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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
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É preciso definir prioridades pois não há meios para investigar todos os crimes
O presidente da Associação Sindical dos
Juízes afirmou hoje que a Assembleia da República tem de priorizar os
crimes a investigar, porque, em tempo de crise, "as polícias e o
Ministério Público não podem ir a todas".
"Temos de fazer escolhas. As
polícias e o Ministério Público não podem ir a todas. O princípio da
legalidade, nestas situações de crise, tem de ser cumprido em função das
prioridades que têm de ser escolhidas pela Assembleia da República e
concretizadas pelas polícias e pelo Ministério Público", sustentou
Mouraz Lopes.
O presidente da ASJP indicou que que foi para
definir essas prioridades na investigação criminal que foi criada a
lei-quadro da política criminal.
Isso poderá passar por canalizar
os meios para os crimes que podem pôr em causa o Estado de Direito, como
a corrupção e os crimes económico-financeiros, "deixando de lado outra
criminalidade mais fraca".
"Não há meios para ir a todas, temos de
fazer essas escolhas prioritárias na investigação criminal", reiterou,
admitindo que "há dificuldades e falta de alguns meios humanos" para a
investigação.
O juiz-desembargador sublinhou que uma das causas da
crise que Portugal atualmente atravessa "tem a ver com as questões da
criminalidade económica e financeira".
"Independentemente dos
momentos de crise, tem de haver capacidade financeira para investir e
para desenvolver investigação criminal. O Estado não pode pôr de lado,
em momento de crise, as opções fundamentais que garantem o Estado de
Direito, não pode haver aqui reduções significativas que ponham em causa
a investigação criminal", acrescentou.
O presidente da Associação
Sindical dos Juízes Portugueses falava em Braga, à margem da I Jornada
do Mestrado em Crime, Diferença e Desigualdade da Universidade do Minho.
Na
jornada participou também Paulo Morais, vice-presidente da
Transparência Internacional, que afirmou que "em Portugal, não há
combate à corrupção".
"Mas em Portugal há corrupção e está
provada", referiu, apontando o "caso dos submarinos", com corrupção
"provada pelos tribunais alemães".
Para Paulo Morais, a corrupção "é a causa da crise" que se vive em Portugal.
* Não temos dúvidas que a corrupção é a causa da crise em Portugal e que o poder político está fortemente envolvido
.
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