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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Vigília pela libertação
de Rui Pinto em Lisboa
Duas
dezenas de pessoas concentraram-se, esta quarta-feira, em Lisboa para
exigir que seja aplicado a Rui Pinto a diretiva europeia contra o
branqueamento de capitais para que o 'hacker' seja libertado e colabore
com as autoridades no combate à corrupção.
A
vigília à porta do Estabelecimento Prisional anexo à polícia Judiciária
(PJ), em Lisboa, foi promovida pelo Movimento Mais Cidadania e juntou
cerca de duas dezenas de pessoas, que empunhavam fotografias de Rui
Pinto e acenderam velas, encontrando-se entre elas a dar apoio à causa a
psicóloga e comentadora Joana Amaral Dias.
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A
antiga política disse que a concentração destina-se a exigir ao Estado
português que aplique a 4.ª diretiva que diz respeito ao branqueamento
de capitais e que determina que todos os Estados-membros da União
Europeia (UE) protejam todas as pessoas que fazem denúncias desse tipo
de crimes, "coisa que efetivamente Rui Pinto fez e não está a ser
protegido, porque está detido [preventivamente] ao contrário de estar a
ser defendido".
"Temos os ladrões à
solta e aqueles que são os denunciantes estão presos. Isto existe porque
a justiça não fez o seu papel, a justiça não fez o seu caminho. Esta
situação do saque, do esbulho ao povo angolano é conhecida há muito
tempo, foi denunciada por muitas pessoas, desde o Rafael Marques, a
muitas outras, e a justiça fez alguma coisa. Se era assim tão falado
porque é que não avançou, quando o próprio Rui Pinto terá feito
denúncias ao Ministério Público (MP) sobre esta matéria que não foram
ouvidas nem atendidas?", questionou, em declarações à agência Lusa.
Joana
Amaral Dias considerou que, "entre o vazio legal que não protege o
denunciante e uma justiça completamente castrada e refém de outros
interesses, não havia qualquer outra possibilidade que restasse ao Rui
Pinto senão cometer este ato de cidadania".
"Rui
Pinto não devia estar preso, devia estar a ser chamado a colaborar com a
justiça portuguesa, como tem sido na justiça belga, alemã, angolana e
francesa, que já deu consequências quando foi o caso do "Football
Leaks".
Entende que o estatuto de
denunciante, que ministra da Justiça disse que será transposto para a
lei portuguesa no prazo de um ano, "não se aplica a Rui Pinto, o que num
caso lato seria o ideal, mas no concreto é restrito e tem uma aplicação
muito limitada, por isso bastaria, se o Estado português quisesse
aplicar a 4.ª diretiva".
"É
inaceitável o que está a acontecer em Portugal atualmente, porque temos
efetivamente alguém que está a contribuir para a resolução de crimes
que está preso, enquanto todas as outras, desde Ricardo Salgado, a
Oliveira e Costa, a Isabel dos Santos estão soltas, perante os crimes de
milhões e milhões", vincou.
Joana
Amaral Dias acrescentou que Rui Pinto "terá cometido os seus erros, mas
deu um contributo muito importante, muito valioso para a sociedade
portuguesa e ainda pode contribuir mais e por isso é que tem de ser
solto".
Da mesma opinião é Carlos
Magalhães, do Movimento Mais Cidadania, que entende, "sem querer meter a
foice em seara alheia porque este é um problema da justiça", que na
situação do Rui Pinto pode-se falar num pequeno crime porque tentou
extorquir, um crime de pirataria, mas o que ele sabe poderia ser
aproveitado pelas autoridades policiais e judiciárias para chegar à
grande criminalidade, como é o crime de corrupção".
Também
acha que devia ser libertado para colaborar com a justiça,
independentemente de ser julgado e condenado 'a posteriori', nesta fase
devia colaborar com as autoridades, não faz sentido estar em prisão
preventiva.
"Era mais positivo do ponto
de vista da cidadania e do erário público saber estas questões do
submundo e dessas vigarices todas ao nível da corrupção seria mais
importante libertá-lo e a polícia aproveitá-lo, de forma controlada, e
depois sim, se houve crime de extorsão tem de pagar por isso", declarou à
Lusa.
Apoiante, mas não favorável à libertação
do 'hacker' por motivos de segurança, Hernâni Pinho compareceu na
vigília, como cidadão interessado, "por uma questão de cidadania", por
considerar "uma injustiça e um passo atrás, em termos civilizacionais
até" que não se use a colaboração de Rui Pinto, detido preventivamente
desde de 22 de março de 2019, para combater crimes de corrupção.
"Não
sei se libertar, por uma razão simples, não é que ele não tenha que
pagar pelo ilícito, mas já houve um que se enforcou, não sei se ele não
estará mais seguro lá dentro. Agora lá dentro, mas a colaborar com a
Polícia Judiciária", concluiu.
Rui
Pinto, que se encontra preso preventivamente por suspeita de crime
informático e tentativa de extorsão, já assumiu, segundo os seus
advogados, a responsabilidade de ter entregue, no final de 2018, à
Plataforma de Proteção de Denunciantes na África (PPLAAF), um disco
rígido contendo todos os dados relacionados com as recentes revelações
sobre a fortuna de Isabel dos Santos, sua família e todas as pessoas que
podem estar envolvidos nas operações fraudulentas cometidas à custa do
Estado angolano e, eventualmente, de outros países estrangeiros.
* Deixemo-nos de idiotices! Alguém quer que uma polícia entre em nossa casa sem mandato judicial? Alguém quer ser alvo de escuta policial sem autorização dum juíz? Então aceitam que o Rui Pinto o possa fazer e tentar extorquir dinheiro com isso e seja levado ao colo, não é crime?
20 gatos pingados podem ser notícia?
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