.
Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
12/05/2021
JOÃO PAULO CARVALHO
.
Hoje é Dia
Internacional do Enfermeiro
Fora este um texto corporativista e de profunda protecção à classe de enfermagem e começaria por dizer que estamos a dias de ver 900 enfermeiros a perderem o emprego. Mas não é. Por isso, começo dizendo que estamos a dias de ver vários milhares de doentes por ano a ver o seu futuro adiado. É só um infeliz retrato do que está a acontecer por todo o país, reduzido à micro escala do Norte do país.
A situação é uma ode Shakesperiana adaptada aos tempos de hoje. O Centro Hospitalar quer, o enfermeiro sonha, mas a família do Hospital, lá no Terreiro do Paço, não permite que a paixão nasça. Nesta narrativa os amantes não morrem. Concluir-se-à com o enfermeiro que foge, os cuidados que definham e os doentes que perecem perante a incapacidade de os salvar.
Por esta altura, já terá compreendido o leitor que a minha preocupação extravasa as famílias dos profissionais de saúde, apesar da consternação em ver quem largou tudo a ser tratado como não valendo nada. Não falo da dignidade dos profissionais, falo no dever de auxilio que o país nos obriga, no direito à saúde que a Constituição prevê.
Antes da pandemia já existia uma carência crónica de profissionais, que só foi atenuada pela contratação de novos profissionais aliada ao medo dos doentes de realizarem os procedimentos que necessitavam. Houve mais pessoal para tratar menos pessoas, apesar da afluência por COVID ter sido maior. Agora, caminhamos de regresso às unidades projectadas para trezentos mil utentes a servirem quinhentos mil. É um caso, dirão. Não. É o cartão de visita de um SNS parado no tempo, encalhado nas dificuldades que o fazem quebrantar enquanto o país faz de conta que não ouve o ranger da dor que só é apaziguado pelo crer que esmorece, com as vagas de desinvestimento que se abatem sobre ele.
O problema das unidades de saúde, é o preço do que falta e não do que têm. A falta de dinheiro não advém de pagar aos enfermeiros que se contrata, chega pelo que custam as exiguidades que temos. A doença não se controla por orçamento, nem os enfermos se curam por carências financeiras. Isto significa que os hospitais são obrigados a recorrer a horas extra para compensar o absentismo aliado às dotações insuficientes e, noutra medida, o Serviço Nacional de Saúde necessita de jorrar dinheiro em SIGICs e cheques cirúrgicos que poderia realizar entreportas tivesse capacidade de planeamento, previsão e gestão controlada.
O despedimento destes enfermeiros, que são necessários, resultará em agravamento das condições de saúde das populações e consequente diminuição de prevenção da doença, que é como quem diz, aumento da necessidade de cuidados e diminuição da qualidade de vida das pessoas. No ano de 2020 realizaram-se menos onze milhões e meio de consultas em centros de saúde, menos vinte e seis milhões de actos de diagnóstico, menos cento e vinte e seis mil cirurgias e menos quatrocentos mil rastreios oncológicos.
Hoje, que se assinala o Dia Internacional do Enfermeiro, alerto uma vez mais para a necessidade de reforçar o Sistema Nacional de Saúde, dotando-o de meios capazes para enfrentar a crise social que aí vem, porque, aquilo que mais pretendo, é ser eu a bater palmas a Portugal.
*Presidente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Enfermeiros
IN "JORNAL DE NOTÍCIAS" - 12/05/21
.
2630.UNIÃO
A imbecilidade popular é ilimitada, amanhã 13 teremos outro dia também dedicado a ela. Há uma pequeníssima diferença, enquanto a vitória do SCP é um facto real, a aterragem num chaparro duma suposta virgem ainda por cima parideira lá para os lados de Fátima, é um enorme exercício de publicidade enganosa.
A estrutura do SCP e os seus profissionais não são responsáveis pela insanidade de milhares de pseudo sportinguistas e também pseudo portugueses que se marimbaram para as regras de cuidados sanitários impostos pela pandemia e poderão originar um forte novo surto viral.
Onde pára o ministro Cabrita mais as suas ambiguidades?
Como a festa verde foi manchada pela violência
* Imagens : "OBSERVADOR"
Se desta imbecilidade colectiva existirem casos de Covid19 desejamos que as despesas de tratamento sejam totalmente imputadas os infractores, o resto do país não pode sustentar os males de saúde dos pacóvios arruaceiros que dizem ser sportinguistas.
Nós também somos muito sportinguistas, apoiantes e às vezes críticos sem calúnia da actual direcção, mas só podemos dar "Vivas" a Frederico Varandas, Hugo Viana, Ruben Amorim, toda a equipa técnica e naturalmente aos heróis jogadores por terem revertido a miserável probabilidade de 3% de vitória no início da prova para retumbantes 100%, até agora sem qualquer derrota.
VIVA O SPORTING
.
.
3-POLIOMIELITE
E A VACINA QUE MUDOU O MUNDO
* Este documentário pode fazer-nos pensar sobre esta pandemia que também mudou o mundo, COVID19, e sobre tanta ignorância manifestada nas redes sociais sobre o papel fulcral da ciência no combate ao vírus. Infelizmente há muito quem pense que o vírus é um bichinho minúsculo que anda atrás de nós.
.
* Poderia ser apenas um filme romântico francês se não fosse… Tudo. Com direção de Laurent Bouhnik, “Q” – também conhecido como Q Desire – traz a história de Cecile (Déborah Révy) uma garota transtornada pela morte do pai e que literalmente interfere na vida das pessoas com seu modo peculiar de agir. O longa se passa em um contexto social deteriorado pela crise econômica do país e mostra diversas histórias de pessoas aleatórias que ao longo do enredo vão se encontrando.
Escolhi falar de “Q” por conta da temática: o longa discute de forma totalmente inesperada o desejo, o amor e a forma complexa que o ser humano tem de demonstrar sentimentos. Já nas primeiras cenas é possível observar enquadramentos surpreendentes e narrativas que até então parecem desconexas com o resto da trama. Em certos momentos até parece que estamos observando uma pintura, com fotografias tão bem produzidas e cores que remetem sensações únicas. Dependendo do grau de “situação cinema” que o espectador se encontrar, talvez ele sinta e até imagine uma leve brisa soprar da tela, um calor incontrolável e uma espécie de ar carregado de tanta… Luxúria.
Sim, é isso mesmo. A história gira em torno de Cecile, uma jovem que vê no sexo uma forma de escapar da realidade, porém ela nunca está satisfeita. Por conta disso, a moça brinca de seduzir e é praticamente impossível não sentir uma pitada de atração por ela. É importante lembrar também que neste longa a mulher é poderosa. Ela é decidida, autoritária, vai atrás do que quer e faz o que quiser, não importando as consequências. Mas é na relação sexual que ela se mostra vulnerável, delicada e solitária. O desejo, a libido e a sensualidade são explorados efusivamente, com aquele jeitinho que só um trés francês consegue fazer. Não acredito que valha a pena falar dos outros personagens, pois o diretor deixa claro que o espectador precisa conhecer um por um, através dos diálogos rápidos e espontâneos entre cada cena.
Devo confessar que deixei algo importante para falar agora: este longa contêm várias cenas de nudez, sexo (do tipo mais erótico possível até uma mais selvagem) e até conta com pouquinho de ação e cenas non-sense. Por isso, talvez seja mais prudente não assistir com certas pessoas se quiser evitar “vergonha alheia”.
Directed by | Laurent Bouhnik |
---|---|
Written by | Laurent Bouhnik |
Starring | Déborah Révy Hélène Zimmer |
Music by | Ernest Saint Laurent |
Cinematography | Dominique Colin |
Edited by | Valérie Pico |
Release date |
|
Running time | 103 minutes |
Country | France |
Language | French |
110-CINEMA