07/03/2019

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Bispo do Porto propõe avaliação de recasados durante seis meses

A diocese do Porto está aberta à integração dos recasados na vida da Igreja e no acesso aos sacramentos, desde que os candidatos se disponibilizem a passar por um período de discernimento pessoal e pastoral nunca inferior a seis meses.

O processo será acompanhado por uma equipa especializada e a comunidade cristã também terá uma palavra a dizer, para evitar constrangimentos entre os fiéis.
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De acordo com as novas orientações, contidas na Nota Pastoral divulgada quarta-feira pelo bispo do Porto, a ideia é contribuir para o acolhimento e integração das pessoas que acabaram um matrimónio religioso e decidiram partir para uma segunda união, civil ou de convivência, caso estas estejam em sintonia com os princípios de vida em Igreja e se gozam de "boa fama" ou são aceites pela comunidade cristã em que estão inseridas.

Segundo D. Manuel Linda, antes de iniciar o processo de discernimento, é necessário que o candidato demonstre "estar verdadeiramente arrependido do fracasso do seu primeiro matrimónio canónico; ter cumprido com todas as obrigações do primeiro matrimónio e já não poder voltar atrás; viver a segunda união, consolidada no tempo, com fidelidade comprovada e dedicação generosa e ter-se esforçado por viver da melhor maneira possível o segundo casamento a partir da fé, ter educado os filhos na fé cristã e manter uma prática religiosa consentânea com a sua condição".

Este procedimento, acompanhado sempre de um pastor, pode desembocar ou não no acesso aos sacramentos da confissão e da comunhão, alerta o bispo. "Não se trata de diminuir as exigências do Evangelho relativamente ao matrimónio, mas sim de ter em conta tanto os condicionamentos e as circunstâncias atenuantes como o princípio da misericórdia na pastoral", aconselha o Papa Francisco na exortação apostólica pós-sinodal "Amoris laetitia", sobre o amor na família.

Nas linhas de atuação para a pastoral familiar da diocese do Porto, D. Manuel Linda reforça ainda a ideia de que é necessário formar e acompanhar mais de perto os casais, com o recurso à criação de grupos com elementos casados mais experientes, e propõe a constituição de equipas multidisciplinares que possam ajudar e aconselhar os fiéis cujos matrimónios estão a passar por fases menos boas.

"Para responder a estas situações serão instituídas equipas, constituídas por casais, médicos, psicólogos, juristas, mediadores de conflitos e sacerdotes, para promover uma pastoral da reconciliação e da mediação. Pretende-se que estas equipas estejam espalhadas por toda a diocese. O objetivo é que exista pelo menos uma em cada região pastoral e, de acordo com as possibilidades, uma em cada Vigararia, criando-se, deste modo, uma verdadeira Rede de Acolhimento Familiar", aponta o prelado.

Depois da arquidiocese de Braga e do patriarcado de Lisboa, foi a vez da diocese do Porto estabelecer as linhas orientadoras da pastoral familiar, com base em dois aspetos fundamentais referidos pelo Papa.

Francisco: "o "carinho pastoral" que nos merece a família constituída ou a constituir e a cura que a Igreja, verdadeiro "hospital de campanha", é chamada a realizar em benefício dos matrimónios fraturados", esclarece D. Manuel Linda.

* Temos uma igreja curandeira a besuntar com banha da cobra intelectual, o bispo do Porto não deslustra a autocracia medieval.

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