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"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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Guerra comercial de Trump
.prejudica trabalhadores e empresas
.norte-americanas
Trump reafirmou que está "pronto" para taxar a totalidade das importações da China num total de mais de 500 mil milhões de dólares
A intensificação da guerra comercial de Donald Trump, que ameaça impor
mais tarifas aos seus parceiros, não vai beneficiar os trabalhadores nem
as empresas norte-americanos, estimam os analistas.
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O presidente
norte-americano continua a pressionar a China e outros parceiros
comerciais com o potencial agravamento de tarifas sobre as importações,
mas estes também deverão retaliar.
O resultado poderá ser a subida dos
preços para os norte-americanos, diminuição das exportações e uma
economia mais débil no próximo ano, alertam vários economistas.
Os analistas estão convencidos de que os ataques de Trump não são uma
estratégia negocial de curto prazo, mas que o presidente
norte-americano está preparado para esperar o tempo que achar necessário
para obrigar os outros países a adotar regras comerciais mais
favoráveis aos Estados Unidos, como o antigo conselheiro económico de
George W. Bush, Rod Hunter, e Adam Posen, presidente do Peterson
Institute for International Economics.
"É preciso levar a sério que [impor tarifas] é o que ele realmente quer fazer", disse este especialista.
A
postura intransigente de Trump face ao comércio internacional já é
antiga. O presidente tem denunciado as práticas comerciais de outros
países e pedido retaliações desde a década de 1980, quando o Japão era
considerado a principal ameaça económica aos EUA.
Numa entrevista à estação de televisão CNBC, na passada sexta-feira,
Trump reafirmou que está "pronto" para taxar a totalidade das
importações da China num total de mais de 500 mil milhões de dólares, o
equivalente ao total de bens que Beijing envia anualmente aos Estados
Unidos.
Trump disse também que o Departamento do Comércio vai investigar se
as peças de automóveis e automóveis importados ameaçam a segurança
nacional -- a mesma justificação que deu para impor tarifas sobre o aço e
o alumínio. Se a resposta for positiva, a administração diz que pode
impor 20 a 25% de tarifas sobre 335 mil milhões de importações de
automóveis, o que implicará subidas nos preços dos carros para os
consumidores americanos.
A Moody's Analytics estima que se
os outros países retaliarem devido às tarifas impostas sobre as
importações de automóveis europeus e a maioria dos produtos chineses, o
crescimento da economia americana pode abrandar meio ponto percentual em
meados de 2019 e podem perder-se 700.000 postos de trabalho.
Os
investidores parecem aceitar os argumentos dos conselheiros económicos
de Trump de que as ameaças do presidente irão obrigar a China, a União
Europeia, o Canadá e o México a negociar melhores acordos comerciais com
os Estados Unidos, mas os analistas não acreditam neste resultado.
Rufus
Yerxa, presidente do Conselho Nacional de Comércio Exterior e
ex-diretor geral da Organização Mundial do Comércio, duvida que os
parceiros comerciais cedam à pressão sem negociar algo em troca
e David Dollar, da Brookings Institution e antigo diretor das Políticas
de Desenvolvimento do Banco Mundial, sublinhou que o presidente chinês
Xi Jingping "não pode perder a face perante o seu povo, cedendo aos
Estados Unidos.
A China parece estar confusa depois de várias tentativas de chegar a
um acordo, pois Trump intensificou as ameaças, mesmo após os chineses
ensaiarem uma aproximação.
"Os chineses não sabem o que querem os
Estados Unidos. Receberam mensagens contraditórias dependendo de quem
fala", comentou Scott Kennedy que estuda economia chinesa no Centro de
Estudos Estratégicos e Internacionais.
Na sua entrevista à CNBC,
Trump ignorou a perspetiva de que uma guerra comercial com a China possa
fazer cair os mercados globais. "Se acontecer, aconteceu",
desvalorizou.
* Percebe-se porque há tanta estupidez que levou um homem destes à presidência dos USA, perceber, percebe-se, mas dói.
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