ESTA SEMANA NO
"SOL"
"SOL"
Partido de Marinho sem
a voz dos militantes
a voz dos militantes
Marinho Pinto bem pode ser o líder inquestionável do seu PDR, mas não se
livra de ver sentadas à mesa do Conselho Nacional - que será eleito no
dia 20 - várias sensibilidades. Além da lista oficial, o partido recebeu
mais duas candidaturas ao órgão máximo entre congressos: uma liderada
por Alexandre Almeida, ex-dirigente do MPT que negociou a candidatura do
ex-bastonário dos advogados às europeias do ano passado, e outra
liderada por Eurico Figueiredo, ex-deputado e ex-dirigente socialista
que já havia apoiado Marinho Pinto nas europeias.
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Figueiredo recusa falar em oposição interna ao seu líder (“eleito
também com o meu voto”, clarifica), mas não deixa de criticar os
“estatutos excessivamente presidencialistas” do partido de Marinho
Pinto, o que confere poder total ao presidente. “Estamos de acordo na
declaração de princípios mas sobre os estatutos temos dificuldade em
fazer a sua defesa porque eles são contrários à democracia
participativa. Os militantes não têm participação nenhuma”, acrescenta o
ex-socialista ao SOL.
O único órgão do PDR até agora constituído é o da presidência.
Marinho Pinto foi eleito líder do seu PDR sem votos contra. Mas a
unidade à volta do líder não significa unanimismo dentro do partido.
Depois de eleitos os 25 membros do Conselho Nacional, que será
constituído segundo o método de Hondt é que se perceberá se Marinho
Pinto consegue ou não eleger a maioria dos delegados e quantas vozes
dissonantes da linha oficial do partido terão voz.
Eurico Figueiredo garante que tomará o seu lugar, se for eleito. “Vou
defender o meu ponto de vista e sustentar as minhas críticas aos
estatutos do partido”, explica. E deixa (mais) uma crítica: “Depois de
eleito presidente Marinho Pinto não devia promover uma lista ao Conselho
Nacional. Ele não tece o fair-play de se manter neutro”.
Congresso blindado
A campanha de sensibilização para o voto na lista oficial do partido,
promovida por Marinho Pinto, já está no terreno. O líder não prescinde
de manter a hegemonia no Conselho Nacional, de onde sairão os nomes,
escolhidos pelo próprio, para a Comissão Política e Conselho de
Jurisdição.
O Congresso de dia 20 tem como ponto único da ordem de trabalhos a
votação para o Conselho Nacional. Marinho só vai aceitar os votos dos
militantes inscritos antes da apresentação das listas. Tudo para evitar
que uma “pequena multidão” associada à Igreja Maná e pronta para votar
em massa na lista de Alexandre Almeida volte a baralhar as contas do
ex-bastonário, como aconteceu no primeiro conclave que acabou suspenso e
aos gritos.
* Desejamos que não venha para aí um partido parecido com o defunto "PRD"
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