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IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS DA MADEIRA"
24/01/20
Uma Saúde paliativa
Na
RAM a Saúde resume-se a números. O GR diz uns, a oposição afirma
outros. Ano após ano, promessa após promessa, com iguais ou outros
dirigentes, o povo continua sem soluções, para velhos problemas que se
acumulam.
Nos últimos dias, situações díspares mas, curiosas, sucederam-se na Madeira.
Uma
troca de cadáveres no hospital. É normal? não. Pode acontecer? sim. Tem
acontecido amiúde? Sim, 1 a 2 vezes ano. Porque continua a acontecer?
Uma
menina morreu em condições suspeitas. 48h depois, o SESARAM diz que
tudo foi feito de “acordo com o quadro clínico apresentado”. O SESARAM
esqueceu-se que com as pessoas, o “cut and copy” não existe e cada caso é
um caso. Quando esta menina morre de forma suspeita, NÃO EXISTEM
QUADROS CLINICOS TÍPICOS. Investiga-se. Se necessário, uma autópsia é
feita e depois retiram-se conclusões. Ao SESARAM faltou humanidade e
dignidade nesta altura.
A Dra. Filomena Gonçalves foi indicada
para Dir. Clínica do SESARAM, pelo CDS-M, com outros nomes para lá
exercerem cargos. Chocante que, claramente, se admita que são feitas
nomeações, à medida por interesse partidário, logo na Saúde, com a
bênção dos profissionais escolhidos (ética?). Na Saúde ajudam-se
pessoas, não coisas. Quando se erra, as consequências são desastrosas.
Rafaela
Fernandes, promoveu reunião com diretores de serviço do SESARAM. Tudo
bem, não se desse o caso de promover uma votação sobre assuntos que só
dependem da Administração/dela. O SESARAM vai ter uma gestão colegial?
Ou será apenas demonstração de falta de caracter, de liderança, de
coragem, usando a “assembleia” para afastar quem não queria? Se o
SESARAM estava mal, ficou a saber-se que vai ficar pior, seja pelo
“colégio” de interesses instalados, seja porque Rafaela falha como
líder.
A Dra. Licínia Araújo, com a especialidade de Medicina
Geral e Familiar, como informa a Ordem, é “Coordenadora da Unidade de
Cuidados Paliativos, CP, do SESARAM”. A Enfª Teresa Goes, é “Dir. dos
Cuidados Continuados Integrados, CC´s, do SESARAM”. No site do SESARAM
aparecem lá os CP´s. Mas não CC´s. Normal, porque estão integrados na
vice-presidência. Mas estranho, porque Teresa Goes não possui grande
experiência em CC´s, para exercer funções de coordenadora regional.
Falta-lhe experiência, sobra-lhe teoria e “manha”, que se notou nos
acordos com privados e em entrevistas.
Teresa Goes, na RTP-M,
disse que na RAM, para os CC´s, foram transpostas as
orientações/diretivas nacionais. Não existe informação regional que a
contradiga. Mas Licínia Araújo tem que ter a competência ou a
especialidade em medicina paliativa, para exercer aqueles cargos (ver
Plano Estratégico para o Desenvolvimento dos Cuidados Paliativos, biénio
19/20, quadros 2/3). As equipas de cuidados paliativos devem integrar
profissionais de Saúde com formação avançada, tendo um número mínimo de
horas em formação prática. Quem nomeou Licínia Araújo, não cumpriu a lei
e ela, ética e moralmente, não agiu bem, no mínimo. A(s) equipa(s) de
CP´s regionais obedecem às diretivas “nacionais” ou “regionais”? Como
aconteceu com Rita Andrade, foram feitas “leis” à medida ou simplesmente
ignorou-se o normativo nacional?
Isolados, estes casos seriam
invulgares mas, no seu todo, mostram o estado da Saúde na RAM. Não está
morta, mas está paliativa. Porque onde sobram a sobranceria, a
desilusão, o desinteresse, e o amor à ca(u)sa, faltam o humanismo, o
rigor, o método, o brio, as competências próprias e a igualdade.
IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS DA MADEIRA"
24/01/20
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