17/01/2020

LUÍSA LOPES GUEIFÃO

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A Inclusão Digital tem
 de passar também 
pela Inclusão de Género

A Inclusão Digital tem de passar pela Inclusão de Género. A Transformação Digital só será plena se acompanhada por uma transformação social inclusiva, com especial atenção para a Igualdade de Género.

O DESI (Digital Economy and Society Index) constitui um índice composto da Economia e Sociedade Digital, que analisa anualmente cerca de 30 indicadores relevantes sobre o desempenho digital da Europa e acompanha a evolução dos Estados-Membros da União Europeia em cinco dimensões principais: Conectividade, Capital Humano, Uso da Internet, Integração da Tecnologia Digital e Serviços Públicos Digitais.
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No que ao Capital Humano diz respeito, e de acordo com os resultados publicados em março de 2019, existem cerca de 8.5 milhões de pessoas que trabalham nas áreas de ICT – Tecnologias de Informação e Comunicação, o que representa apenas 3,7% do emprego total na União Europeia. Deste número, 83% dos trabalhadores são homens.

Que benefícios para a sociedade e a economia (nesta incluindo as empresas) poderiam surgir com a igualdade de acesso a estas profissões por parte das mulheres é uma questão prioritária e cuja resposta começa na Educação: aumentar o número de mulheres que optam pelo estudo em ciências, tecnologias, engenharias e matemática (STEAM – science, technology, engineering, and mathematics) passa pelas políticas laborais:  garantir o acesso e igualdade de condições nos empregos tecnológicos de base, mas também nos cargos de gestão, e pela vivência familiar: possibilidade de conciliar a vida profissional e pessoal (life balance), mais potenciada nos empregos tecnológicos em que existe maior possibilidade de flexibilização e de mobilidade (trabalhar a partir de qualquer lugar).

O .PT apoia e promove diversos projetos de inclusão digital em parceria com o MUDA – Movimento pela Utilização Digital Ativa, o Programa INCoDE2030, a FCT, a DECOJovem, o CDI Portugal com o Apps for Good (no qual atribui anualmente o Prémio Jovem Aluna .PT), Engenheiras por um Dia e muitos outros.

Acreditamos que a Inclusão Digital é uma forma de acelerar a Inclusão Social, garantindo que ninguém, Mulheres e Homens, fica para trás. Na família, em casa, no trabalho, no lazer, no acesso à informação, todos temos a ganhar com este processo.

Promover a cidadania digital é um desígnio público, mas também de movimentos da sociedade civil, das empresas e de cada um de nós.

O MUDA – Movimento pela Utilização Digital Ativa, do qual o .PT é – com orgulho – membro fundador, tem vindo a mudar a vida dos portugueses. Com o empenho de jovens voluntários, das empresas, do Estado, de associações, de autarquias, temos percorrido o caminho do digital com os que agora o iniciam, ao dar os primeiros passos com o MUDA na Escola, MUDA na Aldeia ou MUDA no Bairro. Para aqueles que adotam já uma utilização mais avançada, simplificámos o sistema com resultados concretos, como são exemplos a disseminação da chave móvel digital ou a introdução da fatura digital.

A sociedade, as empresas, as famílias e o País têm tudo a ganhar se apostarem no desafio de inclusão de género via inclusão digital, porque contamos com todos neste movimento transformador.

* Presidente do Conselho Diretivo do .PT

IN "OBSERVADOR"
16/01/20

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