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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
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Bispo do Porto propõe avaliação de recasados durante seis meses
A
diocese do Porto está aberta à integração dos recasados na vida da
Igreja e no acesso aos sacramentos, desde que os candidatos se
disponibilizem a passar por um período de discernimento pessoal e
pastoral nunca inferior a seis meses.
O
processo será acompanhado por uma equipa especializada e a comunidade
cristã também terá uma palavra a dizer, para evitar constrangimentos
entre os fiéis.
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De
acordo com as novas orientações, contidas na Nota Pastoral divulgada
quarta-feira pelo bispo do Porto, a ideia é contribuir para o
acolhimento e integração das pessoas que acabaram um matrimónio
religioso e decidiram partir para uma segunda união, civil ou de
convivência, caso estas estejam em sintonia com os princípios de vida em
Igreja e se gozam de "boa fama" ou são aceites pela comunidade cristã
em que estão inseridas.
Segundo D.
Manuel Linda, antes de iniciar o processo de discernimento, é necessário
que o candidato demonstre "estar verdadeiramente arrependido do
fracasso do seu primeiro matrimónio canónico; ter cumprido com todas as
obrigações do primeiro matrimónio e já não poder voltar atrás; viver a
segunda união, consolidada no tempo, com fidelidade comprovada e
dedicação generosa e ter-se esforçado por viver da melhor maneira
possível o segundo casamento a partir da fé, ter educado os filhos na fé
cristã e manter uma prática religiosa consentânea com a sua condição".
Este
procedimento, acompanhado sempre de um pastor, pode desembocar ou não
no acesso aos sacramentos da confissão e da comunhão, alerta o bispo.
"Não se trata de diminuir as exigências do Evangelho relativamente ao
matrimónio, mas sim de ter em conta tanto os condicionamentos e as
circunstâncias atenuantes como o princípio da misericórdia na pastoral",
aconselha o Papa Francisco na exortação apostólica pós-sinodal "Amoris
laetitia", sobre o amor na família.
Nas
linhas de atuação para a pastoral familiar da diocese do Porto, D.
Manuel Linda reforça ainda a ideia de que é necessário formar e
acompanhar mais de perto os casais, com o recurso à criação de grupos
com elementos casados mais experientes, e propõe a constituição de
equipas multidisciplinares que possam ajudar e aconselhar os fiéis cujos
matrimónios estão a passar por fases menos boas.
"Para
responder a estas situações serão instituídas equipas, constituídas por
casais, médicos, psicólogos, juristas, mediadores de conflitos e
sacerdotes, para promover uma pastoral da reconciliação e da mediação.
Pretende-se que estas equipas estejam espalhadas por toda a diocese. O
objetivo é que exista pelo menos uma em cada região pastoral e, de
acordo com as possibilidades, uma em cada Vigararia, criando-se, deste
modo, uma verdadeira Rede de Acolhimento Familiar", aponta o prelado.
Depois
da arquidiocese de Braga e do patriarcado de Lisboa, foi a vez da
diocese do Porto estabelecer as linhas orientadoras da pastoral
familiar, com base em dois aspetos fundamentais referidos pelo Papa.
Francisco:
"o "carinho pastoral" que nos merece a família constituída ou a
constituir e a cura que a Igreja, verdadeiro "hospital de campanha", é
chamada a realizar em benefício dos matrimónios fraturados", esclarece
D. Manuel Linda.
* Temos uma igreja curandeira a besuntar com banha da cobra intelectual, o bispo do Porto não deslustra a autocracia medieval.
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