HOJE NO
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LNEC
Mais de metade do território sem
planos de manutenção da rede de água
Um ano após o início da obrigatoriedade de elaborar planos de
manutenção da rede de abastecimento de água e saneamento, três quartos
do território nacional ainda não dispõem de planos, disse hoje uma
investigadora do LNEC.
O Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) estima que os 30
planos já aprovados abranjam 25% da população nacional, disse Helena
Alegre, investigadora daquele laboratório, afirmando suspeitar que,
apesar de as entidades gestoras não terem que recorrer ao LNEC para
fazerem os planos, “há bastantes incumprimentos neste momento”.
À margem da conferência promovida pelo Núcleo Regional Sul da
Associação Portuguesa de Engenharia do Ambiente (APEA),em Vilamoura,
Helena Alegre frisou que estes planos, cuja elaboração é da
responsabilidade das entidades municipais que gerem as redes, são vitais
para manter o serviço às populações e preservar os investimentos
realizados.
“São sistemas enterrados, não têm visibilidade social e política e as
pessoas, muitas vezes, estão convencidas que como já se construiu está
feito e é só operar”, comentou a responsável, sublinhando que a
manter-se a estratégia atual “vamos ficar sem serviços e aquilo que toda
a gente acha que é óbvio, ou seja, abrir a torneira e sair água, não é
óbvio”.
Aquela investigadora recordou que muitos sistemas estão envelhecidos,
alguns com 50 anos de funcionamento, perto do tempo máximo de
utilização, e não foram alvo de manutenção.
“No período em que se investiu em infraestruturas novas, como todos
os recursos foram canalizados no sentido de construir novo, não se olhou
para a manutenção do que já existia e portanto temos um défice de
reabilitação muito grande naquilo que é antigo”, reforçou.
A conferência que está a decorrer em Vilamoura, até sexta-feira, foi
dirigida a várias entidades gestoras algarvias e empresas que trabalham
nesta área e visa explicar a importância e as vantagens da elaboração
dos planos de Gestão Patrimonial de Infraestruturas.
Entre as vantagens está a possibilidade de planear intervenções,
racionalizar recursos e até preparar atempadamente candidaturas a fundos
comunitários ou nacionais, explicou à Lusa Marcelo da Velha, membro da
direção do Núcleo Regional Sul da APEA.
No Algarve existem três planos de Gestão Patrimonial de
Infraestruturas (GPI) elaborados pelas empresas municipais Infraquinta,
Inframoura e Infralobo, todas localizadas no litoral do concelho de
Loulé.
Marcelo da Velha, da organização da conferência, disse que o ideal
seria que as restantes entidades gestoras destas infraestruturas na
região conseguissem avançar de forma conjunta na implementação dos
procedimentos e nas obras conjuntas.
Em janeiro de 2013 entrou em vigor o Decreto-Lei n.º 194/2009
relativo ao regime jurídico dos serviços municipais de abastecimento
público de água, de saneamento de águas residuais urbanas e de gestão de
resíduos urbanos, que requer que as entidades gestoras que servem mais
de 30 mil habitantes promovam e mantenham um sistema de gestão
patrimonial de infraestruturas.
* E os cambalachos????
.
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