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"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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DEPENDÊNCIAS
Um terço dos reclusos consumiu
droga na prisão
O estudo
nacional realizado em 2014 na população reclusa mostrou também que 18%
dos detidos beberam durante o período de reclusão.
Os
resultados do estudo nacional realizado em 2014 na população reclusa
mostraram que 30% consumiram durante a atual reclusão. Tal como em
estudos anteriores, a cannabis foi a droga mais consumida. Cerca de 2%
dos presos admitiram ter tido uma overdose no período em que estiveram
presos.
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De acordo com o Relatório Anual
" A Situação do País em Matéria de Drogas e Toxicodependências - 2014",
apresentado hoje no Parlamento, a população reclusa mostra prevalências
de consumo de qualquer droga nesta superiores às registadas na
população geral: "69% dos reclusos disseram já ter consumido uma
qualquer droga ao longo da vida e 30% durante a atual reclusão". À
semelhança de estudos anteriores, "a cannabis foi a substância ilícita
que registou as maiores prevalências de consumo, quer alguma vez na vida
(56%), quer na atual reclusão (28%), ou ainda, nos últimos 12 meses na
atual reclusão (24%)".
Já as restantes
substâncias mostraram prevalências de consumo inferiores. "Durante a
atual reclusão, as prevalências de consumo das outras substâncias foram
todas inferiores a 10%, sendo as mais elevadas a de cocaína (8,3%), da
heroína (7,5%) e a dos hipnóticos/sedativos sem receita médica (4,0%). O
consumo de novas substâncias psicoativas registou prevalências de
consumo alguma vez na vida (4,1%) e alguma vez na atual reclusão (1,6%),
ligeiramente inferiores às dos esteroides anabolizantes (respetivamente
4,8% e 1,9%)", diz o documento elaborado pelo Serviço de Intervenção
nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).
Quanto
ao consumo de droga injetada, em 2014, "cerca de 14% dos reclusos
inquiridos declararam já ter tido esta prática alguma vez ao longo da
sua vida e 3,7% durante a atual reclusão. Menos de 1% declarou tê-lo
feito nos últimos 30 dias na atual reclusão. Entre as substâncias com
mais consumo injetado durante a atual reclusão encontram-se as cocaínas,
a heroína e os esteroides anabolizantes. Entre 2007 e 2014 verifica-se
uma redução desta prática, com particular relevo a nível das
prevalências de consumo ao longo da vida, consolidando assim a acentuada
quebra registada entre 2001 e 2007. Cerca de 7% dos reclusos (11% dos
consumidores) declararam já ter tido alguma overdose fora da prisão e
2,1% em contexto de reclusão", refere o relatório.
18% bebeu quando estava detido
O
estudo nacional realizado em 2014 na população reclusa mostrou que 18%
dos detidos beberam durante o período de reclusão. As cervejas e as
bebidas alcoólicas de fabrico artesanal foram as mais consumidas. Dos
detidos que disseram ter consumido álcool, 12% e 11% disseram tê-lo
feito nos últimos 12 meses e nos últimos 30 dias na atual reclusão,
respetivamente. "3% dos reclusos (28% dos consumidores nos últimos 30
dias) declararam ter ficado embriagados e 4% (34% dos consumidores) ter
praticado binge nos últimos 30 dias na atual reclusão", refere o
relatório.
Quanto a consumos fora da
prisão por parte desta população, as prevalências de consumo não são
muito diferentes das da população geral em 2012: 64% dos reclusos
declararam já ter consumido álcool alguma vez fora da prisão, 59% ter
consumido nos últimos 12 meses e também nos últimos 30 dias antes da
atual reclusão, com as cervejas e os vinhos a apresentarem as maiores
prevalências de consumo.
"No entanto,
as práticas de consumo nocivo fora da prisão, como a embriaguez e o
binge, apresentaram prevalências superiores nesta população: 23% dos
reclusos e, 39% dos consumidores nos últimos 30 dias antes da reclusão
atual declararam ter ficado embriagados neste período, sendo as
prevalências do binge respetivamente de 33% e de 57%", aponta o
documento, acrescentando que "cerca de 10% dos reclusos inquiridos
declararam que, fora da prisão (antes da reclusão atual), já tiveram
algum episódio de coma alcoólico que tivesse justificado a intervenção
de um profissional de saúde, sendo residual a ocorrência em contexto de
reclusão (0,7% em reclusões anteriores e 0,5% na atual reclusão)".
Haxixe e cocaína, as drogas
mais apreendidas em Portugal
Localização geográfica do nosso país é importante para as redes internacionais de tráfico
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Segundo
o o Relatório Anual " A Situação do País em Matéria de Drogas e
Toxicodependências - 2014", o haxixe foi a substância com o maior número
de apreensões (3 472) nesse ano, seguindo-se a cocaína (1 042). "Pela
primeira vez o número de apreensões de cannabis herbácea (771) foi
superior ao de heroína (690). As apreensões de ecstasy continuam a
registar números bastante inferiores (138).
Como habitualmente, foram
confiscadas várias outras substâncias, nomeadamente benzodiazepinas,
anfetaminas e algumas substâncias alucinogénias", adianta o relatório
apresentado hoje no Parlamento pelo Serviço de Intervenção nos
Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).
Em
relação a 2013, registaram-se decréscimos no número de apreensões de
heroína e de cocaína, aumentos nas de ecstasy e de haxixe, mantendo-se
estável o número de apreensões de cannabis herbácea. No caso do haxixe e
da cannabis herbácea, verificaram-se nos últimos seis anos os valores
mais elevados desde 2002, mantendo-se a tendência de aumento do número
de apreensões. Em contrapartida, os números de apreensões de heroína e
de cocaína têm vindo a diminuir nos últimos anos, registando-se em 2014
os valores mais baixos respetivamente desde 2002 e 2005.
A
nível das quantidades apreendidas em 2014, verificaram-se aumentos em
relação a 2013 a nível da cannabis - haxixe e liamba - e da cocaína,
registando-se em contrapartida, diminuições das quantidades confiscadas
de heroína e de ecstasy. "No que respeita ao grau de pureza das drogas
apreendidas, a potência (% THC) média da cannabis, e em particular da
cannabis resina, tem vindo a aumentar nos últimos anos, atingindo em
2014 os valores médios mais elevados desde 2005", alerta o documento.
PJ identificou 5575 pessoas relacionadas com tráfico
Relativamente
aos principais países de proveniência das drogas apreendidas em
Portugal, "destacaram-se no âmbito do tráfico internacional com as
maiores quantidades apreendidas a Holanda a nível da heroína, o Brasil
no caso da cocaína, Marrocos no caso do haxixe, Espanha a nível da
liamba e Alemanha e Israel no caso do ecstasy". Apesar de não funcionar
como sede de organizações criminosas, "mantém-se a relevância do
posicionamento geoestratégico de Portugal em matéria de tráfico
internacional, sobretudo de cocaína, apesar dos indícios recentes de uma
maior diversificação destas rotas".
De
acordo com o Relatório Anual 2014 - Respostas e Intervenções no Âmbito
dos Comportamentos Aditivos e Dependências, a PSP realizou 34 ações de
controlo, vigilância e fiscalização em pequenos aeroportos e aeródromos.
Já em relação aos aeroportos internacionais de Lisboa, Porto, Faro e
Funchal as ações cabem à Polícia Judiciária (PJ), que tem nos locais
elementos destacados em permanência.
"Em
2014 foram identificados pela PJ um total de 5.575 intervenientes
relacionados com tráfico de estupefacientes, dos quais 4.571 detidos
(82%), detidos estes que integravam os vários grupos criminosos
investigados, parcial ou integralmente desarticulados no nosso país.
Destes detidos, 757 (16%) tinham nacionalidade de países estrangeiros
sendo portugueses os restantes 84%", diz o relatório.
Mais de 20 mil crimes
de condução por álcool
No final de 2014 estavam presas 306 pessoas por conduzir embriagadas ou sob o efeito de drogas
São
mais de metade do total de crimes contra a sociedade e representaram 6%
da criminalidade registada. Em 2014 registaram 20 752 crimes por
condução com álcool, refere o o relatório anual "A Situação do País em
Matéria de Álcool 2014", elaborado pelo Serviço de Intervenção nos
Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD). Embora o número
tenha descido em comparação com o ano anterior (menos 16%), mantém-se a
tendência de aumento das proporções destes crimes no total da
criminalidade contra a sociedade.
No
final de 2014 estavam presos "304 indivíduos por crimes de condução em
estado de embriaguez ou sob a influência de estupefacientes ou
substâncias psicotrópicas e dois indivíduos por embriaguez e
intoxicação. Apesar da estabilidade no número destes reclusos entre 2013
e 2014, verifica-se nos últimos seis anos uma tendência de acréscimo
(+135% entre 2009 e 2014)", refere o documento apresentado hoje no
Parlamento.
Em relação à criminalidade
potencialmente relacionada com o consumo de álcool, "em 2014 foram
registadas pelas Forças de Segurança 27 317 participações de violência
doméstica, 41% das quais com sinalizações de problemas relacionados com o
consumo de álcool por parte do/a denunciado/a". No mesmo ano também
foram registadas 88 situações comunicadas às Comissões de Proteção de
Crianças e Jovens (CPCJ) em que crianças ou jovens tiveram
comportamentos de risco por consumo de álcool e 123 situações por
exposição a comportamentos de risco realizados por outros por causa do
consumo de bebidas alcoólicas.
Embriagados quando cometeram o crime
O
relatório evoca o Inquérito Nacional sobre Comportamentos Aditivos em
Meio Prisional, de 2014, para destacar o peso do consumo de álcool na
criminalidade. Nesse ano, cerca de 28% dos reclusos disseram estar sob o
efeito de álcool quando cometeram o crime que os levou à prisão.
"Em
relação aos crimes cometidos sob o efeito do álcool, destacaram-se o
roubo, o furto e as ofensas à integridade física, seguidos dos crimes de
condução sem habilitação legal, os de condução em estado de embriaguez
ou sob a influência de estupefacientes ou substâncias psicotrópicas,
homicídio e tráfico de drogas. Comparativamente aos crimes cometidos sob
o efeito de drogas, os cometidos sob o efeito de álcool estão
associados a crimes mais violentos e com penas mais pesadas", aponta o
documento.
829 mortes relacionadas com álcool,
44 por overdose
Mais de 11 mil utentes receberam tratamento por problemas relacionados com consumo de bebidas alcoólicas
Em
2014 registaram-se 829 mortes relacionadas com álcool, das quais 44 por
overdose. Um valor mais alto do que as overdoses por consumo de drogas,
que no mesmo ano chegaram às 33. Segundo o relatório "A Situação do
País em Matéria de Álcool 2014", elaborado pelo Serviço de Intervenção
nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), nesse ano os
serviços públicos deram tratamento a mais de 11 mil utentes por
problemas relacionados com o consumo de álcool.
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"Dos
829 óbitos positivos para o álcool e com informação sobre a causa de
morte, cerca de 33% foram atribuídos a acidente (incluindo os de
viação), 31% a morte natural, 18% a suicídio e 5% a intoxicação
alcoólica. Cerca de metade (46%) dos 44 óbitos atribuídos a intoxicação
alcoólica apresentaram resultados positivos só para o álcool e em 45%
dos casos foram detetados só álcool e medicamentos, em particular
benzodiazepinas. Das 140 vítimas mortais de acidentes de viação que
estavam sob a influência do álcool, cerca de 72% eram condutores, 21%
peões e 7% passageiros", diz o relatório, apresentado hoje, que salienta
a redução do número de vítimas mortais de acidentes de viação sob
influência do álcool.
Pelo segundo ano
consecutivo, aumentaram os internamentos por problemas relacionados com o
uso de álcool em Unidades de Alcoologia e Unidades de Desabituação. Em
2014 estiveram em tratamento no ambulatório da rede pública 11 881
utentes. Dos que iniciaram tratamento nesse ano, 930 eram utentes
readmitidos e 3 353 novos utentes. "Nos últimos anos há uma tendência de
acréscimo no número de utentes em tratamento, registando-se nos últimos
três anos os valores mais elevados de novos utentes e de readmitidos.
Em 2014, nas redes pública e licenciada registaram-se 1 472
internamentos por problemas relacionados com o uso de álcool em Unidades
de Alcoologia e Unidades de Desabituação, e 2 256 em Comunidades
Terapêuticas".
Quanto a internamentos
nos hospitais, registaram-se 5 768, "na maioria relacionados com doença
alcoólica do fígado (67%) - com destaque para a cirrose alcoólica (53%) -
e o síndrome de dependência alcoólica (20%)", refere o relatório.
"Constata-se nos últimos três anos uma diminuição no número destes
internamentos, representando em 2014 um decréscimo de -7% face a 2013 e
de -17% em relação a 2012. No entanto, se se considerar para além do
diagnóstico principal também os secundários, o número de internamentos
atribuíveis ao consumo de álcool é bastante superior - 34 272
internamentos em 2014 -, e têm vindo a aumentar ao longo dos últimos
anos (+1,4% entre 2013 e 2014)", acrescenta o documento.
* Está tudo dito nas notícias, estas são as melhores formas de destruir a massa crítica dum país.
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