HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
Conselho de Finanças Públicas
alinha com Governo e prevê
défice abaixo de 1,4%
O Conselho de Finanças Públicas (CFP)
acredita que o défice orçamental de 2017 será inferior a 1,4% do PIB,
devido ao aumento da receita com impostos e à menor despesa com juros,
alinhando com as previsões do Governo.
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No
relatório ‘Evolução orçamental até ao final do terceiro trimestre de
2017’, divulgado hoje, o CFP tem em consideração os resultados dos
primeiros nove meses do ano (divulgados pelo INE) e a informação já
conhecida sobre o último trimestre e antecipa “um défice interior a 1,4%
do PIB no conjunto de 2017”.
Para
o Governo, é já ponto assente que o défice orçamental do ano passado
será inferior à meta que foi revista com o Orçamento do Estado para 2018
(OE2018), de 1,5% para 1,4%, sendo que, na semana passada, o
primeiro-ministro, António Costa, disse esperar que ronde os 1,2% do
Produto Interno Bruto (PIB).
Hoje,
o CFP alinha com a estimativa do Governo, ao dizer que o défice fica
abaixo dos 1,4% do PIB, sem indicar valores, e sublinha que esta
estimativa exclui o eventual impacto da operação de recapitalização da
Caixa Geral de Depósitos (CGD), que ainda está a ser avaliado pelas
autoridades estatísticas nacionais e europeias.
A
entidade liderada por Teodora Cardoso justifica que o “fecho do ano
melhor do que o estimado” se deve a um desempenho da receita fiscal e
contributiva acima do esperado pelo Ministério das Finanças e a menor
despesa com juros.
Recorde-se
que, no final de setembro, o CFP projetou que o défice orçamental de
2017 representasse 1,4% do PIB. Em outubro, quando apresentou o OE2018, o
Governo melhorou também a sua estimativa para esse valor.
No
entanto, afirma o CFP, o montante em concreto do défice do conjunto do
ano, “só poderá ser estimado com mais precisão uma vez clarificada a
incerteza ainda existente quanto ao impacto orçamental do apoio
financeiro do Estado aos lesados do BES/GES, bem como em relação à
classificação em contas nacionais de despesas relacionadas com os
incêndios florestais”.
Ainda
assim, a entidade liderada por Teodora Cardoso, admite que o desempenho
da receita fiscal e contributiva acima do esperado pelo Ministério das
Finanças e a menor despesa com juros “sugerem margens capazes de
acomodar eventuais desvios ao nível da receita não fiscal e não
contributiva e da despesa primária, incluindo o impacto do diferente
perfil de pagamento do subsídio de Natal”.
Em
2017, metade do subsídio de Natal da Administração Pública foi pago em
duodécimos e a restante metade em novembro, pelo que esse impacto só
será conhecido quando forem apuradas as contas do quarto trimestre.
A
entidade tem em consideração também a “recuperação parcial” da garantia
do Banco Privado Português (BPP), com a qual o Governo estimava reaver
450 milhões de euros. O Estado recuperou apenas 73 milhões de euros –
até ao terceiro trimestre - um valor “distante” do total previsto
inicialmente, e, por isso, o CFP afirma que a meta do défice “será
obtida com um contributo significativamente menor de receitas
temporárias”.
* Como sempre respeitámos a dra. Teodora Cardoso, embora nem sempre concordássemos com ela, estamos contentes.
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