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Presidente do IAC quer pedófilos tratados, medida "complexa" para o Governo
“Temos de ser cada vez mais exigentes, porque, apesar de todas as medidas já tomadas, a situação continua muito preocupante e novos desafios se colocam”, disse, especificando com “o aumento significativo dos sites de pornografia infantil”
A
presidente do Instituto de Apoio à Criança (IAC), Manuela Eanes,
defendeu hoje o desenvolvimento de programas terapêuticos para evitar a
reincidência dos agressores sexuais, medida que a ministra da Justiça
classificou de "complexa".
Manuela Eanes falava na cerimónia de abertura da conferência “Os
direitos da criança – prioridade para quando?”, que decorre em Lisboa,
durante a qual recordou que, “após o cumprimento da pena, uma
percentagem elevadíssima de condenados por crimes sexuais contra
crianças não se recupera”.
Perante isto, a presidente do IAC defendeu um investimento em “adequadas medidas de controlo e vigilância”.
“Temos de ser cada vez mais exigentes, porque, apesar de todas as
medidas já tomadas, a situação continua muito preocupante e novos
desafios se colocam”, disse, especificando com “o aumento significativo
dos sites de pornografia infantil”.
A propósito de mais respostas, Manuela Eanes defendeu a
“complementaridade de medidas, seja a nível do tratamento
psicoterapêutico, seja a nível de medidas de segurança que levem em
conta a perigosidade” do agressor.
Confrontada com esta questão, a ministra da Justiça, que também
participou nesta cerimónia, reconheceu que “o tratamento é uma questão
muito complexa, porque normalmente tem duas vertentes: uma química e
outra psicológica”.
“Muitas vezes é quase impossível assegurar esse tratamento. Não se
pode entrar em casa de alguém e obrigá-lo a tomar comprimidos ou a ter
apoio psicológico permanente”, adiantou aos jornalistas.
Para Paula Teixeira da Cruz, é preciso “olhar para a vertente do
tratamento com todo o humanismo - Portugal foi o primeiro país a abolir a
pena de morte – olhando para as liberdades, mas também para os mais
frágeis”.
Aos jornalistas, a procuradora-geral da República, Joana Marques
Vidal, disse que “nada basta para lutar contra o abuso sexual das
crianças”.
“Deve haver tratamento e apoio aos agressores sexuais, sempre que isso se justifique”, adiantou.
O psiquiatra Álvaro Carvalho, que coordena o Programa Nacional de
Saúde Mental, sublinhou que o tratamento de agressores sexuais “é uma
prática que tem defesa há muitos anos”.
“A questão dos abusos sexuais é um funcionamento mental que parece
ser da área das compulsões obsessivo-compulsivas. É um processo que os
próprios têm dificuldade em controlar, mas é imputável,
responsabilizável perante a lei”, lembrou.
O especialista alertou para o facto de, “às vezes, as pessoas quando
são presas elaboraram mais a sua capacidade imaginativa, em relação a
aproximações de natureza sexual”.
Sobre os resultados deste tipo de terapêutica, Álvaro Carvalho disse
serem ainda limitados, mas “indispensáveis de serem tentados”.
Atualmente, especificou, existem dois tipos de tratamentos: a
castração química, que é a mais clássica, mas “limitativa, porque as
pessoas continuam a ter líbido”.
Em relação ao tratamento psicológico, este apresenta uma eficácia
limitada, mas, “dada a gravidade do problema, tudo o que puder ser feito
é um garante de uma redução dos casos”.
* Nós não gramamos os pedófilos nem à lei da bala e frequentemente propomos em sentido figurado "clisteres de açorda" como punição, é um modo de exprimir a nossa revolta perante a violação sórdida duma criança. Posto isto, entendemos que para além de sentença legal e pesada em sede própria, devem os pedófilos ser submetidos a tratamento psiquiátrico ou outros, para protecção da comunidade infantil. A sra. ministra, como boa neo-liberal, prefere a lista negra e no futuro, talvez, o pelourinho.
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