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HOJE NO
"OBSERVADOR"
Sapos.
Secretária de Estado diz que ‘ciganofobia’ está no dia-a-dia da sociedade portuguesa
A secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade quer que se acabe com os sapos nos supermercados — um símbolo de azar que afasta a comunidade cigana: "Abaixo os sapos discriminatórios".
A secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade disse
esta segunda-feira que a ‘ciganofobia’ acompanha o dia-a-dia da
sociedade portuguesa e que a discriminação das comunidades ciganas se
combate com informação e trabalho a nível local.
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Em
declarações durante a apresentação do Plano Local para a Integração das
Comunidades Ciganas da Figueira da Foz, Rosa Monteiro, defendeu a
informação dos cidadãos para combater ações como a colocação de sapos de
loiça à porta dos estabelecimentos comerciais — com o intuito de
afastar a comunidade cigana — uma prática discriminatória, já que aquele
animal é tradicionalmente conotado como um símbolo de azar para os
ciganos.
A governante lembrou que “há muitos anos”, num restaurante algarvio,
viu vários desses sapos colocados no jardim e questionou o porquê de ali
estarem. A explicação de que serviam para afastar os ciganos deixou-a
chocada: “Mesmo em estado de choque”, enfatizou Rosa Monteiro. “Acredito
que há muitas pessoas que também desconhecem o porquê e que o sapo, nos
estabelecimentos comerciais, é usado como elemento de segregação e
discriminação”, frisou Rosa Monteiro
A secretária de Estado para a
Cidadania e Igualdade — pasta que irá manter no novo Governo — revelou
que, nos dias de hoje, sempre que entra numa loja que tenha sapos à
porta se indigna com a situação e advoga que os cidadãos também o façam.
“Isso
é que temos de fazer todos enquanto cidadãos, nunca haverá bons
resultados na política pública se as pessoas, cada uma na sua vida, e no
seu exercício de cidadania, não tiverem essa consciência”, argumentou
Rosa Monteiro, defendendo que a integração se faça dentro e fora das
comunidades nómadas. “Nunca conseguiremos trabalhar a integração, a
cidadania nas pessoas ciganas se não trabalharmos dentro e fora [das
comunidades] e em conjunto. Desde logo com a existência de uma pessoa
mediadora cigana que tem essa função, não é só trabalhar dentro da sua
comunidade é ser, no fundo aqui o veículo de tradução cultural para
desconstruir tantos mitos, tantos estereótipos, tantos preconceitos que
temos”, precisou.
“Sempre me perturbou bastante este desconhecimento profundo que nós
temos do que é e o que são as pessoas ciganas, a generalização que
fazemos. Acho que não há trabalho [que se possa fazer] sem ser um
trabalho bilateral”, acrescentou a governante.
Questionada pela
Lusa sobre a necessidade eventual de uma campanha a nível nacional
contra atitudes discriminatórias, Rosa Monteiro reputou-a de
“importante”, considerando também fundamentais as campanhas a nível
local. “Chamar para o espaço público, para as notícias, para os órgãos
de comunicação social locais, visões positivas e alternativas que
eliminem esta ideia fatalista que das comunidades ciganas só vêm coisas
negativas”, observou.
Destacou, a esse propósito, o caso de um
cigano “bombeiro voluntário”, argumentando que esse e outros exemplos
dentro da comunidade cigana terão de ser divulgados e, ao mesmo tempo,
“consciencializar para a discriminação que estas pessoas vivem.
Informar, informar”, insistiu.”E abaixo os sapos discriminatórios, sendo
que o bicho não tem culpa nenhuma”, notou a secretária de Estado.
Diana Rodrigues, vereadora na autarquia da Figueira da Foz com o
pelouro da Ação Social, lembrou que em 2015, aquele município do litoral
do distrito de Coimbra desenvolveu uma campanha juntamente com a
organização SOS Racismo chamada, precisamente, “Não engolimos sapos”,
destinada a que fosse erradicada as representações de sapos em
estabelecimentos comerciais.
“Cremos que algum impacto há de ter
ficado porque já não é tão frequente como outrora esta situação. E
tendemos a acreditar que através da informação, da educação e do
conhecimento se erradicam muitos dos preconceitos e das ideias erradas e
preconcebidas que se geram em torno das comunidades ciganas e aí o
trabalho é efetivo”, garantiu a autarca.
Por outro lado, o
município aposta na formação de professores e auxiliares de ação
educativa, bem como em levar para as escolas “mais informação sobre a
cultura cigana”. “Sabemos que estamos assim a criar uma próxima geração
muito menos preconceituosa e muito mais protetora da igualdade”, disse
Diana Rodrigues.
* Nunca na vida fomos racistas e desejamos para sempre não sê-lo. Portanto estamos ao lado da senhora secretária de Estado incondicionalmente quanto à segregação, mencionar o "sapo" é tão ridículo como mencionar "sexta-feira 13", não fica bem a uma representante dum governo que desejamos não supersticioso ou adepto de crendices.
Um recado para a comunidade cigana, considerar que um sapo dá azar é uma grande parvoíce e não pertence à vossa cultura.
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