27/01/2016

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HOJE NO 
"DIÁRIO ECONÓMICO"

BPI rejeita proposta de Isabel dos Santos
. para compra do BFA

A administração do banco presidido por Fernando Ulrich rejeitou a proposta de compra de 10% do Banco de Fomento de Angola, lançada pela angolana Unitel.

O BPI anunciou esta quarta-feira no site da CMVM que "na sua reunião de hoje, o Conselho de Administração analisou a proposta apresentada pela Unitel, S.A. para a compra de acções representativas de 10% do capital social e direitos de voto do Banco de Fomento Angola, S.A. e deliberou por unanimidade decliná-la".
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ZEDUZINHA
O banco presidido por Fernando Ulrich, e que tem como grandes accionistas os espanhóis do CaixaBank e a Santoro, controlada pela empresárias angolana Isabel dos Santos, indica, no site do regulador do mercado accionista que "na discussão e votação deste ponto não participou o membro do Conselho de Administração, Dr. Mário Leite da Silva".

Mário Silva é o representante de Isabel dos Santos, empresária que, através da operadora Unitel, lançou ao banco a proposta de aquisição de 10% do Banco de Fomento Angola (BFA), braço angolano do BPI - oferta essa agora declinada pelo conselho de administração, como se lê no comunicado divulgado na CMVM.

A Unitel, que tem 49,9% do BFA (enquanto o BPI tem os restantes 50,1%) anunciou no início do ano a pretensão de adquirir 10% do banco angolano, oferecendo para isso 140 milhões de euros. O BFA tem sido nos últimos anos o grande contribuinte para as receitas do BPI, valendo perto de 500 milhões de euros desde 2011.

Na segunda-feira, a CMVM solicitou esclarecimentos ao BPI sobre o andamento desta operação, à qual, tal como o Diário Económico noticiou, se opõe a operadora brasileira Oi, detentora de capital da Unitel por via da incorporação de activos da Portugal Telecom.

A Unitel é detida em 25% por Isabel dos Santos e a empresária angolana controla ainda 18,58% do capital do Banco BPI.

O avanço da Unitel surgiu no âmbito da intenção manifestada pelo BPI de avançar com um projecto de cisão simples das suas operações em África, com destaque para as participações detidas no BFA e no moçambicano Banco Comercial e de Investimentos (BCI).

O objectivo da equipa de gestão do BPI é entregar aos seus accionistas a maioria do capital do BFA, além de outros interesses que detém no sector financeiro em África, de modo a respeitar as exigências do Banco Central Europeu (BCE) que implicam a redução da concentração de riscos ao Estado angolano.

Para tal, quer criar uma unidade separada do BPI, a Sociedade de Gestão de Investimentos Africanos (SGA), concentrando nela a participação de 50,1% no BFA e, em Moçambique, de 30% no BCI e de 100% no BPI Moçambique – Sociedade de Investimento.

Na carta enviada pela Unitel ao BPI, a operadora angolana criticou a opção do BPI de avançar com o projecto de cisão do BFA, sabendo de antemão da sua oposição.

E considerou mesmo "desrespeitoso que o Banco BPI, tendo um processo negocial em curso com a Unitel, tenha decidido abandonar esse processo aprovando a solução que sabe não ser aceite pelo seu parceiro no BFA".

Já os espanhóis do La Caixa - que devido à blindagem dos estatutos só votam com 20% do capital - apoiam a solução encontrada pelo BPI para o problema do excesso de concentração de riscos no mercado angolano

* A vampira obesa está a ser confrontada no seu próprio terreno.


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