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"EXPRESSO"
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Portugal é o país com maior desvalorização do
. preço da habitação, segundo a OCDE
Portugal
é o país da OCDE — Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Económico onde o preço das casas mais desvalorizou desde o ano 2000 —
cerca de 26%. O relatório “Rumo ao Crescimento” (“Going for Growth”, em
inglês) da organização internacional, divulgado esta semana, comparou os
preços na habitação em 24 economias desenvolvidas e conclui que a maior
desvalorização foi em Portugal.
Entre os anos 2000 e 2015, o
preço das casas desvalorizou em três países: 26% em Portugal, 20% no
Japão e 11% na Grécia. Em todas as restantes economias em análise, os
preços são hoje superiores aos praticados em 2000, sobretudo na Suécia,
Nova Zelândia e Austrália, onde mais que duplicaram.
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Nestes
países onde o imobiliário mais subiu, alavancado em taxas de juros muito
baixas ou mesmo negativas, o risco de bolha imobiliária é altíssimo. Na
Suécia, por exemplo, onde os preços subiram 133% nos últimos 15 anos, o
metro quadrado nas principais cidades tem disparado. Em Estocolmo, a
média ronda os 6350 dólares (€5800) por m2, valores que quase se
equiparam aos praticados no centro de Londres.
Já nos mercados
residenciais de Espanha e Irlanda — que nos últimos anos enfrentaram o
rebentar da bolha imobiliária — os preços atuais são considerados pela
OCDE como “corretamente valorizados” com 25% e 11%, respetivamente, no
crescimento de preços.
Os números divulgados, no âmbito do
exercício de supervisão das reformas estruturais que a OCDE publica
anualmente, partiram da análise de 38 países. Neste balanço que a OCDE
faz à implementação de reformas estruturais, Portugal mantém-se como um
dos países reformadores de excelência, um estatuto que ganhou em anos
recentes, na sequência do programa de ajustamento económico e financeiro
e da chegada da troika ao país.
Segundo os números atualizados,
entre os anos 2011 e 2014, só a Grécia ultrapassou Portugal em termos de
implementação de reformas estruturais que a OCDE entende necessárias
para aumentar o crescimento económico, a produtividade e o emprego, a
começar pelas reformas do mercado de trabalho.
Contudo, a OCDE
continua a colocar Portugal no grupo dos países que mais sérios desafios
enfrenta, a par da Grécia, Irlanda, Itália, Espanha e Eslováquia. Entre
os principais problemas que o país enfrenta rumo ao crescimento,
destaca-se a quebra do investimento, o desemprego jovem e o desemprego
de longa duração.
* As virtualidades do país face à pesada realidade.
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