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Dívidas ilegais aumentaram a pobreza
dos mais pobres em Moçambique,
afirma Banco Mundial
A crise económica desencadeada pelas dívidas ilegais “poderá ter-se
traduzido num aumento de 4 a 6 pontos percentuais nos níveis de pobreza”
em Moçambique, afirma o Banco Mundial.
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De acordo com o documento “Actualidade Económica de Moçambique do
Banco Mundial”, apresentado na semana passada em Maputo, a subida
acentuada no preço dos alimentos, que chegou a ser de 40 por cento em
Novembro de 2016, como resultado da crise que o nosso país vive desde a
descoberta das dívidas ilegais da Proindicus e MAM e que resultaram na
suspensão do Programa do Fundo Monetário Internacional assim como da
ajuda dos Parceiros ocidentais de Cooperação, “levaram à redução do
consumo das famílias, principalmente nas zonas rurais”
“Uma
análise recente do Banco Mundial sobre as implicações a nível de
bem-estar do pico da inflação dos alimentos que ocorreu em 2016-17
constatou que essa situação poderá ter-se traduzido num aumento de 4 a 6
pontos percentuais nos níveis de pobreza, com maior peso sobre algumas
das províncias mais pobres (Manica, Niassa e Tete), devido ao seu
elevado nível de dependência do consumo de milho”, pode-se ler no
documento.
Moçambique embora produza bastante milho continua a ser
um grande importado do cereal que é a base da alimentação de grande
parte das populações e, segundo o Banco Mundial, um aumento de 10 por
cento no seu preço “provocou uma redução no consumo per capita das
famílias de 1,2 por cento nas áreas rurais e 0,2 por cento nas áreas
urbanas”.
“Os efeitos das alterações dos preços do arroz e da
mandioca sobre o bem-estar foram menores, mas equivalentes em termos
qualitativos. Os efeitos negativos dos aumentos de preços foram maiores
para os três primeiros quintis da distribuição dos rendimentos. Estes
resultados evidenciam os custos da instabilidade macroeconómica para os
pobres, principalmente se levarmos em conta a desproporcionalidade da
medida em que os picos de preços dos alimentos são sentidos pelas
famílias mais carenciadas, mesmo nos casos em que elas próprias são
produtoras de alimentos”, conclui o documento do Banco Mundial que
estamos a citar.
* Um país com riqueza faz-se pobre e violento.
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