HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
Álcool no sangue aumenta 140 vezes
o risco de morte de condutores
em acidentes
O risco de morte dos condutores em acidentes de viação com taxas
de alcoolemia consideradas crimes aumenta em cerca de 140 vezes face
aos que conduzem sem álcool, concluiu a Prevenção Rodoviária Portuguesa
(PRP).
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As conclusões hoje divulgadas surgem após as mais de cinco
mil observações realizadas pela Prevenção Rodoviária Portuguesa, com o
apoio da PSP e da GNR, junto de ciclistas, motociclistas e condutores de
veículos pesados e ligeiros.
A PRP adianta que, em média, em cada mil condutores portugueses que
circulam nas estradas, 18 conduzem com taxas de álcool consideradas
ilegais e pelo menos 86 conduzem depois de terem consumido bebidas
alcoólicas, ainda que dentro dos limites estabelecidos pela legislação.
Nas observações efetuadas aleatoriamente, a PRP verificou que 1,80
por cento dos condutores controlados apresentavam taxas ilegais (taxa de
álcool no sangue superior a 0,50 gramas por litro), dos quais 0,33%
apresentavam taxas superiores a 1,2 gramas por litro, que a legislação
tipifica como crime.
A PRP, citando dados do Instituto de Medicina Legal e Ciências
Forenses (IMLCF) de 2010 a 2012, indica igualmente que 35,9% dos
condutores mortos em acidentes de viação tinham taxas de alcoolemia
ilegais, sendo que a grande maioria dos casos (26,1%) apresentavam taxas
iguais ou superiores a 1,20 gramas por litro, em contraste com os
restantes 9,8% de condutores, que tinham taxas ilegais situadas entre os
0,5 e 1,19 g/l.
Após a análise das observações e da correlação com os dados do IMLCF,
a PRP conclui que o risco de morte em acidentes de viação, em Portugal,
aumenta, em média, entre nove e doze vezes para os casos das taxas que
são consideradas como contraordenações graves e muito graves e mais de
140 vezes para as taxas consideradas como crime.
O presidente da PRP, José Miguel Trigoso, considerou “fundamental
tirar completamente da circulação todos os casos em que os condutores
apresentem estas taxas de alcoolemia, nomeadamente para proteção das
vítimas inocentes que decorrem dos acidentes por eles causados”
O responsável lamenta ainda que “estes casos continuam a ser tratados com uma extrema benevolência pela parte dos tribunais”.
Das observações feitas, a PRP constatou também que a taxa de álcool
no sangue variou significativamente com o género dos condutores.
De acordo com a PRP, em cada mil condutores do sexo masculino, 126
beberam antes de conduzir, dos quais 22 apresentaram taxas ilegais,
sendo que apenas neste grupo de condutores se verificaram observações de
taxas “crime”. Quanto às condutoras, apenas 47 beberam antes de
conduzir e dessas oito acusaram taxas ilegais.
A Prevenção Rodoviária Portuguesa refere também que os condutores na
faixa etária dos 18 aos 25 anos apresentam taxas de álcool ilegais mais
elevadas, verificando-se um decréscimo com o aumento da idade.
No entanto, a PRP realça que as grandes diferenças nas taxas de
álcool no sangue observadas decorrem dos horários: De manhã, em cada mil
condutores em circulação nos dias de semana (entre as 10:00 e as 12:00)
23 tinham presença de álcool no sangue, dos quais nove em quantidade
ilegal.
Durante as noites de fins de semana (entre as 03:00 e as 05:00),
em cada mil condutores, 243 acusavam presença de álcool no sangue, dos
quais 70 em quantidades ilegais.
* Se apenas morressem os bêbedos que vão ao volante não era mau, iam beber para o céu, o pior são os que morrem ou ficam inutilizados sem terem contribuído para nada.
É determinante, quem conduz não bebe.
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