11/10/2011




HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"


Antiga primeira-ministra da Ucrânia condenada a sete anos de prisão por abuso de poder
O Tribunal Petcherski condenou Iúlia Timochenko, antiga primeira-ministra ucraniana, a sete anos de 
prisão por "abuso de poder" na altura da assinatura 
de contratos de fornecimento de gás russo em 2009

O juiz considerou ter ficado provado que Timochenko provocou prejuízos no valor de 150 milhões de euros. Além disso, Timochenko fica privada de ocupar cargos nas estruturas do poder durante três anos, o que a impedirá de participar nas eleições legislativas do Outono de 2012.

O juiz decidiu também que a antiga primeira-ministra terá de "indemnizar plenamente" a empresa pública de gás ucraniana Naftogaz, que terá sido prejudicada em cerca de 150 milhões de euros.

Segundo o juiz Rodion Kireev, os acordos sobre o fornecimento de gás russo à Ucrânia foram assinados "exclusivamente graças às acções ilegais e individuais de Iúlia Timochenko". "Os atos de Timochenko foram além dos seus poderes, provocando pesadas consequências", concluiu.

A sentença foi recebida com gritos pelos apoiantes de Timochenko, que se encontravam na sala de sessões: "Vergonha!", "Eles também serão condenados!", "Este bando está condenado!".

A líder da oposição, ao reagir à sentença, declarou aos jornalistas que "a Ucrânia está a voltar a 1937", ano em que o ditador José Estaline desencadeou uma forte onda de terror em toda a União Soviética.

Iúlia Timochenko e os advogados já anunciaram que irão recorrer da sentença para tribunais ucranianos e europeus.

Iúlia Timochenko apela ao derrube do regime do Presidente Ianukovitch

A antiga primeira-ministra ucraniana, Iúlia Timochenko, lançou hoje um apelo ao derrube do regime do Presidente Victor Ianukovitch, sublinhando que a sua queda está para breve.

Estas declarações foram feitas no Tribunal Petcherski, onde está a ser lida a sentença do processo em que a líder da oposição ucraniana é acusada de ter abusado do poder em 2009, aquando da assinatura de acordos sobre o fornecimento de gás russo à Ucrânia.

O juiz Rodion Kireev já anunciou ter ficado provada a acusação, precisando que Timochenko provocou prejuízos à Ucrânia de cerca de 150 milhões de euros. "Estou convencida de que a sentença está ser ditada não pelo juiz Kireev, mas pelo Presidente Ianukovitch.

A sentença fará o povo entender ainda mais que os ditadores não abandonam o poder voluntariamente. Isso não é só tarefa do meu partido, mas de todo o povo", acrescentou Timochenko. "Ele (Ianukovitch) pensa que demonstra a sua força, o seu poder, mas, na realidade, ele humilha-se, desacredita-se e risca-se da realidade democrática ucraniana e mundial", frisou.

Timochenko lamentou que as acções de Ianukovitch criem obstáculos na via da aproximação da Ucrânia face à União Europeia. A antiga primeira-ministra incorre numa pena que pode ir até aos sete anos de prisão e pagamento de pesadas multas, mas o partido por ela dirigido já anunciou que irá recorrer da pena nos tribunais ucranianos e europeus.

Polícia detém apoiantes de Iúlia Timochenko

Entretanto, a polícia ucraniana deteve hoje vários apoiantes da antiga primeira-ministra Iúlia Timochenko por tentarem cortar a principal artéria da capital ucraniana, a Avenida Krechatika.

A polícia interveio quando centenas de manifestantes cortaram a circulação automóvel nessa avenida e se dirigiam para o Tribunal Petcherski, onde Timochenko está a ser julgada. Lessia Orobetz, deputado do partido dirigido por Timochenko, escreveu na sua conta no Twitter ter observado como "pessoas foram metidas dentro de carros da polícia para transporte de detidos".

A polícia confirmou ter feito detenções, mas não revelou quantas. Iúlia Timochenko está a ouvir a sentença do juiz Rodion Kireev, que já afirmou que a antiga primeira-ministra abusou do poder quando da assinatura de acordos sobre o fornecimento de gás russo e provocou ao país um prejuízo da ordem dos 150 milhões de euros.

A líder da oposição ucraniana pode ser condenada até sete anos de prisão e ao pagamento de pesadas multas.

União Europeia lamenta condenação de Timochenko

A União Europeia (UE) lamentou hoje a condenação da antiga primeira-ministra Iúlia Timochenko a sete anos de prisão por abuso de poder, por um tribunal ucraniano, denunciando a motivação política do processo.

"A UE está profundamente desapontada com o veredicto", disse a Alta Representante para a Política Externa da UE, Catherine Ashton, num comunicado hoje divulgado.Ashton salientou que a condenação de Iúlia Timochenko "confirma que a justiça está a ser seletivamente aplicada em perseguições políticas a líderes da oposição e membros do anterior Governo" da Ucrânia.

A Alta Representante pediu ainda que seja garantida isenção no recurso que os advogados da condenada já anunciaram. O comissário europeu para o Alargamento, Stepan Fule, disse esperar que a decisão final no processo de Iúlia Timochenko seja tomada com base na revisão das leis ucranianas.

"Ninguém pode ir para a cadeia com base em legislação já ultrapassada. Sem dúvida que deve ser encontrada uma solução", declarou. Stefan Fule anunciou que a reacção oficial da Comissão Europeia será divulgada na quarta-feira, mas frisou que "da situação democrática depende o destino da associação da Ucrânia com a União Europeia".

Também o presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Busek, manifestou "sérias dúvidas" sobre a isenção, transparência e independência do julgamento. Buzek afirmou que a lei aplicada no caso remonta ao tempo da União Soviética e que são raros os países democráticos que processam criminalmente decisões políticas.

O Tribunal Petcherski condenou Iúlia Timochenko, antiga primeira-ministra ucraniana, a sete anos de prisão por "abuso de poder" aquando da assinatura de contratos de fornecimento de gás russo em 2009.

O juiz considerou ter ficado provado que Timochenko provocou prejuízos no valor de 150 milhões de euros. Além disso, Timochenko fica privada de ocupar cargos nas estruturas do poder durante três anos, o que a impedirá de participar nas eleições legislativas do Outono de 2012.

O juiz decidiu também que a antiga primeira-ministra terá de "indemnizar plenamente" a empresa pública de gás ucraniana Naftogaz, que terá sido prejudicada em cerca de 150 milhões de euros.


* Atenção a notícia é da UCRÂNIA não é de Portugal

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