HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Sondagem:
Caso CCB arrasa cotação de João Soares
O ministro que promoveu uma polémica dança de
cadeiras no Centro Cultural de Belém passou a ser avaliado como o pior
da equipa de António Costa. Mário Centeno, que já era o mais conhecido,
tornou-se também o mais elogiado.
A
polémica em torno da liderança do Centro Cultural de Belém (CCB) afectou
a imagem política de João Soares, ao ponto de o titular da pasta da
Cultura passar a ser o pior ministro do Executivo socialista no
barómetro de Março da Aximage, realizado para o Negócios e para o
Correio da Manhã, que coloca o PSD à frente do PS na intenção de voto legislativo.
.
Um em cada quatro inquiridos que souberam ou quiserem nomear um
governante – ou 10,4% do total – apontaram o filho de Mário Soares como o
pior ministro. No anterior estudo de opinião, realizado no final de
Janeiro, o ex-autarca de Lisboa era colocado no lugar mais indesejado
por "apenas" 3,5% do total dos avaliadores.
O trabalho de campo para este estudo, que contou com 609 entrevistas
efectivas, foi realizado entre 1 e 4 de Março, isto é, na semana em que
Soares demitiu o presidente do CCB, António Lamas, e nomeou para o cargo o seu adjunto, Elísio Summavielle. O caso colocou-o debaixo de fogo político, não só da oposição à direita mas também dos parceiros de esquerda no Parlamento, que criticaram primeiro o ultimato feito em público e depois a escolha do sucessor sem concurso público.
Quem aproveitou a queda livre de João Soares foi Mário Centeno. Em
pleno período de debate orçamental – o Orçamento do Estado para 2016
ainda está a ser discutido, em sede de especialidade, na Assembleia da
República –, o ministro das Finanças consegue a proeza de ultrapassar o
colega da Saúde e posicionar-se como o "melhor ministro": recolhe 15,9%
dos "votos", contra 14,4% de Adalberto Campos Fernandes. Tiago Brandão
Rodrigues (Educação) fecha o pódio mas já a larga distância (7%).
O destaque das Finanças e o "eclipse" de Caldeira Cabral
Apesar da recuperação face ao mês anterior,
o saldo de popularidade continua a ser mais favorável ao ministro da
Saúde, já que Centeno é também o segundo elemento do Governo que o
eleitorado mais indica como o pior (9,6%), ainda que há um mês fossem
15,1% os "insatisfeitos". Sejam os efeitos positivos ou negativos, o
protagonismo do quadro de Banco de Portugal segue incontestável na
edição de Março, sendo o que 22,6% respondem quando questionados sobre
qual o nome no Governo, além de Costa, que primeiro lhes vem à cabeça.
Ainda no que diz respeito à notoriedade espontânea, depois de Centeno
e Soares (13,3%) seguem-se dois velhos conhecidos de anteriores
governos socialistas: José Vieira da Silva (3,5%) e Augusto Santos Silva
(3,2%). Por outro lado, no fundo da tabela "top of mind" surgem cinco
nomes que não foram citados por uma única pessoa no estudo realizado
pela Aximage.
Entre pastas mais sectoriais e nomes mais discretos, como os de Maria
Leitão Marques (Presidência e Modernização Administrativa) ou de Manuel
Heitor (Ciência, Tecnologia e Ensino Superior), o destaque vai para a
irrelevância do novo ministro da Economia em termos de notoriedade. Além
de não ser citado em primeiro lugar por nenhum dos inquiridos, Manuel
Caldeira Cabral merece mais votos como pior do que como melhor ministro.
* Saiba quem João Soares demitiu:
António
Lamas,
Engenheiro
Civil,
IST
(1969),
Doutorado
em
Engenharia
de
Estruturas
pelo
Imperial
College
of
Science
and
Technology,
Universidade
de
Londres
(1979).
Professor
Catedrático
de
Engenharia
Civil
do
Instituto
Superior
Técnico
desde
1985
(Engenharia
de
Estruturas
e
Património
Construído).
É
Presidente
do
Conselho
de
Administração
da
Parques
de
Sintra
‐
Monte
da
Lua,
SA,
desde
Fevereiro
de
2006,
sociedade
de
capitais
exclusivamente
públicos
criada
em
2000
para,
entre
outras
funções,
gerir
as
propriedades
do
Estado
na
zona
da
Paisagem
Cultural
de
Sintra,
Património
da
Humanidade.
É
membro
da
Academia
Portuguesa
de
Engenharia;
da
Ordem
dos
Engenheiros
(nº
9090);
da
"Convocation"
do
Senado
da
Universidade
de
Londres;
dos
Amigos
do
Museu
do
Chiado
e
do
Museu
do
Azulejo;
do
Centro
Rodoviário
Português;
do
Editorial
Board
do
“Journal
of
Engineering
Structures
and
Technologies”
da
Vilnius
Gediminas
Technical
University;
e
Presidente
das
Assembleias
Gerais
da
“Associação
Portuguesa
de
Construção
Metálica
e
Mista”
e
da
associação
“Estudos
Gerais
do
Alvito”.
Foi
Presidente
do
IPPC
‐
Instituto
Português
do
Património
Cultural
(1987
‐
1990);
Presidente
do
Departamento
de
Engenharia
do
IST
(1990
‐
1994);
membro
do
Conselho
Consultivo
da
Câmara
Municipal
de
Lisboa
(1992
‐
1996);
representante
do
Ministério
do
Ambiente
e
Recursos
Naturais
no
Comissariado
da
EXPO98
(1993
‐
1995);
Presidente
da
Junta
Autónoma
de
Estradas
e,
depois,
do
Instituto
de
Estradas
de
Portugal
(1998
‐
2000);
membro
do
Conselho
Consultivo
da
Universidade
doAlgarve
(2005
‐
2009);
vogal
não
executivo
do
Conselho
de
Administração
da
Brisa
SA
(2004
‐
2009).
Em 2014, nas cerimónias do 10 de junho, foi condecorado pelo Presidente
da República com a ordem do Infante D. Henrique (Grande Oficial) e em
2009 com a medalha de mérito turístico grau prata pelo reconhecimento do
trabalho realizado na Parques de Sintra.
.
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