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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
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Oncologia está sub-financiada
e há situações de falta de equidade
O diretor do Programa Nacional para as
Doenças Oncológicas, Nuno Miranda, considerou, esta quarta-feira, que a
oncologia em Portugal está sub-financiada e reconheceu que há situações
de desigualdade entre doentes tratados no público e no privado.
Na comissão parlamentar de Saúde,
Nuno Miranda afirmou aos deputados que "a oncologia está
sub-financiada", indicando que é necessário estabelecer como se "divide
todo o bolo" do financiamento da saúde em Portugal.
O responsável
assumiu que não consegue quantificar este sub-financiamento e anunciou
que vai ser estudado e analisado o dinheiro usado com três patologias na
área oncológica: cancro do colo do útero, da mama e colorretal.
"A
partir do momento que concluirmos esse estudo será possível perceber se
os hospitais estão a receber mais ou menos [verba] do que deviam ou
necessitavam", indicou em declarações aos jornalistas no final da
comissão parlamentar.
Para o próximo ano vai avançar uma
experiência em seis unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde
(SNS), com o objetivo de criar um pacote de financiamento que vá seguindo cada doente oncológico novo durante dois anos.
"O
objetivo é termos um pacote de financiamento que cobre todos os
tratamentos de um doente. O dinheiro segue o doente, mesmo que tenha de
realizar tratamentos em hospitais diferentes. O dinheiro estará associado ao doente e não ao hospital", explicou.
A
experiência vai avançar nos três Institutos Português de Oncologia, no
Centro Hospitalar de Lisboa Norte, nos Hospitais da Universidade de
Coimbra e no Hospital de São João (Porto).
Sobre a equidade nos
tratamentos oncológicos, Nuno Miranda reconheceu que "não faz sentido"
que os hospitais do SNS não disponibilizem determinados medicamentos aos
doentes quando depois os paga a outros doentes tratados em hospitais
privados, através de subsistemas de saúde, como a ADSE.
Em causa
está uma situação apontada e criticada pelo deputado socialista Manuel
Pizarro, que relatou o caso de doentes da ADSE que recebem determinados
medicamentos em hospitais privados, quando esses fármacos não são
disponibilizados nas unidades do SNS.
"O que eu não posso aceitar
é que o Estado no SNS limite o acesso a certos medicamentos e depois o
mesmo Estado financie os hospitais privados que administram o
medicamento a doentes da ADSE", criticou Manuel Pizarro.
O
diretor do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas admitiu que
esta situação é real e que não promove a equidade que é defendida no
acesso à saúde.
* Já hoje aqui afirmámos que os intermediários políticos das seguradoras e banca estão a trabalhar muito bem no sentido de extinguir o Serviço Nacional de Saúde.
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