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Dificuldade de chegar aos 12 zeros
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HOJE NO
"O JORNAL ECONÓMICO"
Mário Centeno admite que “não podemos dar passos maiores do que a perna” na Função Pública e no IRS
Ministro das Finanças abre portas a uma negociação com o PSD para a aprovação do Orçamento Suplementar e diz estar convencido de que os países da União Europeia “já chegaram à conclusão de que não podemos cometer o mesmo erro duas vezes em menos de dez anos”.
O ministro de Estado e das Finanças Mário Centeno não se comprometeu com
a manutenção dos aumentos para a Função Pública e com a reforma do IRS,
preferindo dizer nesta terça-feira, em entrevista à TSF, que “não
podemos dar passos maiores do que a perna” antes de acrescentar que tudo
terá de ser repensado porque “a perna encurtou neste terrível ano de
2020”. Num momento posterior, referindo-se ao aumento extraordinário das
pensões em maio, disse que “o Orçamento do Estado é para cumprir”.
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Recordando que “ninguém se pode comprometer com resultados”, o também
presidente do Eurogrupo disse que “podemos e devemos fazer tudo o
possível para nos mantermos” dentro das limitações do Orçamento do
Estado para 2020, mas admitiu que no Orçamento suplementar que deverá
ser entregue à Assembleia da República antes do final do primeiro
semestre “temos de adequar os plafonds orçamentais às medidas”
necessárias para dar resposta à crise económica provocada pela Covid-19.
Quando
lhe foi perguntado se alguns ministérios deveriam perder receitas em
favor do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social ou do
Ministério da Saúde, ou se recorreria às cativações que marcaram a
anterior legislatura, Centeno descreveu que “a cativação é o elemento
que permite que em outubro todos tenham dinheiro”.
O ministro de
Estado e das Finanças apontou os partidos à esquerda do PS como aliados
preferenciais no processo de negociação e aprovação do Orçamento
suplementar perante a “necessidade imperiosa e inevitável” que garantiu
ainda não existir neste momento, mas também abriu a porta ao PSD. “Como
somos todos chamados para ter esta contribuição para a estabilidade
podemos ter uma abordagem mais vasta”, disse.
Dificuldade de chegar aos 12 zeros
Recusando a “guilhotina da austeridade”, Mário Centeno
salientou que não está em causa uma crise motivada por desequilíbrios
macroeconómicos e mostrou-se confiante na capacidade de a intervenção da
União Europeia evitar consequências ainda mais graves da pandemia de
Covid-19.
Admitiu, no entanto, que o bilião de euros que pretendia
ver mobilizado ser um objetivo difícil de alcançar. “Não sei qual será a
dimensão que o Fundo de Recuperação vai ter, mas estaria à espera de um
valor superior aos 500 mil milhões de euros. Nao sei é se chegaremos a
um número com 12 zeros”, disse, ressalvando que os Estados-membros “já
chegaram à conclusão de que não podemos cometer o mesmo erro duas vezes
em menos de dez anos”.
Comentando o diferendo entre o Tribunal
Constitucional alemão e a União Europeia, devido aos entraves que o
primeiro coloca à compra de dívida pelo Banco Central Europeu, Centeno
disse esperar “que o primado da legislação europeia sobre a nacional
seja também desta vez respeitado”. E embora tenha reconhecido que os
países do Sul da Europa tendem a valorizar mais a União Económica e
Monetária, enquanto os países do Norte privilegiam o Mercado Comum,
sustentou que “não andam um sem o outro e sem eles as nossas economias
não seriam nem de perto nem de longe aquilo que são hoje”.
Sobre a
ausência de um quadro macroeconómico no Programa de Estabilidade, o
ministro das Finanças ressalvou que o documento contém uma “avaliação da
severidade do Estado de Emergência face à economia” e admitiu que
haverá uma perda muito elevada na perda de receita fiscal e aumento dos
subsídios de desemprego, admitindo uma valor muito próximo de dez mil
milhões de euros de perda de receita até ao final de 2020.
* Concordamos senhor ministro que passos maiores que a perna não devem ser dados, diga isso aos bancos porque as suas más gestões foram passos maiores que "andas".
E passos pela "calada" sr. ministro, como aquele passo do cheque ao NB sem ninguém saber?
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