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ESTA SEMANA NA
"SEMANA INFORMÁTICA"
Tecnologia dá uma mão à
agricultura biológica
Sem terra, sem ervas daninhas, nem sujidade. É assim a hidroponia, uma forma de agricultura que se sustenta na nova app CoolFarm
A CoolFarm é uma spinoff da empresa CoolApps, uma empresa
com
dois anos que desenvolve aplicações móveis, websites e design de interfaces. Reunidos pelas experiências nas áreas de robótica, design, desenvolvimento de aplicações Web e mobile
e gestão de projecto, a equipa de quatro pessoas pensou aliar as suas
competências à experiência da cultura doméstica e à consciência
ecológica. O resultado foi uma app, a que deu o nome de CoolFarm.
«A CoolFarm ainda não é uma empresa; está neste momento no programa de aceleração Lisbon Challenge, que levará à concretização desse objectivo», sustenta João Igor, um dos mentores do projecto, juntamente com Gonçalo Cabrita, Liliana Marques e Eduardo Esteves.
A app permite cultivar alimentos, controlando a plantação através do tablet, smartphone,
ou PC, automatizando o crescimento de plantas (alimentos) com o mínimo
de intervenção por parte do utilizador. Este só tem de ligar o vaso à
corrente e sincronizar o sistema com os seus aparelhos para monitorizar e
controlar todo o crescimento, assim como para receber notificações.
Apenas usando botões virtuais, o utilizador consegue controlar a
quantidade de água que as plantas recebem e os nutrientes de que
precisam.
Até ao momento, a CoolApps investiu cerca de 13 mil euros na
CoolFarm, não tendo beneficiado de apoio nenhum para tal. «Lançámos uma
campanha de crowdfunding no Indiegogo
(www.indiegogo.com/projects/coolfarm) com o objectivo de apoiar a nossa
estadia nos três meses do Lisbon Challenge, sendo que a 16 de Junho
estavam angariados cerca de 2000 euros», assume João Igor.
No ponto em que se encontram, os mentores do projecto consideram que a
prioridade é decidir como começar a vender a CoolFarm. «Temos
capacidade para vender o nosso produto às farms de hidroponia,
que já representam um número significativo e crescente a nível nacional e
internacional. No entanto, a CoolFarm pode ser vendida ao cliente que
quer ter em casa uma forma fácil de criar os seus alimentos», esclarece
João Igor.
Sem vendas concretizadas, visto estarem na fase de protótipo, João
Igor prevê, numa fase inicial de produção em massa, ultrapassar uma
facturação de 2 milhões de euros anuais.
Assim, numa fase inicial, a equipa de investigadores pondera vender
apenas para o mercado B2B (instalação do produto CoolFarm em grandes
estufas hidropónicas). De seguida, está planeado o desenvolvimento de um
kit completo para ser vendido ao público em geral (B2C), incorporado num vaso de design.
Existe ainda a oportunidade de combinar os dois mercados, ou seja, de
disponibilizar nas estufas hidropónicas locais reservados para o
consumidor final, para que estes possam interagir com as plantas através
da Web e no final tenham acesso ao produto através do processo normal
de encomenda.
«Neste momento encontramo-nos em fase de desenvolvimento de um
produto que responde às necessidades de estufas industriais; deverá
estar disponível até ao final do ano, sendo este produto constituído
pelo aparelho electrónico em desenvolvimento, bem como pela plataforma
Web e mobile, avança o responsável.
Internacionalizar é um objectivo
O despertar para a agricultura biológica, um pouco por todos os
quadrantes, motiva a equipa da CoolFarm a pensar no seu projecto numa
óptica global. Depois de testada no mercado português, a aplicação
poderá seguir rumo aos mercado internacionais, onde João Igor diz
existir também um crescente interesse pelas técnicas de cultivo próprio
de alimentos junto dos consumidores de primeira linha. Os mentores do
projecto acreditam que o design da aplicação e a interface do
utilizador são dois trunfos importantes e que garantirão a
competitividade pela diferenciação neste mercado.
* A agricultura biológica é um eufemismo.
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