29/10/2019

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HOJE NO 
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Em 31 anos, a subida do nível
 dos oceanos porá em risco
 300 milhões de pessoas

Um estudo divulgado esta terça-feira prevê que mesmo com cortes drásticos das emissões poluentes a subida do nível das águas a partir de 2050 ponha em risco 300 milhões de pessoas A Ásia será a zona mais afetada; em Portugal, estuário do Tejo e do Sado, Ria Formosa, Aveiro e Figueira da Foz são as zonas mais "vermelhas".

A ideia é de que as estimativas até agora avançadas pecavam por defeito por não terem em conta realmente quantas pessoas vivem nas zonas inundáveis. É essa a explicação de um dos autores do estudo publicado esta terça-feira na revista científica Nature Communications, Benjamin Strauss: "As comunidades humanas concentram-se de forma desproporcionada nas zonas muito baixas da costa". Até agora, acreditava-se que só 65 milhões viviam nessas zonas; com base em dados mais precisos, o estudo aponta para 250 milhões, ou seja, quase o quádruplo.

A Ásia é indicada como o continente mais afetado, com primazia para seis países: China, Bangladesh, Índia, Vietname, Indonésia e Tailândia. É aí que reside a maioria dos que ficarão em risco com a subida do nível das águas causado pelo aquecimento global. Dos 300 milhões que se estima estarem em zona de risco de inundação em 2050, aproximadamente 237 milhões vivem nesses seis países. A China, com 93 milhões em perigo, é o país recordista.
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Portugal, graças à sua longa costa, tem várias zonas de risco. No mapa interativo disponibilizado pelos autores do estudo em colaboração com a organização Climate Central, são várias as zonas "vermelhas" assinaladas: a de Aveiro, do estuário do Tejo (as Lezírias são uma vasta mancha rubra), do Sado, e a Ria Formosa. Aparentemente, nem a Madeira nem os Açores apresentam zonas de risco para 2050. Mas Benjamin Strauss chama a atenção para a necessidade de que governos e empresas aeroespaciais apresentem dados mais precisos sobre a elevação geográfica.

Isto sucede porque o aumento do nível do mar é já uma das consequências irreversíveis das alterações climáticas. Isso deve-se sobretudo ao degelo dos polos, como assegura um relatório recente do painel internacional de cientistas que assessora a ONU nas questões do clima.


É nas projeções para cinquenta anos depois, ou seja, para o final do século, em 2100, que se nota uma grande diferença consoante haja medidas agora ou não. No cenário mais otimista (uma rápida redução dos gases de efeito ide estufa e um degelo menos acentuado), estima-se que na zona vermelha de inundações haverá 340 milhões de pessoas. Na pior das previsões, com incremento das emissões e portanto um nível de degelo alto, o número de pessoas em risco aumenta para 480 milhões.




Os autores do estudo deixam um aviso: se se quer limitar este impacto é preciso fazer alguma coisa. Para começar, cumprir o Acordo de Paris, que estabelece como objetivo que o aumento da temperatura média do planeta não ultrapasse um aumento de dois graus em relação ao nível pré-industrial e, idealmente, abaixo dos 1,5 graus de diferença.


* Nem que seja na piscina de sua casa desejamos a Trump uma morte aquífera e lenta.

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