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HOJE NO
"i"
Doente da Madeira não conseguiu aviar
. receita em farmácia de Lisboa
Queixa ajudou a esclarecer problema que se arrastava há meses
Uma doente da Madeira que teve hoje consulta
no IPO de Lisboa saiu do hospital com uma receita para levantar mas, ao
entrar na primeira farmácia que encontrou, a farmácia Curie, foi-lhe
dito que não era possível dispensar o medicamento uma vez que não estava
a ser feito o pagamento de comparticipações a doentes da Madeira..
Após denúncia da situação, o i contactou a farmácia em causa e a
Associação Nacional de Farmácias, que dá crédito às farmácias enquanto
se aguarda o pagamento por parte do Estado. Paulo Duarte, presidente da
ANF, revelou não haver qualquer motivo para uma farmácia associada da
ANF recusar dispensar receitas aos doentes. Mas, ao telefone com o
centro de acordos da associação, a farmácia Curie esclareceu o que há
meses não conseguia: Joana Casimiro, responsável por esta farmácia na
zona de Sete Rios, foi informada que ontem ao final do dia os serviços
do Ministério da Saúde reconheceram que havia um acordo de reciprocidade
e que, a partir de hoje, todas as receitas passariam a ser faturadas
normalmente, estando também libertado o crédito da ANF. As farmácias não
tinham sido entretanto informadas e a ANF adiantou à farmacêutica que
está a ser preparada uma circular para esclarecer a situação.
400 euros por receber e muitos doentes insatisfeitos
Joana Casimiro explicou ao i que a farmácia recebe muitos doentes das
ilhas, que vêm a consultas e tratamentos no IPO de Lisboa. Durante
algum tempo, aviou as receitas normalmente. Contudo, só este ano o
Centro de Conferência de Faturas do SNS devolveu receitas no valor de
400 euros. “Deixámos de o fazer quando o valor passou a ser elevado e
porque houve essa indicação a ANF”, diz a farmacêutica, que considera
“inaceitável” que tenha de ser a farmácia a lidar com a insatisfação dos
doentes e a ficar com o prejuízo.
Esta tarde, no telefonema para a ANF, a farmácia foi informada de que
poderá submeter de novo as receitas para ser feito o pagamento e que a
partir de hoje há a garantia de que as receitas serão validadas pelo
Centro de Conferência e Faturas do SNS. “Pago as minhas faturas, tenho
os meus impostos em dia, ter de passar por esta situação com os doentes
era perfeitamente escusável.”
Ao i, Paulo Duarte, presidente da ANF, assegurou que o regime de
reciprocidade com o governo regional da Madeira foi alcançado há um ano e
que não havia por isso motivos para uma farmácia associada da ANF
recusar receitas, nada adiantando sobre este impasse com o Centro de
Conferência de Faturas. Contactado posteriormente, o responsável disse
estar satisfeito pelo problema ter sido entretanto resolvido.
O regime de reciprocidade prevê que o governo regional de Madeira
comparticipe as receitas de doentes do continente quando estes aviem
medicamentos nas ilhas, enquanto no continente é o SNS assegurar as
comparticipações de doentes da região autónoma.A Administração Central do Sistema de Saúde esclareceu entretanto que a situação resultou de um "problema técnico que já se encontra a ser resolvido" e considera que os doentes não foram prejudicados. A ACSS diz que houve apenas um problema do foro administrativo que originou a devolução de receituário às farmácias, que poderão voltar a faturar ou contestar, uma vez que a recipocridade da região autónoma da Madeira se mantém. A ACSS não faz considerações sobre o facto de as farmácias, na ausência de pagamento por parte do Estado e para não serem mais prejudicadas, terem deixado de aviar receitas aos doentes. * "apenas um problema do foro
administrativo"? Sobretudo um problema do foro do rídiculo.
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