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ONTEM NO
"PÚBLICO"
Centenas de milhares na rua contra a troika e o Governo num dos maiores protestos de sempre
Os manifestantes não foram contabilizados, mas as manifestações nas
cerca de 40 cidades em que houve protestos apontam para que centenas de
milhares se tenham manifestado este sábado contra a troika e as medidas do Governo.
O dia de protestos visto pelos jornalistas do PÚBLICO.
22h00, Lisboa
O ambiente acalma na manifestação frente à Assembleia da República.
Alguns manifestantes começam a dispersar. Chega ao fim uma das maiores
manifestações de protesto realizadas em Portugal desde o 25 de Abril de
1974. Os portugueses saíram à rua para dizer “basta” à medidas da troika e do Governo em 40 cidades do país. Luciano Alvarez
Lisboa, 21h25 Manifestantes lançam várias bombas de fumo contra a polícia frente à Assembleia da República. O ambiente aquece. PÚBLICO
21h15, Lisboa Protestos intensificam-se frente à Assembleia da República. Manifestantes rebentaram uma bomba de fumo. Luciano Alvarez
21h13, Funchal Os
promotores da manifestação anti-troika na Madeira não decidiram se vão
repetir a iniciativa a 22 de Setembro. No final do protesto que
concentrou cerca de cinco mil madeirenses na Praça do Município, depois
de cantarem o Hino Nacional e proclamarem vivas a Portugal, os
manifestantes reuniram-se numa espécie de assembleia popular que foi
consultada sobre a realização ou não de nova manifestação no próximo
sábado. Face à dificuldade de tomar uma decisão no local, Duarte
Rodrigues, um dos promotores da mobilização de hoje, anunciou aos
presentes que a decisão será tomada oportunamente, após ouvir a opinião
das pessoas, nomeadamente através das redes sociais, e conhecer o que
vier a ser acordado relativamente a outras manifestações noutras cidades
do país. Tolentino de Nóbrega
20h47, Lisboa Largo fronteiro à Assembleia da República já está completamente cheio de manifestantes. Luciano Alvarez
20h26, Lisboa
Houve breves desacatos frente à Assembleia da República. As grades de
contenção dos manifestantes chegaram a ser derrubadas, mas foram
entretanto repostas. PÚBLICO
20h16, Funchal
Milhares de madeirenses manifestaram-se este sábado na baixa do Funchal.
Os manifestantes entoaram palavras de ordem contra as medidas
anunciadas pelo Governo. “Abaixo a mamadeira, Jardim para a rua” e “A
luta continua, Alberto João para a rua”, protestaram no final da
concentração, no Largo do Município. “Troikem o Passos”, “A
incompetência tem limites”, “Presidente da Republica procura-se, ”Eles
roubam e o povo é quem paga”,” Passos ladrão, o vosso lugar é na
prisão"e "Quem semeia miséria colhe fúria", foram algumas das inscrições
em cartazes e faixas exibidas no protesto. Tolentino de Nóbrega
19h56, Lisboa
Alguns dos manifestantes que participaram na marcha alfacinha, que
acabou na Praça de Espanha, rumaram para a praça frontal à Assembleia da
República, onde vão continuar os protestos. Luciano Alvarez
19h54, Portimão
Cerca de um milhar de pessoas manifestaram-se em Portimão contra as
medidas de austeridade impostas pelo Governo e pediram a demissão do
executivo de coligação PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho. Os
manifestantes concentraram-se às 16h, em frente da Câmara de Portimão, e
desfilaram depois pelas ruas da baixa da cidade até à marginal, onde
quem quis tomou a palavra para dizer o que entendia e protestar contra
as medidas de austeridade, como as alterações à Taxa Social Única, que
disseram estar a agravar o nível de vida dos portugueses. Com palavras
de ordem como “Passos ladrão, não vales um tostão” ou “Passos atenção,
não queremos exploração” e cartazes com frases como “Troika que os
pariu”, os manifestantes deram voz ao seu desagrado pelo novo pacote de
medidas de austeridade anunciadas e contra a situação difícil que o
Algarve e o país atravessa em termos de desemprego. Lusa
19h48, Lisboa Manifestação também é
oportunidade de negócio: na Av. de Berna vendem-se cornetas no meio da
rua. "Duas, cinco euros! Duas, cinco euros!" Hugo Torres
19h44
Corre nas redes sociais um apelo a uma manifestação na sexta-feira, à
porta do Palácio de Belém, durante a reunião do Conselho de Estado. PÚBLICO
19h20, Coimbra A manifestação desagua no Parque Verde, junto ao Mondego. O comissário da PSP aponta para 20 mil pessoas. Graça Barbosa Ribeiro
19h14, Viseu
O Rossio de Viseu foi hoje palco de uma das maiores manifestações desde
o 25 de Abril de 1974 na cidade, com mais de 2.000 pessoas a participar
no protesto nacional. A partir das 16h já se contava mais de uma
centena de pessoas na praça do Rossio (praça da República), onde se
situa a câmara municipal de Viseu, mas, por volta das 17h, foi
perceptível que esta seria uma das maiores manifestações de sempre na
cidade. Num pequeno palco improvisado sucederam-se as intervenções de
populares, cujo mote que a todas tocou foi a influência da austeridade
na vida das pessoas, tendo o poeta António Gil sublinhado a ideia de as
forças de segurança e as Forças Armadas “também estarem com este
protesto”. Lusa
19h02, Funchal Milhares de pessoas desfilaram hoje no Funchal. Tolentino de Nóbrega
18h50, Lisboa Segundo
a SIC-notícias na cauda da manifestação, um grupo de militantes de
extrema direita desfila cercado por um cordão de protecção policial. PÚBLICO
18h47, Lisboa Uma
pessoa foi hoje detida na manifestação “Que se lixe a troika! Queremos
as nossas vidas!”, em frente aos escritórios do Fundo Monetário
Internacional (FMI) em Lisboa, na Avenida da República. A Lusa
presenciou a detenção, feita por polícias à paisana, depois de vários
manifestantes terem arremessado tomates, petardos e garrafas de cerveja
contra a porta do edifício nº 57, onde o FMI tem escritórios no 9.º
andar. Lusa
18h46, Coimbra Os manifestantes
não chegaram a encher o ponto de concentração, a Praça da República. Mas
foram muitos os que incorporaram o cortejo quando, às 17h45, as pessoas
começaram a descer a avenida Sá da Bandeira, em direcção à baixa da
cidade. "Há muito que não via tanta gente na rua", disse um elemento da
PSP, que admitiu que o número de manifestantes ultrapassasse os cinco
mil. A mancha humana estava pontuada por bandeiras de Portugal. "Não é
pelo pais que lutamos?", justificou Lurdes Nunes, que, aos 46 anos,
participava pela primeira vez numa manifestação de rua. O filho de 28
anos regressou a casa, desempregado. Ela e o marido são funcionários
públicos e sentem que depois de "uma vida a trabalhar para não dever
nada a ninguém" estão a "pagar o que os outros gastarram". Graça Barbosa Ribeiro
18h42, Lisboa
Hugo Guerra, 18 anos, estudante-trabalhador, é um dos que empunha
cartazes. "É terceira ou quarta manifestação a que venho. Como jovem,
conheço bem as dificuldades". Também Francisco Salpico, 49 anos,
engenheiro na Câmara Municipal de Lisboa, é um assíduo destes protestos:
"Tenho participado em muitas [manifestações] nos últimos dois anos. O
que é grave é que é um suicídio do país". Enquanto desembocavam na Praça
de Espanha, alguns manifestantes cantavam "A troika não manda aqui" e
havia quem apelasse a uma greve geral. João Pedro Pereira
18h32, Porto “Ladrão”, “Gatuno” e “O povo unido já mais será vencido”, são as palavras mais gritadas. Sara Dias de Oliveira
18h30, Beja
Beja “ tem avondo” (está farta) da política do Governo A palavra de
ordem da manifestação de ontem (hoje) em Beja, recuperou um termo do
vocabulário local “tem avondo” para realçar a saturação que os mais de
meio milhar de manifestantes expressaram contra a política do Governo. O
número de pessoas que se concentraram na Praça da República em Beja
numa tarde de intenso calor surpreendeu cada um dos presentes. “Há muito
que não se via tanta gente junta numa luta em defesa dos seus direitos”
exultou um dos organizadores da manifestação de Beja e que se estendeu a
mais 23 cidades portugueses. Uma bandeira portuguesa e outra espanhola
simbolizaram um objectivo comum num contexto social em que “já não há
tempo para mais compassos de espera” avisou um dos oradores. O
reconhecimento de que “andávamos todos adormecidos” realçou um dos
oradores perante o invulgar número de pessoas presentes e de todos os
quadrantes políticos, da direita à esquerda radical “irmanados” num
mesmo objectivo: “Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas!”.Ficou
patente que se esperava menos gente e que as pessoas se deslocavam na
expectativa de um fiasco. Advogados, professores, quadros superiores da
Função Pública, médicos, estudantes, trabalhadores rurais e operários
davam conta de como o problema de fundo que os levou à manifestação é
transversal.Carlos Dias
18h,28, Berlim Cerca
de 40 pessoas manifestaram-se hoje diante da Embaixada de Portugal em
Berlim contra a “troika” e a política de austeridade do executivo
PSD/CDS, solidarizando-se com idênticos protestos marcados para
numerosas cidades portuguesas. Os manifestantes, a sua maioria jovens
estudantes portugueses recentemente emigrados por causa da crise no seu
país empunhavam cartazes em português, inglês e alemão, com inscrições
como “Trabalho Indigno Não É Trabalho”, “Emigração Não É erasmus? F...
Troika”, “Menschen Statt Banken” (Pessoas em vez de Bancos) e “Austerity
Labs no Pasaran”. (Laboratórios da Austeridade não Passarão). Lusa
18h20, Lisboa
Grande concentração à frente da troika. Arremessadas garrafas de água,
uma garrafa de cerveja, tomates e papéis. Insultos constantes. Foram
também lançadas duas garrafas de vidro contra a porta de vidro. Polícia
sem reacção. Hugo Torres
18h05, Porto Avenida dos Aliados está cheia. A manifestação começa a subir a Rua Sá da Bandeira Sara Dias Oliveira
18h, Lisboa Manifestação chegou à Praça de Espanha. A coluna de manifestantes enche, pelo menos, toda a Av. de Berna. João Pedro Pereira
17h48, Bruxelas A
acção de protesto contra a austeridade convocada para hoje em Bruxelas
reuniu algumas dezenas de manifestantes diante da representação
permanente de Portugal junto da União Europeia, entre os quais as
eurodeputadas Marisa Matias (BE) e Inês Zuber (PCP). Com cartazes onde
se podia ler “Povo para a rua! Governo para a rua!” e “Contra os ladrões
marchar, marchar”, as cerca de meia centena de manifestantes
concentraram-se à hora marcada (17h locais, 16h de Lisboa), no
quarteirão das sedes das instituições europeias, em frente ao edifício
da representação diplomática portuguesa junto da União Europeia
(encerrada por ser sábado), e, apesar do ambiente pacífico, a
manifestação mereceu um forte dispositivo policial.Lusa
17h43, Lisboa A cabeça da manifestação está a chegar à Praça de Espanha e ainda há gente a sair do Saldanha. João Pedro Pereira
17h35, Paris
Cerca de 30 portugueses, todos jovens, formados, indignados e
solidários com a situação que o país atravessa, juntaram-se em frente da
embaixada de Portugal em Paris para contestar as políticas do Governo e
pedir um país “com oportunidades”. Lusa
17h30, Lisboa SIC Notícias transmite imagens via helicóptero. A coluna de manifestantes em Lisboa é impressionante. Luciano Alvarez
17h22, Lisboa
Uma multidão compacta começa a avançar muito lentamente para fora da
Praça José Fontana em direcção ao Saldanha. Para além dos muitos
cartazes, há bandeiras de Portugal e um ocasional cravo. Ouve-se
"Governo para a rua".João Pedro Pereira
17h15, Porto
Milhares de pessoas estão na Avenida dos Aliados, no Porto, gritando
palavras de ordem como “Passos ladrão, pede a demissão” e “O povo não
quer gatunos no poder”. Lusa
17h00, Lisboa
Os manifestantes decidiram ser criativos com os cartazes: "Frita-se o
Coelho, deixa-se feliz o país inteiro", "O que queres ser quando fores
grande? Ministro para ajudar os ricos", "Estado ladrão, Democracia
prostituição". Há quem use bidões como uma espécie de bombos de
improviso. A manifestação assobia, aplaude, gritou em uníssono "gatunos,
gatunos" e "O povo unido jamais será vencido". E prepara-se para
arrancar para um percurso atípico nestes protestos e que terminará na
Praça de Espanha. João Pedro Pereira
16h59, Lisboa
Centenas de pessoas deslocam-se ainda na Av. Fontes Pereira de Melo e
ruas próximas em direcção à Praça José Fontana, onde está marcado o
início da manifestaçãoLuciano Alvarez
16h45 A
15 minutos da hora marcada para o início da manifestação, a Praça José
Fontana está a encher. No coreto no centro da praça foi afixada uma
faixa com o mote dos protestos deste sábado:
"Que se lixe a troika.
Queremos as nossas vidas". As colunas que estavam a lançar música sobre a
multidão foram desligadas e começam a ouvir-se as primeiras palavras de
protesto. João Pedro Pereira
16h36, Braga
Começa a ser difícil quantificar o número de participantes na
manifestação de Braga. Quando começa uma assembleia popular num palco
instalado na Avenida Central, há cerca de 6000 pessoas a participar no
protesto, mas, a cada momento, vai chegando mais pessoas ao centro da
cidade. Samuel Silva
16h06, Braga O percurso
da manifestação contra as medidas de austeridade feito pelas principais
ruas da cidade fez com que mais pessoas se juntassem ao protesto. Neste
momento são já cerca de 5000 pessoas que cruzam o jardim de Santa
Bárbara, novamente em direcção a Avenida Central. Samuel Silva
15h47, Braga
A manifestação já conta com cerca de 2000 pessoas, muito acima do
registado nas ultimas manifestações de indignados na cidade. O protesto
segue agora em cortejo pelas principais ruas bracarenses, acompanhado
por um dispositivo policial de cerca de 15 agentes da PSP fardados. O
euro deputado Rui Tavares é presença notada na manifestação, dizendo-se
"emocionado" com a mobilização popular na cidade. "Não tenho muito mais a
dizer do que as outras pessoas que aqui estão. Estamos todos a fazer a
mesma reivindicação contra uma luta de classes dos ricos contra os
pobres", destacou, em declarações aos jornalistas. Samuel Silva
15h30, Braga
Cada vez mais pessoas juntam-se ao protesto. Sao já perto de mil
pessoas. Os jovens estão na fila da frente, mas reuniram-se também
reformados, professores, pequenos empresários e desempregados. As
palavras de ordem dirigem-se sobretudo ao primeiro-ministro e ao
ministro das Finanças, mas há também cartazes de protesto com a cara de
Paulo Portas e críticas ao PS. Samuel Silva
15h15, Braga
À hora marcada, a manifestação no centro de Braga conta com cerca de
200 participantes. Reunidos junto à esplanada da Avenida Central o
grupo, maioritariamente constituído por jovens, empunha faixas pedindo a
"suspensão do pagamento da divida" e grita repetidamente a frase
"Passos, ladrão, teu lugar é na prisão". Samuel Silva
14h16, Funchal
A realização do rali Município do Funchal e do concerto Banda Panda
marcada para o Parque da Santa Catarina obrigaram os promotores da
manifestação anti-troika a alterar o percurso do protesto. A
concentração dos manifestantes não ocorrerá no topo do parque, como
estava previsto, mas na praceta do Infante. Ao apelo para a manifestação
"Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas!" aderiram já mais de
2500 madeirenses. Tolentino de Nóbrega
* E somos pacíficos, estamos convencidos que os desacatos frente à AR foram encomendados, por quem, não sabemos.
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