HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Atestado de virgindade foi pedido a candidatas a polícias
O Governo do Estado
brasileiro da Baía anunciou, na quinta-feira, ter retirado de um
concurso público para aspirantes a agentes da polícia a cláusula que
obrigava as mulheres a apresentarem exames ginecológicos ou um atestado
de virgindade.
CERTIFICADO EM PORTUGAL |
Jaques Wagner, líder do Governo regional,
disse ter determinado a "suspensão imediata dos pontos que podem causar
perturbação ou discriminação às mulheres", numa mensagem divulgada pela
rede social Twitter.
A decisão acontece depois da polémica
levantada pelo texto do anúncio que contemplava a necessidade das
mulheres entregarem uma série de provas ginecológicas, entre elas uma
citologia, ou, em sua substituição, um certificado médico que atestasse a
sua virgindade.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) emitiu, na
quarta-feira, uma nota a expressar "repúdio" pelas cláusulas e outros
responsáveis destacaram que as exigências não tinham qualquer relação
com as funções a desempenhar pelo que se tratava de uma violação
constitucional.
"Essa exigência nos dias atuais é extremamente
abusiva e irracional em virtude da grave violação à alínea III do artigo
1.º da Constituição Federal de 1988, que consagra o Princípio da
Dignidade da Pessoa Humana, bem como ao artigo 5.º do citado Diploma
Legal, que dispõe sobre o Princípio da Igualdade e o Direito da
Intimidade, Vida Privada, Honra e Imagem", lê-se na nota divulgada pela
Comissão de Proteção aos Direitos da Mulher da OAB da Baía, citada pelo
online brasileiro "O Globo".
Rita
de Cássia Vivas, advogada de Direito do Trabalho, diz que o pedido
destes exames é "inconstitucional" porque fere a intimidade, a
privacidade e a dignidade da pessoa, garantidas pela Constituição, bem
como o direito de igualdade.
"É um absurdo. Exames desta natureza
ferem a expressão sexual da mulher. Além de serem discriminatórios",
disse a advogada, citada pelo online brasileiro.
Segundo a
advogada, as provas de admissão, em concursos públicos ou de empresas,
devem estar apenas relacionadas com a aptidão para o cargo. Neste caso,
estes exames são desnecessários para os fins do cargo a que as
candidatas estão a concorrer.
Antes de ser conhecida a decisão do
governador, o departamento do estado da Baía assinalou que a inclusão
das cláusulas "era comum em vários concursos públicos em todo o país" e
que tais não funcionariam como restritivas, "mas sim como uma
alternativa para as mulheres que queiram recusar-se a realizar os
exames" citados no texto do anúncio do concurso.
* Depois de lermos esta notícia assalta-nos uma terrível dúvida, os cardeais que participaram no conclave onde foi eleito o papa Francisco seriam virgens, incluindo o papa???
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