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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
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/DINHEIRO VIVO"
Patrões querem manter em 2015 cortes
no pagamento de feriados
Os patrões querem prolongar para 2015 o pagamento pela metade das
horas extra e feriados. Defendem que as empresas continuam sem
capacidade financeira para repor o pagamento integral. O tema, levantado
em encontros bilaterais, deverá subir de tom à medida que se aproxima o
Orçamento do próximo ano, mas conta à partida com a oposição dos sindicatos. O Governo não levanta o véu.
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"Não
vislumbramos sinais substanciais de melhoria no dia-a-dia das empresas e
gostaríamos de ver a medida prolongada" para além de dezembro, afirmou
ao Dinheiro Vivo o presidente da Confederação Empresarial de Portugal
(CIP). A posição de António Saraiva é acompanhada por António Cabaço,
responsável da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de
Pesados de Passageiros (Antrop). É evidente que "se mantêm os problemas.
A medida deverá ser mantida "até que estejam reunidas condições para
que o tecido empresarial tenha capacidade de resposta".
Em
2012, foi permitido às empresas suspender os instrumentos de
regulamentação coletiva de trabalho que prevejam um pagamento do
trabalho suplementar ou em dias feriados superior ao estabelecido no
Código do Trabalho. Na prática, passou a pagar-se 25% na primeira hora
extra e 37,5% na seguintes, tendo-se ainda reduzido para metade o valor
do trabalho prestado em feriados. Esta redução deveria ter vigorado até
ao final de julho de 2014, mas o Governo acabaria por prolongá-la até
dezembro deste ano depois de um processo de negociações com os parceiros
sociais. Esta manutenção por mais cinco meses ficou aquém do que
pediam, na altura, a maioria das confederações patronais.
"Esta
redução, ainda que temporária, veio dar possibilidade às empresas de
serem mais competitivas", afirma Francisco Espre-gueira Mendes, jurista
da Telles de Abreu, acentuando que os motivos que levaram à sua
aplicação se mantêm. O jurista aconselha a sua prorrogação até final de
2015.
Vieira Lopes, presidente da CCP, vai mais longe e diz que a medida deveria ser tratada como sendo estrutural.
Mas
a margem para manter a redução pode ser curta, correndo risco de ser
chumbada pelo Tribunal Constitucional. E, se depender da CGTP, o Palácio
Ratton será o local para onde será encaminhada caso venha a ser
legislada. Nobre dos Santos, vice-secretário-geral da UGT, também avisa
que "se houver uma tentativa de prolongamento, seremos contra".
O
DN/Dinheiro Vivo questionou o Ministério do Emprego e Segurança Social
sobre se equaciona voltar a prolongar esta medida mas não obteve
resposta até ao fecho da edição.
A pressão para que o tema
regresse à agenda será maior se, no Orçamento do Estado para 2015, o
Governo voltar a reduzir para metade o valor das horas extraordinárias
na função pública e empresas públicas, devido à diferença que causará
nos setores onde o peso das horas extra é mais relevante, como é o caso
dos transportes.
Cálculos da Antrop dão conta de que a medida que
vigora até 31 de dezembro permitiu às empresas privadas de transportes
reduzir de 31 milhões para 25 milhões de euros os custos anuais com
horas extra. Cabaço Martins refere, contudo, que seria ainda mais
relevante para o setor dispor de legislação específica adaptada às
necessidades dos transportes, tal como existe na panificação,
exemplifica.
Dados facultados em 2012 pelo Ministério da
Economia sobre o impacto das alterações ao Código do Trabalho concluía
que o pagamento pela metade das horas extraordinárias e dos feriados
iria permitir às empresas reduzir em 0,63% os custos por horas
trabalhadas. Mais relevante seria o impacto da eliminação dos quatro
feriados, que na altura ficou avaliado em 1,71%.
Em 2012, os
portugueses assistiram à eliminação dos feriados de 5 de outubro, 1 de
dezembro, Corpo de Deus e 1 de novembro (estando prevista uma
reavaliação destes dois últimos em 2017), o que fez que Portugal
passasse a ser um dos países com menos feriados. Tendo em conta os
atualmente existentes, o calendário de 2015 evidencia um panorama bem
menos gene-roso do que o de 2014. Enquanto este ano os trabalhadores
contaram com cinco fins de semana prolongados e cinco possibilidades de
ponte (incluindo nestas contas os feriados municipais de Lisboa e do
Porto e o Carnaval), no próximo ano terão apenas três possibilidades de
pontes e três fins de semana prolongados.
* Patrões têm de provar que não podem pagar o justo valor do preço/hora do trabalhador:
1- Revelar em que tipo de automóvel se deslocam e também a família, irá algum filhinho para a faculdade em viatura própria?
2- Revelar património mobiliário e imobiliário em seu nome, da mulher ou dos filhos menores ou recém inseridos no mercado de trabalho.
3- Que tipo de férias usufruiu nos últimos três anos, ou fins de semana em sítio caros.
Os trabalhadores não têm de pagar os "luxos" do patronato através de redução de salário.
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