HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Portugal é o quarto pior país
para se trabalhar. Pior só
Turquia, Espanha e Grécia
OCDE mediu emprego, desemprego de longa duração, segurança laboral, precariedade e remuneração. Melhor país é a Islândia
Grécia,
Espanha, Turquia e Portugal são os piores países para se trabalhar, de
acordo com um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
(OCDE). Islândia, Suíça e Noruega são os melhores.
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A
OCDE mediu as taxas de emprego, o desemprego de longa duração e a
segurança laboral em cada uma das 34 grandes economias, considerando
ainda o "medo de perder o emprego" e a remuneração média entre aqueles
que estão empregados para criar o índice da qualidade do emprego. A
média obtida é de 6,6 pontos. A Grécia, o último país da tabela, não vai
além de 1,5 pontos; a Espanha tem apenas 2,4 pontos; a Turquia 3,8 e
Portugal 4,1 pontos.
Espanha é o país
onde o "medo de perder o emprego" (17,8%) é mais do triplo da média
(5,4%) dos 34 países e mais do dobro do que em Portugal (8,6%). Aquele
valor tem vindo a aumentar ao longo do tempo no país vizinho - em 2012
era de 10,8%; em 2013 subiu ligeiramente para 10,9% e em 2014 disparou
para 17,7%. Nesse mesmo ano, a média da OCDE desceu para o nível atual
de 5,3%.
Em Portugal é o desemprego de
longa duração que mais penaliza a pontuação - é o triplo (9,1%) da média
da OCDE (2,8%). Mas o rendimento per capita também fica a larga
distância. A média da OCDE é de 25 908 dólares (23 216 euros); em
Portugal é cerca de 20% mais baixo, ficando-se por apenas 20 086 dólares
(18 mil euros).
"E [em Portugal] há
ainda uma diferença importante entre os mais ricos e os mais pobres - os
20% mais favorecidos da população ganham quase seis vezes mais do que
os 20% menos favorecidos", refere a organização.
Espanha
também fica abaixo da média dos países desenvolvidos, com um rendimento
disponível das famílias líquido per capita de 22 477 dólares (20 590
euros), contra os 25 166 dólares (22 551 euros) da Itália, 28 799
dólares (25 806 euros) em França ou 31 252 (28 mil euros) na Alemanha.
Mais longe ficam os EUA, com um rendimento médio per capita de 41 355
dólares (cerca de 37 mil euros).
Com
certeza que não é este indicador que mais pesa no exame laboral da OCDE,
visto que na Islândia o rendimento médio per capita é de apenas 23 965
dólares. Porém, no país que lidera a tabela, o medo de perder o emprego é
de apenas 4,1%, o desemprego de longa duração afeta somente 1,2% e a
taxa de emprego (população em idade de trabalhar com emprego remunerado)
é de 82%.
A Suíça (2.º lugar) e a
Alemanha (8.º lugar) são os países europeus onde o medo de perder o
emprego é menor, registando apenas 3% e 3,1%, respetivamente. A Alemanha
consegue empatar com os EUA neste índice de qualidade do trabalho -
conseguiram ambos 8,1 pontos.
A taxa de
desemprego de longa duração alemã (2,4%) é três vezes inferior à
espanhola e quase quatro vezes menor do que a portuguesa, quando a taxa
de emprego é de 73%, o que compara com os 61% de Portugal, 56% da
Espanha ou os 49% da Grécia. Bem longe da taxa da Suíça (80%) ou da
Noruega (75%), onde o desemprego de longa duração é de apenas 1,5% e de
0,3%, respetivamente.
* A Islãndia é aquele paízinho da treta e das fumarolas que disse não às dívidas aos credores internacionais e engavetou banqueiros, quem me dera ser islandesa.
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