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HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
"AÇORIANO ORIENTAL"
Portugueses em programa da Agência Espacial Europeia para detetar lixo marinho no Faial
Instituições portuguesas integram um programa da Agência Espacial Europeia (ESA) que visa testar tecnologias de perceção para "detetar remotamente o lixo marinho" acumulado ao largo da ilha do Faial, nos Açores, revelou um dos responsáveis.
Em
declarações à Lusa, Hugo Silva, investigador do Instituto de Engenharia
de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), uma das
três instituições que integra o projeto, explicou que este surgiu de um
"desafio" lançado pela ESA ao abrigo do Programa Tecnológico de Apoio
Geral.
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"A ESA tem a necessidade de
perceber se consegue detetar, através de tecnologia de satélite, o lixo
marinho à superfície, mas não sabe se é possível desenvolver essa
tecnologia, por isso, lançou um projeto exploratório e vai avaliar a
possibilidade de, no futuro, se validar essa tecnologia", afirmou.
Nesse
sentido, o INESC TEC, o IMAR/Centro Okeanos da Universidade dos Açores e
o AIR Centre (Atlantic International Research Centre) vão, durante os
próximos nove meses, testar tecnologias de perceção para detetar
remotamente o lixo concentrado em águas pouco profundas.
Segundo
Hugo Silva, os investigadores vão, com recurso a câmaras
hiper-espetrais colocadas a bordo de aviões tripulados e não tripulados,
obter dados e imagens que, numa fase posterior, e depois de analisados,
permitirão identificar e caracterizar o lixo marinho.
"Uma
câmara hiper-espetral não fornece uma imagem normal no espetro visível,
visto que tem dois tipos de informação: a que classificamos como
espacial, e essa sim é uma imagem normal, e depois tem a informação
espetral, que é a que achamos que nos vai permitir distinguir o plástico
do que está no 'background'", explicou.
À
Lusa, o investigador adiantou que os testes em ambiente real vão
decorrer durante o "final de maio e início de junho" ao largo da ilha do
Faial, nos Açores, e vão ser realizados em sincronização com o satélite
Sentinel-2.
"A ideia é tentarmos comparar
os dados que obtemos do satélite e os dados que obtemos dos nossos
sensores", referiu Hugo Silva, adiantando que, só depois do teste em
ambiente real será possível "dizer se a tecnologia consegue identificar o
lixo".
"Neste momento ainda não é
garantido que a tecnologia consegue identificar o lixo marinho, por
isso, vamos tentar avaliar se, ao usarmos sensores com maior resolução
do que os do satélite, será possível no futuro podermos colocar esses
sensores abordo dos satélites e, serem eles a identificarem o lixo",
referiu.
Apesar dos testes desenvolvidos
ao abrigo do programa da ESA serem apenas de deteção do lixo marinho,
como lixo doméstico e plásticos [em proporções macro e micro], a ideia
do investigadores passa, futuramente, por adaptar ao sistema métodos de
extração do lixo identificado.
"A ideia é
que consigamos, em tempo real, identificar o ‘hotspot’ [zonas de
concentração de lixo] e acionar os meios, sejam humanos ou automáticos,
para irem recolher esse lixo. No fundo, ajudar a limpar o oceano",
concluiu.
Este projeto desenvolvido ao
abrigo do Programa Tecnológico de Apoio Geral, iniciativa que apoia
desenvolvimentos tecnológicos para futuras missões da ESA, conta com o
apoio do Fundo Regional para a Ciência e Tecnologia.
* Muito boa notícia, pena é que não hajam câmaras
hiper-espetrais para detectar o lixo político.
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