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Mas… o mundo mágico das palavras não fica por aqui. Existem também palavras que possuem uma carga afetiva neutra, como por exemplo: situação, questão, notícia, episódio, que parecem ser incólumes no que respeita à afetividade, mas podem ser uma arma poderosa na gestão das nossas emoções, especialmente em situações de ira e cólera. Explico: se alguém nos oferece palavras da categoria 2, como por exemplo “temos um problema para resolver”, nós não devemos pagar com a mesma moeda; devemos, sim, devolver palavras neutras como “temos uma situação para resolver”. Jamais devemos alimentar a cólera das palavras, dando-lhes alimento tóxico.
IN "VISÃO"
22/02/19
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As palavras e as emoções
Bem-estar e mal-estar; satisfação e insatisfação; alegria e tristeza; amor e ódio são estados emocionais e sentimentos que podem, sem qualquer dúvida, ser provocados apenas pelas palavras. Este é um sinal tremendo do seu poder. Feita esta reflexão, porque não organizar estes pares de palavras em categorias?
É
raro o momento das nossas vidas em que estamos longe das palavras.
Trocamos palavras com a nossa família, com amigos e até com
desconhecidos. Falamos com os animais e, muitas vezes, sozinhos,
navegando nos nossos próprios pensamentos.
Será
que temos verdadeira consciência do efeito que as palavras têm na nossa
mente e no nosso corpo e do seu poder transformador das nossas vidas?
Nos
tempos bíblicos, o Rei Salomão enunciava com sabedoria uma grande
verdade sobre o poder das palavras: “A morte e a vida estão no poder da
língua” (Provérbios 18:21, Bíblia Sagrada).
Há,
efetivamente, uma íntima relação entre as palavras e as nossas emoções.
Quantas vezes recebemos uma mensagem calorosa, repleta de palavras
amigas que nos alegram o coração e isso é o suficiente para tornar o
nosso dia mais feliz? Quando nos dizem: “És maravilhoso, inteligente e
inspirador”, sentimos seguramente uma enorme felicidade. Estudos
clínicos mostram que quando estamos felizes e eufóricos, produzimos a
hormona da endorfina, que, ao ser libertada, provoca em nós uma sensação
de bem-estar e satisfação. Vamos a um exemplo prático:
Imagine-se
sentado à mesa de um restaurante, aguardando uma refeição. Lê na ementa
a seguinte descrição dos pratos do dia: “crepes de salmão e espinafres
gratinados em aveludado de marisco com salada francesa” e “supremos de
linguado à moda de Sintra com couve-flor au gratin”.
Ao ler cada sílaba destas sedutoras palavras, começam a ocorrer
alterações fisiológicas que lhe darão automaticamente uma sensação de
prazer, como se estivesse já a saborear os deliciosos repastos.
Pelo
contrário, quando alguém nos faz uma crítica, um reparo desagradável ou
nos oferece palavras amargas, ficamos desanimados, tristes ou até mesmo
irados: “És um incompetente, não vales nada, um imbecil”. São palavras
como estas que nos cortam como uma faca, desferindo golpes severos na
nossa alma. “As palavras não têm nem pontas, nem corte, mas podem ferir o coração de um homem”, diz um antigo provérbio tibetano.
Bem-estar
e mal-estar; satisfação e insatisfação; alegria e tristeza; amor e ódio
são estados emocionais e sentimentos que podem, sem qualquer dúvida,
ser provocados apenas pelas palavras. Este é um sinal tremendo do seu
poder.
Feita esta reflexão, porque não organizar estes pares de palavras em categorias?
- Categoria 1, que inclui palavras com carga afetiva positiva, como confiança, satisfação, expectativa, disponibilidade, honra, compromisso, amor, etc., etc.
- Categoria 2, que incorpora palavras com carga afetiva negativa, como traição, morte, crise, conflito, problema, tragédia, desconfiança, ódio, etc.
Mas… o mundo mágico das palavras não fica por aqui. Existem também palavras que possuem uma carga afetiva neutra, como por exemplo: situação, questão, notícia, episódio, que parecem ser incólumes no que respeita à afetividade, mas podem ser uma arma poderosa na gestão das nossas emoções, especialmente em situações de ira e cólera. Explico: se alguém nos oferece palavras da categoria 2, como por exemplo “temos um problema para resolver”, nós não devemos pagar com a mesma moeda; devemos, sim, devolver palavras neutras como “temos uma situação para resolver”. Jamais devemos alimentar a cólera das palavras, dando-lhes alimento tóxico.
E
porquê? Porque se as palavras são a matéria-prima da comunicação, elas
devem ser saudáveis e felizes! Saliento: comunicar é muito mais do que
transmitir uma mensagem. Comunicar é partilhar, é relacionarmo-nos com o
outro.
E se desejamos relações pessoais e profissionais mais saudáveis e felizes, então usemos e abusemos das palavras positivas na nossa vida.
E
não nos cansemos de elogiar. Palavras de louvor e honra trazem
felicidade não só a quem as recebe mas também, e sobretudo, a quem as
oferece!
IN "VISÃO"
22/02/19
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