intransigentes de alguns países, como a Hungria e a Polónia, que têm criticado as quotas obrigatórias.
Numa antecipação do que poderá ser o plano de Juncker para os refugiados, a apresentar quarta-feira, o Financial Times diz que este plano poderá ser parte da solução para criar um consenso na Europa sobre esta questão controversa. Países como a Hungria e a Polónia têm defendido que as quotas obrigatórias não fazem sentido e que os países devem definir quotas voluntárias, para assegurar que o processo é gerido de forma eficaz e que as pessoas que entram nos países podem ser acolhidas da melhor forma.
O plano em cima da mesa “cria uma oportunidade para a tomada de decisões de forma voluntária”, disse um responsável europeu, oriundo do leste europeu, ao Financial Times. “Se houver penalizações [para quem não cumprir] isso será uma má ideia, mas se houver um sistema em que se pode contribuir financeira, para ajudar de outra forma a resolver o problema, isso terá muito maior probabilidade de ser aceite”, conclui.
Terá, contudo, de haver “razões objetivas” para justificar a intenção de receber menos refugiados. Por exemplo, no caso da Polónia, o país poderá alegar que tem de ter planos de contingência para receber refugiados provenientes da Ucrânia caso a situação se agrave nesse país. Nesse cenário, seria injusto receber refugiados do Médio Oriente na mesma proporção dos outros países, defendem os polacos.
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A ser aceite, este plano poderá ser uma forma de acabar com a controvérsia criada nas últimas semanas. “Estamos prontos para partilhar o fardo e assumir as responsabilidades, mas apenas se mantivermos algum controlo sobre esta questão”, afirmou um membro do governo polaco, Rafal Trzaskowski, citado pelo Financial Times. O mesmo responsável garantiu que existe “solidariedade com a Europa, mas de forma responsável”.

* O dinheiro compra desumanidades


Refugiados na Hungria: 
De um lado a comida, do outro a
 liberdade de ir para onde se quer

Neste ponto da fronteira chegaram, na madrugada de domingo e até às 8 da manhã, mais de 890 refugiados. Um grupo sentou-se à porta do centro de registo e resiste a dar as impressões digitais. Serão duas dúzias e os polícias dizem-me que há ordens para não se falar com eles. Perto do novo campo vê-se muito lixo, papéis rasgados escritos em grego e, para meu espanto, um pedaço cortado à tesoura de um documento de identificação de Portugal. O nome do país é claro, mas trata-se de um cartão falso, bastante rústico, na cor, na imprecisão das letras. Atrás, pode ler-se parte da filiação do nosso cidadão: Santo Raoul VLEF… Que estará este pedaço de plástico a fazer aqui, no meio de uma crise de refugiados sem precedentes na União Europeia?
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O novo campo de registo de Roszke, na fronteira húngara com a Sérvia, tem arame farpado no topo da vedação (o anterior não tinha). A entrada é mais estreita e falta o grande pavilhão azul onde dormiam as crianças. Foi acabado à pressa esta noite, após um motim de refugiados que preferiram dormir ao relento e à chuva. As tendas militares do novo campo estão organizadas em filas ordeiras, mas o local parece mal terminado. Tem uma entrada estreita e foi construído para maximizar a segurança, com logística mais difícil. Um grupo de refugiados sentou-se à porta, os diferentes grupos nacionais já separados de forma espontânea; todos recusam dar a impressão digital e estão desconfiados dos polícias húngaros, que não falam inglês; um dos recém-chegados diz-me que este é o momento mais difícil da sua longa jornada.

Um dos jovens sírios com quem consegui falar disse chamar-se Ahmed Assaf. Era farmacêutico em Damasco, tem 23 anos e fala num inglês articulado. A conversa foi interrompida por uma simpática agente da autoridade, que consegui convencer, no meu húngaro infantil, da importância da entrevista. Ahmed disse ter partido há quatro semanas de um campo de refugiados na Turquia e contou que fez amizade com outros dois refugiados, que estão a seu lado, Abdullah e Noor, também de Damasco. Viajaram para a Grécia em barcos perigosos, enfrentaram as multidões compactas na Macedónia. Na Sérvia, preferiram não entrar em confortáveis autocarros controlados por homens armados e que lhes pediam 1500 euros por cabeça.
Muitos perigos, portanto, numa história semelhante à de outros refugiados, que se referem aos horrores da guerra e aos perigos da viagem. À porta do centro de registos, Ahmed e os seus amigos hesitam, mas o coração balança: lá dentro está a comida e o abrigo, mas com o risco de os fazer tomar um rumo inesperado. Foi pelo menos o que lhes disseram. O farmacêutico deseja ir para a Holanda, mas leu algures que se der a impressão digital aos polícias húngaros não poderá ir para onde quer, mas irá para a Alemanha. Estes rumores são espalhados pelos traficantes, que beneficiam da confusão, pois podem assim cobrar mais dinheiro. É caro salvar a vida nestes dias: 4 mil euros, para passar dos campos de refugiados na Turquia até à fronteira da UE. E se o barco afunda no mar Egeu, os traficantes já receberam e não se importam.
Um membro da protecção civil húngara, Karoly Simon, explica que, no centro de registos onde os refugiados ficam, procede-se apenas à identificação das pessoas, que recebem papéis de trânsito e uma pulseira que facilita o controlo policial. Em princípio, estes migrantes devem ser levados rapidamente para centros de refugiados na Hungria, mas a pressão dos números mudou a estratégia e os procedimentos vão ser acelerados. Uma coisa é certa: a partir de Roszke, não devia haver mais traficantes a explorar os refugiados, mas não é bem assim. Este tráfico humano é complexo e envolve muito dinheiro.

As tendas não vão servir para o inverno
Na sexta-feira, numa estrutura a duzentos metros do actual campo, agora uma ruína repleta de lixo e abandono, estava uma multidão. O proprietário do pavilhão foi ganancioso e as autoridades mudaram o campo para outro terreno, mas houve razões de segurança. Na sexta, assisti aqui a um momento de motim, que a polícia resolveu com dificuldade. Os refugiados estavam impacientes e queriam seguir caminho; alguns fizeram isso mesmo, invadindo a auto-estrada, ao mesmo tempo que em Budapeste, 160 quilómetros a norte, milhares de indocumentados criavam a maior confusão, perturbando fortemente os transportes ferroviários, as estradas e a fronteira com a Áustria.
A situação acalmou com a saída para a Alemanha de milhares de refugiados que deambulavam em Budapeste. Aqui, no sul da Hungria, ponto de entrada na fronteira de um espaço com livre circulação, é feita a identificação dos migrantes. A alternativa seria a imigração a salto, mas este novo centro tem os seus defeitos e será provisório: Simon não esconde a sua preocupação, pois as tendas não aguentam temperaturas abaixo dos dez graus, ou seja, durarão talvez duas ou três semanas.
O problema principal da crise, pelo menos do ponto de vista húngaro, está nos números: só este ano, entraram na Hungria 167 mil pessoas (dados oficiais de sábado). Muitos passaram sem controlo, antes de existir a controversa barreira definida como muro, mas que é na realidade uma vedação em arame farpado.
Nenhum refugiado está a ser rejeitado na fronteira; todos passam, mas esta é também a fronteira internacional de um espaço de livre circulação com 26 países, que tem as suas regras e onde se inclui Portugal. Os refugiados, que no fim-de-semana se puseram a caminho em Budapeste, foram entretanto colocados em autocarros e levados à fronteira austríaca, onde foram devidamente registados. Em coordenação com a Áustria e Alemanha, a Hungria tenta retirar a pressão da panela e as várias rebeliões estão a ser dominadas sem violência, como vi na estrada entre Roszke e Szeged, onde na sexta-feira a polícia apanhava pequenos grupos de viajantes, depois recolhidos por um autocarro.
A recente conclusão da vedação de arame farpado na fronteira com a Sérvia permite à polícia húngara controlar o fluxo de refugiados, uma torrente que engrossa, desaguando aqui através de vias mais fáceis de vigiar. Em Roszke, por exemplo, em vez de fazerem corta-mato por todo o lado, caminham por uma linha férrea onde na sexta-feira, em hora e meia, vi chegar mais de 100 pessoas. Ahmed e os dois amigos estavam então algures na Sérvia, um pouco atrás dos que vi nesse dia. Mas atrás destes todos vêm outras multidões. Não se sabe o seu número, ninguém imagina.

* Solidariedade conta????


Grupo de Visegrado rejeita 
quotas obrigatórias da UE 
República Checa, Eslováquia, Hungria e Polónia recusaram,  sexta-feira passada e por unanimidade, as quotas obrigatórias de divisão dos refugiados chegados à União Europeia (UE). Os países que integram o designado Grupo de Visegrado defenderam o “controlo efetivo” das fronteiras da UE, diz a Lusa.
 
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, o primeiro-ministro da República Checa, Bohuslav Sobotka, a primeiro-ministra da Polónia, Ewa Kopacz, e o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico
“Concordámos que as medidas solidárias sejam voluntárias”, resumiu, durante uma conferência de imprensa, o chefe do governo checo. Bohuslav Sobotka referia-se à proposta da Comissão Europeia, impulsionada pela França e pela Alemanha, de estabelecer quotas obrigatórias face ao número de refugiados com direito a asilo na UE.

* Sedimentos nazis

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MINUTOS DE


CIÊNCIA/64


RAIOS, 

RELÂMPAGOS

E TROVÕES


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HOJE NO
 "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

Nova Zelândia proíbe venda de 
romance premiado para adolescentes

O livro conta a história de um rapaz maori que vence uma bolsa para um colégio exclusivo de Auckland mas enfrenta problemas de racismo e de droga. É o primeiro livro retirado das prateleiras desde 1993.

A Nova Zelândia proibiu a venda de um romance premiado para adolescentes, que inclui descrições de cenas de sexo e de consumo de droga, o primeiro livro retirado das prateleiras em mais de duas décadas.
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O autor de Auckland, Ted Dawe, disse hoje ter sido "apanhado de surpresa" ao saber que o seu livro "Into the River", que venceu o prémio New Zealand Post para livro infantil do ano em 2013, tinha sido banido.
"É extraordinário. Já recebi vários e-mails de pessoas que partilham a minha indignação", disse Dawe ao jornal New Zealand Herald. "Vivemos num país onde livros são banidos? Para a próxima sou queimado", acrescentou.

O livro conta a história de um rapaz maori que vence uma bolsa para um colégio exclusivo de Auckland mas enfrenta problemas de racismo e de droga.

Após numerosas batalhas com os 'censores', a sua venda pode agora resultar em multas que chegam aos 3000 dólares neozelandeses (cerca de 1700 euros) para indivíduos e 10 000 dólares neozelandeses (cerca de 5600 euros) para empresas.

A Film and Literature Board of Review disse que a proibição é temporária, mas vai vigorar pelo menos até à revisão da decisão, no próximo mês.

Um porta-voz confirmou que nenhum outro livro foi sujeito a tal medida desde que a atual legislação foi introduzida em 1993.

A decisão de banir o livro foi tomada depois de pedidos do grupo conservador Family First New Zealand, que se opôs às descrições detalhadas de atos sexuais, linguagem grosseira e cenas onde personagens consomem drogas.

*  Os "fachos" do Family First New Zealand têm razão, onde já se viu um maori comer uma branca ou drogar-se com brancos! O que importa ser um livro premiado?

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XI-HISTÓRIA DAS

RELIGIÕES DO MUNDO


1- O XINTOISMO



* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.

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HOJE NO
 "RECORD"

Anunciar a Champions com um vídeo... 
de bolinha vermelha?

A fase de grupos da Liga dos Campeões arranca já na próxima semana e os anúncios às transmissões dos jogos multiplicam-se. 


Este talvez seja dos vídeos mais divertidos e "provocantes": revivendo uma mítica cena protagonizada no Grande Ecrã por Demi Moore e Patrick Swayze, a paixão pelo "caneco" é levada a outro ponto...

* Sem palavras

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RUI TAVARES

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Defeitos com qualidades

Sem ideia do que iria encontrar, os contos de Oliver Sacks sobre os seus pacientes neurológicos foram uma descoberta.

Não me lembro de que idade tinha. Sei que era o último dia da Feira do Livro de Lisboa e que já tinha esgotado o meu dinheiro. Em geral só podia pagar livros dos fundos de edição que os editores punham nos escaparates laterais das suas bancas. Mas havia um livro novo em destaque na banca da Relógio d’Água, com o título O Homem que Confundiu a Mulher com um Chapéu e um autor que eu desconhecia: Oliver Sacks.

Passei e voltei a passar diante da banca até desistir da compra. Regressei a casa convencido, mas não vencido. Quando já era de noite, não resisti a persuadir os meus pais a darem-me uma ajuda de última hora. Uma viagem de autocarro depois, e o meu primeiro livro de Oliver Sacks — autor que morreu este passado domingo — foi adquirido quando as bancas da feira já estavam a fechar.

 Não me lembro de nenhum outro livro dessa temporada, mas — e por isso conto esta história — de O Homem que Confundiu a Mulher com um Chapéu nunca me esqueci. Sem ideia do que iria encontrar, os contos de Oliver Sacks sobre os seus pacientes neurológicos foram uma descoberta. O que era aquilo? Literatura, medicina, reportagem, ficção, não-ficção, ensaio? A escrita de Oliver Sacks era um género à parte (mas que reinventava uma tradição esquecida, a do “conto médico” cultivado pelo neurologista soviético A.R. Luria).

O que para alguns pode ser apenas uma questão de forma é aqui também uma questão de conteúdo. A escrita de Oliver Sacks está na encruzilhada entre a ciência e as humanidades. A medicina está nessa mesma encruzilhada, e reconhecê-lo enriquece o nosso olhar. Uma das coisas que surpreendia em Sacks, por exemplo, era a conclusão de que muitas vezes os pacientes vivem melhor se encontrarem um ponto de entendimento com a sua doença. Havia o homem que tinha tiques e dizia palavrões em momentos inconvenientes (sofria de Síndroma de Tourette): medicá-lo permitia eliminar os sintomas, mas também lhe diminuía a criatividade quando tocava bateria (era, se não me engano, músico de jazz) ou o impedia de se divertir quando jogava ping-pong. Se fosse mais obcecado pela doença do que pelo paciente, Sacks não teria sequer identificado esse dilema, e não teria podido ajudar o paciente a ajudar-se.

Outros livros de Oliver Sacks, como Um Antropólogo em Marte ou A Ilha sem Cor, expandiam a sua visão do universo hospitalar e do enfoque individual para a cultura e a sociedade. O segundo destes livros é uma extensa descrição de uma ilha onde grande parte da população vê as coisas a preto-e-branco, por causa de uma doença chamada «acromatopsia» que ao mesmo tempo retira as cores mas acrescenta uma sensibilidade às texturas e às sombras.

Pelo meio, Oliver Sacks tornou-se um autor ainda mais famoso, com filmes baseados nos seus livros representados por estrelas de Hollywood. Não li os seus últimos livros, mas encontrei recentemente um seu artigo sobre as pessoas que (como eu) têm dificuldade em lembrar-se de rostos (a “prosopagnosia”), e onde de novo sobressaía a grande qualidade de Oliver Sacks: a sua capacidade de encontrar enriquecimento nas nossas imperfeições, e encher de humanidade o humano. Que muitos leitores o descubram.

Historiador, drigente do Livre

IN "PÚBLICO"
02/09/15

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622.UNIÃO


EUROPEIA



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HOJE NO
 "JORNAL DE NOTÍCIAS"

Cegos trocaram as bengalas 
pelas tesouras da vindima

Cegos e amblíopes foram ao Douro à vindima: pousaram as bengalas, pegaram nos baldes e tesouras e tatearam as videiras para cortaram uvas, uma experiência única para alguns destes novos vindimadores.

Fernando Gabriel, 74 anos, toca a videira, desvia as folhas e procura os cachos das uvas. Segue à risca as instruções dadas pelo monitor da Quinta da Avessada, no planalto de Favaios, concelho de Alijó.
"Temos que procurar os cachos. Explicaram para se por a mão por baixo, para cortar em cima e deitar no balde", afirmou à agência Lusa.
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Fernando é cego desde os 18 anos, trabalhou como telefonista, está reformado e fez questão de vir com o grupo da delegação do Porto da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO) à procura de uma nova experiência.

Com a ajuda da mulher, Teresa Gonçalves, avança para uma outra videira. Às vezes encontra os cachos emaranhados e é "mais trabalhoso" encontrar o pé da uva, onde coloca a tesoura, mesmo encostada ao dedo, e corta.

"Uma das recomendações que nos fizeram foi de chegarmos com os 10 dedos ao final", gracejou.
Esta foi também a primeira vez que Maria do Céu Francisco, 57 anos, vindimou. "Correu bem. Consegui apanhar um balde dos grandes de uvas, não é aquele pequenino, dos outros grandes", frisou.
Ficou cega aos três anos e foi muito protegida pela mãe, que nunca a deixou trabalhar.
"Mexer nas folhas, pegar o cacho na mão, ser eu a cortar, saber que esse cacho vai dar vinho para outras pessoas beber, é uma coisa muito importante. Eu achava o vinho muito caro, mas agora, vendo o trabalho que ele dá, acho que o preço está muito justo", sublinhou.
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O casal Francisco, 48 anos, e Alexandra Figueiredo, 41 anos, aventurou-se nesta vindima com a ajuda da filha que ia saltitando entre os dois para ajudar e dar algumas instruções.
"Está a ser muito interessante. Estou a gostar muito", sublinhou Francisco.

Para além da visão reduzida, Susana Monteiro, de 34 anos, tem uma deficiência motora no braço direito que a obriga a sentir e cortar apenas com a mão esquerda.
"Correu bem. Eu parto para as coisas sempre com um pensamento positivo, tentando não bloquear e não complicar as coisas só por complicar", frisou.
Susana faz parte da direção da ACAPO e referiu que, quando sentiu perda de visão, deixou de sair de casa sozinha. Hoje já o faz outra vez e disse que é feliz, como qualquer outra pessoa.
"Recusamo-nos a ficar isolados, a ficar em casa. Nós não somos os cegos e os coitadinhos. Somos pessoas que temos mobilidade reduzida e há coisas que nós não fazemos, mas lutamos para que sejamos autónomos e fazemos muitas atividades", afirmou Paula Costa, de 48 anos e presidente da delegação do Porto da ACAPO.
Este grupo já experimentou conduzir jipe e, depois da vindima, segue-se o caiaque.

Paula perdeu 95% da visão há 10 anos. "Quando vamos para as vinhas, para uma aldeia, para o monte, vemos a paisagem. Quando perdemos a visão não vemos a paisagem mas, se calhar, sentimos o resto que as pessoas com visão não sentem, que é o barulho dos pássaros, os ruídos, os cheiros", explicou.
Nesta experiência na vinha, destacou o barulho das tesouras, o toque das folhas, o sabor das uvas.

A Quinta da Avessada recebe milhares de turistas durante o ano. No período de vindima o número de visitantes praticamente duplica nesta unidade que possui uma enoteca, onde se conta a história do Douro e se desvendam os segredos da produção de vinho e do moscatel de Favaios.
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"É a primeira vez que estamos a ter cegos a cortar uvas. Cortaram 20 bombos de uvas em 45 minutos, ninguém cortou os dedos e ficaram todos muito satisfeitos", salientou o proprietário, Luís Barros.
A equipa da quinta preparou-se para um cuidado extra com este grupo mas, segundo o responsável, "não foi preciso". "Eles conseguem-se orientar muito bem e cortaram muito melhor do que algum pessoal do campo", brincou.

A vindima foi acompanhada pelos sons do acordeão e do bombo e ainda houve tempo para um baile improvisado.

* Uma maravilhosa jornada na Quinta da Avessada.

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 NENHUMA SOCIEDADE
QUER QUE SEJAS SÁBIO!
LIBERTA-TE


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2-THE CORPORATION


 DESCUBRA COMO É MANIPULADO




* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.

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HOJE NO
 "JORNAL DE NEGÓCIOS"

Cartões de débito: 
Cerco montado à carteira

As anuidades dos cartões de débito subiram a ponto de, muitas vezes, se revelarem mais caras do que as cobradas pelos de crédito.

O Multibanco é a última fronteira, um oásis para a realização de operações bancárias sem custos, protegido que está por uma lei que impede as instituições de cobrarem pela utilização. Transferências, pagamentos, levantamentos, entre outros, estão livres de encargos se realizados com o cartão de débito, numa das caixas que nos habituámos a ver em cada esquina do País.

Mas, se o Multibanco facilita a vida dos portugueses, o raciocínio também se aplica aos bancos, que têm acumulado lucros consideráveis pelo menor recurso aos balcões. Apesar disso, sempre tentaram pressionar para que também as operações no Multibanco fossem cobradas, ensejos que têm ciclicamente esbarrado na parede da lei.

Nada disto deteve as instituições. Se não podem aplicar custos às operações, descobriram mais uma forma de contornar a legislação e passaram a onerar o próprio cartão. Talvez ainda não tenha dado conta, mas o seu "cartão Multibanco" está muito mais caro. Analisámos a evolução dos custos desde 2009 e concluímos que pesam cada vez mais na carteira dos portugueses. Em média, o aumento é de 10% ao ano, o que implica que as anuidades tenham praticamente duplicado nos últimos seis anos. O incremento é de tal ordem que, por vezes, esta anuidade chega a ser mais elevada do que a aplicada aos cartões de crédito, um produto que não é indispensável.

E assim vamos nós, perante a passividade inaceitável do Banco de Portugal, que assiste sem pestanejar a mais uma situação lesiva dos interesses dos consumidores.

Custos a ritmo descontrolado
Em finais de 1985, foram introduzidas as primeiras máquinas Multibanco no País e emitidos os primeiros cartões de débito. De início, eram gratuitos para incentivar a utilização. Mas rapidamente os bancos começaram a cobrar uma comissão, alegando custos de produção. Este encargo era aplicado na emissão e renovação, a última acontecendo a cada dois ou três anos. Mais tarde, os bancos deixaram de relacionar os custos imputados ao cliente com a emissão ou a renovação e passaram a cobrar uma anuidade, que foi crescendo exponencialmente ao longo dos anos, com especial incidência a partir de 2011.


Com o nosso estudo, concluímos que, para movimentar a conta bancária por esta via, há que pagar, em média, quase 1 euro por mês, mais concretamente, 11,62 euros por ano. Das 18 instituições que analisámos, apenas o ActivoBank continua a disponibilizar o cartão de forma gratuita. Os restantes cobram anuidades que chegam aos 15,60 euros no caso do Banco BPI, da Caixa Geral de Depósitos e do Millennium bcp. Apenas cinco instituições não vão além da barreira dos 10 euros: BiG, Caja Duero, Crédito Agrícola, Montepio e Abanca.

Como podemos ver no gráfico ao lado, em 2009, um cartão de débito custava, em média, 6,83 euros anuais. Dois anos mais tarde, o valor chegava aos 7,50 euros. Desde então, o custo disparou verdadeiramente. Só entre 2014 e 2015, subiu em média 9,8%, ou seja, 1,04 euros. Se pensarmos nos últimos quatro anos, o acréscimo foi de quase 55 por cento. A manter-se esta evolução, dentro de uns 15 anos, pagaremos bem mais do que 50 euros a título de anuidade.

No intervalo de 2009 a 2015, cinco instituições de crédito mais do que duplicaram o valor aplicado: o Banco BIC, o Banco BPI, o Banif, o Millennium bcp e o Santander Totta. Nos dois primeiros, a variação chegou aos 150%, passando de 5,20 para 13 euros e de 6,24 para 15,60 euros, respetivamente. Aliás, estes cinco bancos cobram uma média muito superior (15,27 contra 11,62 euros) e têm feito subir os custos de forma mais acentuada do que a concorrência.

Outras três instituições evidenciaram aumentos superiores a 90% no mesmo período: o Best Bank, o Novo Banco e a Caixa Geral de Depósitos. Apenas o BiG e a Caja Duero mantiveram os valores cobrados e o Montepio registou um incremento a rondar os 10 por cento.

Débito mais caro do que crédito
Um cartão de débito é hoje uma ferramenta quase obrigatória para movimentar a conta bancária. O mesmo não se pode dizer de um cartão de crédito. Apesar de útil, pois disponibiliza um financiamento para qualquer eventualidade, não é indispensável. Além disso, os elevados custos, sobretudo ao nível dos juros, impõem cautelas na utilização.

Se compararmos apenas as anuidades de ambos os tipos de cartões, verificamos que já não existem grandes diferenças e que, em muitos bancos, o de crédito sai até mais barato. É o caso do Abanca, do BiG, do Novo Banco e do Barclays, que possuem um cartão de crédito sem custos, mas cobram pelos de débito. No Millennium bcp e na Caixa Geral de Depósitos, o cartão de débito também é mais caro do que o de crédito "classic".

Assim, se o seu cartão de crédito tiver também função de débito e permitir aceder à rede Multibanco, como acontece com alguns do Novo Banco, do Millennium bcp e da Caixa Geral de Depósitos, pode abdicar do cartão de débito e poupar até 14,56 euros por ano. Isto se pagar sempre as despesas a 100 por cento.

Rodeado de comissões por todos os lados
Após terem empurrado os clientes para fora das agências, os bancos não aumentaram apenas os custos dos cartões de débito. Como verificámos através do nosso último estudo a contas à ordem, publicado na edição de maio, são cada vez mais as instituições que cobram por outros meios de movimentação, como o homebanking. Ainda que as operações tenham custos bastante mais reduzidos via internet do que ao balcão, no início, eram gratuitas. Há inclusive bancos, como o Barclays, a Caja Duero e o Crédito Agrícola, que não concedem descontos aos clientes por optarem pela Net.

E as contas à ordem são penalizadas por outras vias: é o caso das comissões de manutenção - contra as quais nos posicionamos e que constituem um fardo sobretudo para os clientes com rendimentos mais reduzidos - e dos chamados custos de processamento das prestações dos créditos.

Resumindo, conscientes de que os cidadãos dificilmente vivem sem conta à ordem, e confrontados com a impossibilidade de cobrar no Multibanco, os bancos montaram o cerco para aplicar comissões a tudo o que mexe, sem que o Banco de Portugal se digne mover o mindinho para impor limites a estas estratégias. 


Limites para a subida da anuidade
- Movimentar uma conta está cada vez mais caro. Após incentivarem os consumidores a evitar os balcões para realizarem as suas operações, os bancos passaram a cobrar a quem utiliza esses mesmos meios de movimentação à distância, como o homebanking e os cartões de débito.

- Desde 2009 que as anuidades dos cartões de débito têm vindo a aumentar, em média, mais de 10% ao ano, valor muito superior ao da inflação neste período. No mesmo banco, chegam a existir cartões de débito mais caros do que versões que concedem crédito. Trata-se de uma subida injustificada, pois os bancos já obtêm lucros avultados com a menor utilização dos balcões. É caso para dizer que a atividade principal das instituições está a deixar de ser a realização de operações financeiras para passar a ser a aplicação de comissões.

- Tal como em tantas outras áreas, o Banco de Portugal optou por uma atitude passiva, não protegendo os interesses dos consumidores. Será necessário que as anuidades dos cartões de débito atinjam valores exorbitantes para o regulador intervir, como aconteceu, por exemplo, no crédito? Face à inércia do Banco de Portugal, daremos conta dos resultados do nosso estudo à Assembleia da República e ao Ministério das Finanças. E, em breve, publicaremos os resultados.


* Uma importantíssima informação da "Associação para a Defesa do Consumidor"
** PORREIRO PÁ, continuem a votar nos partidos do "COVIL DA GOVERNAÇÃO"



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Bonga

Comeram a fruta


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HOJE NO
 "DESTAK"


Termas da Felgueira, em Nelas, recebem
. cada vez mais crianças para tratamentos

O responsável das Termas da Felgueira, Adriano Ramos, disse hoje que há cada vez mais crianças a fazerem tratamentos para as vias respiratórias em termas, registando-se uma maior prevalência entre os 4 e 12 anos. 
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"Tem havido um grande aumento de crianças a fazer tratamentos em termas, talvez pela maior incidência de um certo tipo de patologias como as alergias e as asmas brônquicas. Sentimos que há cada vez mais crianças a procurar estas terapias porque não têm contraindicações", explicou.

Em declarações à agência Lusa, o responsável pela estância termal do concelho de Nelas, no distrito de Viseu, sublinhou que os efeitos dos tratamentos com água mineral são seguros: não provocam sono e não agridem outro órgão. 

* Diz um pensinista deste blogue que as CALDAS DA FELGUEIRA  são notáveis desde o início dos séculos, afirma que se está vivo é porque andou por lá três anos consecutivos nos idos de 50.

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RESISTENTE A QUASE TUDO


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Resistência aos antibióticos pode custar 10 milhões de vidas e 100 biliões de dólares*

O custo da inação nesta matéria pode representar uma queda de entre 2 e 3,5% do PIB mundial.

A resistência aos antibióticos pode custar 10 milhões de vidas e 100 biliões de dólares até 2050 se não forem tomadas medidas urgentes para responder a uma das maiores ameaças ao combate às doenças infeciosas, segundo a OMS.

Os dados foram compilados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que se mostra cada vez mais preocupada com o crescente problema dos 'supermicróbios' e do seu impacto nos sistemas de saúde.
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 "O custo da inação nesta matéria pode representar uma queda de entre 2 e 3,5% do PIB mundial", disse Swarup Sarkar, diretor do Departamento de Doenças Contagiosas do escritório regional do Sudeste Asiático da Organização Mundial de Saúde (OMS), num encontro com jornalistas em Díli.

"Estamos perante a maior ameaça nos esforços de combate às doenças contagiosas", explicou, referindo que até 2050 a resistência aos antibióticos pode matar mais pessoas que o cancro: 4,15 milhões em África, 4,73 milhões na Ásia e cerca de 400 mil nos Estados Unidos e Europa.

E os dados são "muito preocupantes" com, por exemplo, uma criança a morrer em cada cinco minutos na India, Paquistão, Afeganistão, Nepal e Bangladesh devido a septicemia.

O tema da Resistência Anti microbial (AMR, na sua sigla em inglês) faz parte da agenda de debate da 68ª sessão do Comité Regional do Sudeste Asiático da OMS, que decorre entre hoje e sexta-feira em Díli com delegações de 11 países.

Depois de nos anos 50 do século XX se ter chegado a antecipar o fim das doenças contagiosas, o uso indiscriminado e inadequado de antibióticos e a capacidade de sobrevivência dos micróbios alterou a situação.

Hoje, explicou Swarup Sarkar, a proliferação dos 'supermicróbios' está a aumentar com alguns a resistirem a praticamente todos os antibióticos disponíveis.

Só na União Europeia, destaca, a estimativa é que o custo anual seja de 1,5 mil milhões de dólares por ano, com mais de 25 mil mortes.

"Quando há resistência o impacto na saúde pública é imenso. Tratamentos mais longos, mais hospitalizações, maior mortalidade. Tratar um paciente com tuberculose resistente, por exemplo, custa o mesmo que tratar 100 pacientes com tuberculose não resistente", explica.

No caso da febre tifoide, por exemplo, a mortalidade antes dos antibióticos era de 12 a 13% e agora, porque antibióticos como a penicilina já não são suficientes, em alguns regiões a mortalidade já ultrapassa os 10%.

Na Tailândia 69% de algumas das formas da pneumonia já resistem à penicilina e em vários pontos do planeta mais de metade dos pacientes infetados com variantes mais resistentes de dois dos supermicróbios hospitalares (Staphylococcus aureus e Acinetobater baumannii) morrem.
"Pessoas que são admitidas para cirurgias ou outras intervenções médicas, que não têm doenças infeciosas e que acabam por morrer, vitimas de bactérias endémicas e resistentes nos hospitais", explicou Sarkar.
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O problema é "complexo", devendo-se a questões biológicas e técnicas, mas particularmente a questões comportamentais, como o excessivo consumo de antibióticos, o seu uso inadequado (automedicação e dosagem desadequada) ou até o seu uso no setor veterinário, na carne para consumo humano.

Produzir novos antibióticos, recordou, é um processo complexo, com custos elevados e resultados demorados: "a última classe de antibióticos descoberta data de 1987".

"Daí que é necessário alterar o comportamento. Temos que promover um uso racional de antibióticos que são um recurso precioso que todos temos que preservar", afirmou Sarkar.

"Mas também temos que reduzir a pressão das doenças melhorando as condições que as causam. Estamos fascinados sobre novos avanços e menos sobre as coisas mais simples, como saneamento, melhoria básica das condições de vida", afirmou.

* 100 biliões de dólares são 100 mil milhões de dolares em expressão europeia. Ficamos estarrecidos como milhões de pessoas brincam com a toma de antibióticos criando no organismo resistências inultrapassáveis e incluem os filhos na brincadeira.


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