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ESET passa em revista as principais ameaças informáticas de 2017
A ESET apresentou uma retrospectiva do estado da cibersegurança em
2017. O ano transacto pode ser visto como «um ano de alertas que não
pararam de surgir, à medida que o mundo acordava com notícias de novos
incidentes de cibersegurança».
A 12 de Maio de 2017 foi reportado o bloqueio de milhares de
computadores, sendo pedidos 300 dólares em bitcoins para o desbloqueio. A
infecção sem precedentes do ransomware WannaCryptor (também conhecido
por WannaCry) alastrou-se a uma enorme velocidade, afectando cerca de
300 mil computadores em aproximadamente 150 países. A maior parte das
vítimas estava a utilizar uma versão desactualizada de Windows 7.
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Cerca de seis semanas depois, o malware NotPetya (também conhecido
por ExPetr ou PetrWrap) começou a atingir organizações em todo o mundo,
especialmente na Ucrânia. Embora se apresentasse como ransomware, este
malware era destrutivo, não permitindo a recuperação dos ficheiros do
utilizador mesmo depois do pagamento do resgate.
A 24 de Outubro de 2017, uma variante da família do NotPetya, com
funcionalidades de worm, desencadeou outra catástrofe de cibersegurança,
desta vez focada geograficamente na Rússia e na Ucrânia. O malware Bad
Rabbit propagou-se sob o disfarce de instalador de uma actualização
Flash, aparecendo como um pop-up em websites legítimos comprometidos.
A plataforma Android, segundo a ESET, continua a ser um dos
principais alvos para cibercriminosos. O ransomware para dispositivos
móveis que correm este sistema operativo foi uma das grandes ameaças
informáticas em 2017, destacando-se o DoubleLocker, que bloqueia o
dispositivo mudando o seu PIN.
Os relatórios referentes à primeira metade de 2017 indicam que as
violações de dados estão a aumentar, com o número de dados afectados a
aumentar em simultâneo. Um total de 918 violações de dados resultou em
1,9 mil milhões de registos comprometidos, só na primeira metade de
2017, um aumento de 164% em relação à segunda metade de 2016. Os
incidentes deste tipo mais notáveis em 2017 incluem o ataque à Equifax e
a fuga de informação da Deep Root Analytics, ambas as instâncias
resultando na exposição de dados pessoais de milhões de americanos.
O ano de 2017 «mostrou a importância de corrigir falhas de segurança,
uma vez que muitos dos piores incidentes podiam ter sido evitados se os
sistemas estivessem devidamente actualizados e boas práticas de
segurança tivessem sido seguidas». Duas vulnerabilidades que fizeram
manchete em 2017 foram a KRACK no protocolo WPA2 e uma série de falhas
em várias implementações de Bluetooth.
A segunda afectava praticamente todos os dispositivos com Bluetooth
que não tinham sido actualizados recentemente. O número de
vulnerabilidades reportadas em 2017 duplicou em relação a 2016.
O ecossistema das infraestruturas tem fraquezas fundamentais que se
revelaram em 2017. No início desse ano, concluiu-se que uma falha de
energia com a duração de uma hora na Ucrânia foi causada por um
ciberataque. Investigadores da ESET identificaram o malware
provavelmente responsável como sendo o Industroyer.
Noutro ataque revelado mais tarde, no mesmo ano, os atacantes usaram
um malware chamado Triton para derrubar o sistema de segurança duma
fábrica no Médio Oriente. Mesmo quando um malware não tem como alvo
principal uma infraestrutura, pode afectá-la na mesma, como foi o caso
do WannaCryptor, que resultou no cancelamento de consultas médicas,
bloqueio de computadores e desvio de ambulâncias no serviço nacional de
saúde da Inglaterra.
* Imparável o cibercrime.
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