HOJE NO
"OBSERVADOR"
Ministério Dos Negócios Estrangeiros
Iraque não levanta imunidade
diplomática dos filhos do embaixador
O Ministério dos Negócios Estrangeiros tinha dado um prazo limite, mas a embaixada do Iraque em Lisboa diz que, para já, é "prematuro" levantar a imunidade diplomática dos dois jovens.
Na resposta que enviou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), a embaixada do Iraque em Portugal manifesta a sua “vontade de cooperar
para o cabal esclarecimento dos factos” que estiveram na origem das
agressões a Rúben Cavaco, em agosto, na vila de Ponte de Sor, Alentejo.
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OS BRUTAMONTES |
Mas não levanta, para já, a imunidade diplomática dos dois autores das agressões — os jovens já admitiram o envolvimento no caso –, filhos do embaixador iraquiano. Os dois jovens têm “disponibilidade” para serem ouvidos pelo Ministério Público, mas ainda não vão perder o estatuto diplomático.
A “nota pública” divulgada esta tarde pelo MNE revela que a embaixada iraquiana considera “prematuro”
levantar a imunidade dos dois jovens. Isso não impedirá que os filhos
do embaixador iraquiano sejam ouvidos pelo Ministério Público. O
comunicado do ministério de Augusto Santos Silva esclarece que, na
resposta que recebeu da diplomacia iraquiana, esta quinta-feira à noite,
é manifestada “disponibilidade dos filhos do Embaixador iraquiano em Lisboa para serem desde já ouvidos no inquérito em curso”.
A questão é que o MNE tinha dado um prazo limite — o final
desta semana — para que a embaixada do Iraque tomasse uma posição
relativamente ao pedido de levantamento da imunidade parlamentar.
Há uma semana, Santos Silva sublinhava que, “não havendo uma resposta ou [havendo] uma resposta negativa ao pedido, o instrumento que está ao dispor das autoridades portuguesas é o procedimento de declarar ‘persona non grata’ as pessoas sobre as quais incide o nosso pedido de levantamento de imunidade diplomática”.
“Como
eu tenho dito desde o princípio, Portugal usará todos os instrumentos
que a lei internacional lhe confere”, sublinhava o responsável da
Diplomacia portuguesa.
A nota do MNE refere ainda que “o Iraque
entende e respeita por completo os procedimentos legais aplicáveis,
conduzidos pelas autoridades judiciárias portuguesas”.
A embaixada iraquiana dá, assim, uma resposta negativa ao pedido das autoridades portuguesas,
ao rejeitar — ainda que não de forma absoluta — o levantamento da
imunidade dos filhos do embaixador. A resposta da representação
iraquiana em Portugal foi transmitida esta sexta-feira à
Procuradora-Geral da República, “para ser considerada no âmbito do
inquérito em curso sobre os incidentes de Ponte de Sor”.
Na manhã
desta sexta-feira, o ministro dizia que “a embaixada do Iraque já
transmitiu a resposta” sobre o pedido de levantamento da imunidade
diplomática aos filhos do embaixador iraquiano em Portugal.
Contactado
pelo Observador, Santana-Maia Leonardo, advogado de Ruben Cavaco, o
jovem de 16 anos vítima das agressões, a 17 de agosto, em Ponte de Sor,
no Alentejo, dizia a meio da tarde ainda não ter sido informado de
qualquer resposta por parte do Governo iraquiano.
Também na
semana, um representante do embaixador iraquiano disse à família que as
despesas com o internamento de Rúben Cavaco tinham sido pagas pela
embaixada. “Foram quase 12 mil euros”, disse ao Expresso a família da vítima das agressões.
* Vamos por partes:
- Se a embaixada pagou 12 mil euros é porque os estragos físicos o justificavam, faltam pagar os danos morais.
- Se os brutamontes não forem julgados por causa da imunidade diplomática os amigos de Ruben sempre lhes podem fazer uns afagos com muito geitinho.
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