Saiba se compensa aderir
ao Plano EDP Continente
Quem subscrever o Plano EDP Continente vai beneficiar de um desconto de 10% em cartão Continente, mas existem alguns inconvenientes.
Numa altura de crise como a actual, todos os tostões contam. Por essa razão não é de estranhar que uma campanha publicitária que está a ser levada a cabo pela EDP em parceria com a cadeia de hipermercados Continente esteja a captar a atenção de muitos portugueses. Em causa está a possibilidade dos clientes da EDP obterem um desconto de 10% sobre a factura de electricidade a creditar no cartão Continente. Aquela que, à partida, parece ser uma boa oportunidade para poupar todos os meses alguns euros, contudo, não oferece apenas vantagens.
Como é possível verificar através da consulta do site www.edp.continente.pt, os 10% de desconto oferecidos no Plano EDP Continente são calculados com base no "somatório do valor do consumo de energia e do valor da potência contratada facturados, apurados antes de impostos, contribuição audiovisual e taxa DGEG", e convertidos em cupões Continente. Esses cupões são depois enviados mensalmente ou bimestralmente, de acordo com a opção de facturação escolhida pelo consumidor, e podem ser utilizados até ao final do mês seguinte à sua emissão.
A popularidade desta campanha já terá levado mesmo à adesão de 80 mil portugueses a este produto. Contudo, antes de avançar com essa decisão é conveniente analisar bem as condições de adesão. Isto porque, tal como alertou a Deco, existem algumas implicações da subscrição desta campanha. Para além de o pagamento ser feito obrigatoriamente através de débito bancário directo e não ser possível escolher a opção de pagamento "conta certa", o consumidor deixa de poder utilizar a tarifa bi-horária ou tri-horária. Como explica a própria EDP, a adesão ao Plano EDP Continente é apenas vantajosa para os clientes com tarifa bi-horária cujo consumo em vazio seja inferior a 44%. Para além disso, o cliente terá de fazer um novo contrato, deixando de ser cliente da EDP Serviço Universal para passar para a EDP Comercial (empresa do grupo EDP que actua no mercado livre). Ou seja, após fim da campanha (31 de Dezembro de 2012), o consumidor deixa de beneficiar do mercado regulado, em que as tarifas de electricidade são fixadas pela ERSE, para passar a entrar no mercado liberalizado de electricidade, onde as tarifas são fixadas pela empresa.
Em termos concretos, quem aderir ao mercado liberalizado com base no Plano EDP Continente terá, contudo, de pagar a tarifa correspondente à do mercado regularizado que é superior à do mercado liberalizado (ver exemplo). Um valor mais elevado que não é compensado pelo menor preço da potência contratada. Se não considerarmos o desconto em cartão Continente, com base no nosso exemplo referente a Fevereiro, o Plano EDP Continente acaba por sair mais dispendioso do que a passagem directamente para o pacote EDP Casa, em vigor no mercado liberalizado. Ou seja, custa mais 1,03 euros por mês. Um valor que é "recuperado" através do desconto de 10% em cartão Continente (5,14 euros).
Quem esteja interessado em aderir ao Plano EDP Continente pode fazê-lo até 4 de Março, sendo a campanha de descontos válida até 31 de Dezembro de 2012.
Os prós e os contras
- Desconto de 10% sobre o valor da electricidade antes de impostos em cartão Continente.
- Válido apenas até final de 2012.
- Não está disponível para quem tem tarifa bi-horária ou tri-horária e deseje manter o tarifário.
- O débito directo é a única modalidade de pagamento possível.
- Passagem do mercado regulado, em que as tarifas de electricidade são fixadas pela ERSE, para o mercado liberalizado, onde as tarifas são fixadas pela empresa.
* Obrigado Sra. D. Catarina Melo por nos esclarecer o ingrominanço "Sonaechino"
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