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HOJE NO
"O JORNAL ECONÓMICO"
Autoridade da Proteção Civil arrasa
.aeroporto no Montijo
.aeroporto no Montijo
A ANEPC – Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil arrasa em toda a linha o projecto do novo aeroporto no Montijo, alertando para os riscos sísmicos, de ‘tsunamis’ e de acidentes de aves com aviões, por exemplo.
No parecer da ANEPC, emitido no âmbito da procedimento de
AIA – Avaliação de Impacto Ambiental realizado pela APA – Agência
Portuguesa do Ambiente, referente ao projeto do aeroporto do Montijo e
respetivas acessibilidades, chama-se a atenção para a “suscetibilidade
elevada de alguns riscos naturais, designadamente ao risco sísmico e de
‘tsunamis'”.
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“A implementação de
um projeto desta natureza constitui-se necessariamente como um fator
dinamizador para o incremento dos níveis de vulnerabilidade local já
existentes, pelo surgimento de novos elementos expostos, designadamente
pela forte ocupação humana à nova infraestrutura – 7,8 milhões de
pessoas no ano de abertura do novo aeroporto, que aumentarão de forma
significativa o grau de risco associado”, avisa o referido parecer, a
que o Jornal Económico teve acesso.
De acordo com esse documento,
datado de 11 de setembro de 2019, a LNEC assegura que, “por este motivo,
a implementação do projeto não deverá ser alheia à definição e
concretização de medidas de minimização associadas à gestão dos riscos
de acidente grave ou catástrofe com expressão na área de intervenção do
projeto, os quais terão de ser acautelados deforma antecipada, por forma
a melhor precaver a segurança de pessoas e bens”.
“Contudo,
o estudo de impacto ambiental apresentado não apresenta, na sua total
configuração, uma orientação clara para a aplicação dos princípios da
prevenção e da precaução expressos na Lei de Bases da Aviação civil. A
título de exemplo, a consideração do risco sísmico na avaliação de risco
inclusa, no capítulo 10 do volume III C e no anexo 13, é diminuta tanto
para a fase de construção, como a de exploração. efetivamente, os
riscos mais detalhados respeitam à colisão de aves com aeronaves e aos
acidentes graves envolvendo substâncias perigosas, os quais sendo
relevantes, não espelham suficientemente a tipificação e gravidade de
riscos que a área de estudo possa estar exporta”, assinala o referido
parecer da ANEPC.
“Nesse sentido, a ANEPC considera que o EIA
[estudo de impacto ambiental] carece de um nível de detalhe
substancialmente mais significativo quanto à consideração dos seus
impactos ao nível do risco existente e quanto à previsão de medidas de
mitigação orientadas para a redução da vulnerabilidade dos novos
elementos expostos que irão surgir. Em particular, deverão ser previstas
medidas relacionadas com a definição (e subsequente implementação) de
mecanismos de planeamento de emergência interna da instalação que não
descurem as condições de segurança dos elementos humanos expostos ao
risco e que explicitamente estabeleçam os mecanismos de evacuação a
aplicar na área de intervenção do projeto, para diferentes cenários de
acidentes graves, indicando os pontos de encontro que permitam absorver o
número máximo de utilizadores do aeroporto, bem como a definição de
rotas de evacuação que permitam otimizar a retirada dos passageiros
(incluindo os casos de mobilidade reduzida)”, defende a Autoridade
Nacional de Proteção Civil.
Desta forma a instituição presidida
pelo tenente-general Carlos Mourato Nunes, conclui que, “face ao exposto
e atentas as lacunas identificadas ao nível da consideração de
disposições orientadas para a segurança de pessoas e bens, a ANEPC
pronuncia-se desfavoravelmente ao teor do EIA na sua atual
configuração”.
Comentando mais este parecer negativo ao projeto do
aeroporto do Montijo, a Plataforma Cívica ‘BA6 Não’, sublinha que “em
todos estes pareceres, de entre as dezenas que chegaram ao nosso
conhecimento, se verificam os alertas sobre as omissões, erros e
insuficiente tratamento das questões relativas, nomeadamente, à
segurança de pessoas, bens e riscos de acidentes graves”.
“Particularmente,
o parecer da ANEPC demonstra que as principais autoridades do Estado se
pronunciaram desfavoráveis ao EIA, estudo esse que viria a ser
‘consumado’ pela DIA favorável condicionada”, que a APA concedeu ao
projeto.
A plataforma cívica acrescenta que também os pareceres do
coordenador da Proteção Civil de Benavente, Miguel Cardia, assim como
da Associação Humanitária dos Bombeiros Mistos do Seixal e da Associação
Humanitária de Bombeiros Voluntários do Barreiro, Corpo de Salvação
Pública, foram contrários ao projeto do aeroporto no Montijo.
* Parece-nos que o sr. ministro da tutela antes de querer mudar a lei devia dar mais atenção aos dossiers.
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