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Igreja australiana liga celibato
dos padres a abusos sexuais
A Igreja Católica australiana vinculou, pela primeira vez, os votos de celibato obrigatório dos sacerdotes como fator que pode ter contribuído para os abusos sexuais de menores, revela um documento publicado esta sexta-feira.
"O
celibato obrigatório pode ter contribuído para o abuso em algumas
circunstâncias", assinala o texto do Conselho de Justiça que coordena a
posição da Igreja Católica à comissão governamental que analisa a
resposta das instituições australianas aos abusos sexuais a menores no
seio das entidades estatais, sociais e religiosas.
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O
documento também admite que alguns líderes religiosos, aparentemente,
ignoraram os abusos nas ordens e nas dioceses e tentaram proteger a
reputação da Igreja Católica em vez de velarem pelo bem-estar dos
menores, acrescenta a agência APP.
Por isso, o documento recomendar reformar os procedimentos de abordagem ás queixas das vítimas proporcionando assistência em lugar de confronto, bem como pede a abertura, perante eventuais juízos, neste tipo de casos.
Francis Sullivan, diretor executivo do Conselho, admitiu que o caso poderá, agora, gerar polémica entre os líderes religiosos, mas insistiu que o seu organismo atuou com independência.
Em 2012, a Igreja Católica confirmou 620 casos de abusos sexuais contra menores cometidos na Austrália por sacerdotes desde a década de 1930, numa revelação inédita no país.
No mesmo ano, a polícia de Nova Gales do Sul acusou a Igreja de encobrir estes delitos, silenciar as investigações e destruir provas cruciais para evitar processos judiciais.
As autoridades criaram uma comissão de investigação sobre as respostas institucionais face aos abusos a menores cometidos em instituições sociais, religiosas e públicas.
* Não é apenas o celibato dos padres, é a estrutura organizacional do império religioso.
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