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QUEM LHE VAI MANTER AS MORDOMIAS?
QUEM O IMPEDE DE NEGOCIAR ATRAVÉS DE AMIGOS?
E AS CONTAS BANCÁRIAS?
HÁ OFFSHORES?
NÃO RESIDE EM PORTUGAL MAS TEM
MORADA NA QUINTA PATIÑO-ESTORIL
NÃO RESIDE EM PORTUGAL MAS TEM
MORADA NA QUINTA PATIÑO-ESTORIL
Insolvente.
Diogo Vaz Guedes terá rendimentos indexados ao salário mínimo nos próximos cinco anos
O empresário Diogo Vaz Guedes, antigo presidente executivo da
construtora Somague e ex-sócio de António Mexia no projeto hoteleiro
Aquapura, viu esta segunda-feira arrancar formalmente o período de cinco
anos em que terá os seus rendimentos indexados ao salário mínimo
nacional, período ao fim do qual terá um perdão total dos montantes que
ainda tenha em dívida no seu processo de insolvência.
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Esta
segunda-feira foi publicado no portal Citius o despacho inicial do
incidente de exoneração de passivo de Diogo Vaz Guedes, no âmbito do
processo de insolvência que começou em 2017 no Tribunal da Comarca de
Lisboa-Oeste (Sintra), depois de em 2018 ter sido declarada a
insolvência do empresário, a quem a banca (Novo Banco e BCP como maiores
credores) tentava cobrar 67 milhões de euros, na sua maior parte por
garantias pessoais que Vaz Guedes tinha dado no âmbito de financiamentos
a empresas suas, nomeadamente a Gespura e a Stravaganza.
O
despacho agora publicado marca o início da contagem dos cinco anos em
que Vaz Guedes terá o seu rendimento limitado. O Expresso não conseguiu
apurar qual o valor com que o empresário poderá viver, mas nos processos
de insolvências pessoais o devedor tem de entregar a um fiduciário tudo
o que ganhar acima de um determinado valor, considerado por um juiz
como necessário para o sustento digno do devedor e da sua família, por
norma calculados em função do salário mínimo em vigor e do número de
elementos do agregado familiar.
O Expresso contactou Diogo Vaz
Guedes, que não quis fazer comentários sobre a sua insolvência nem sobre
os seus rendimentos, declarando apenas que este é "um processo
encerrado". "Não sou residente em Portugal, passo a maior parte do tempo
fora", disse Vaz Guedes, depois de afirmar que ainda não tinha tido
conhecimento do despacho agora publicado no portal Citius.
O
despacho, que reconhece como endereço de Vaz Guedes uma morada na Quinta
Patiño, em Cascais, fixa ainda as obrigações que o empresário terá de
cumprir nos próximos cinco anos para ter direito, no final desse
período, ao perdão total do que ainda esteja em dívida.
Assim,
Vaz Guedes fica obrigado a "não ocultar ou dissimular quaisquer
rendimentos que aufira, por qualquer título, e a informar o tribunal e o
fiduciário sobre os seus rendimentos e património".
Diogo Vaz
Guedes fica também obrigado a "exercer uma profissão remunerada, não a
abandonando sem motivo legítimo, e a procurar diligentemente tal
profissão quando desempregado, não recusando desrazoavelmente algum
emprego para que seja apto". E terá de informar o tribunal e o
fiduciário sempre que mude de morada ou de trabalho.
Um dos rostos do Compromisso Portugal
IN "EXPRESSO"
09/12/19
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Vaz
Guedes foi um dos gestores mais proeminentes em Portugal na década
passada, sobretudo pela sua liderança na Somague, construtora fundada
por um tio seu no século passado. Em 2003 a Somague foi comprada pela
espanhola Sacyr, mas Vaz Guedes permaneceu na empresa até 2007.
Foi
nesse ano que se lançou no negócio hoteleiro, criando a Gespura. Atraiu
como sócios minoritários António Mexia (já então presidente executivo
da EDP) e Miguel Simões de Almeida. O objetivo era criar uma rede de
hotéis de luxo com a marca Aquapura. Alguns projetos chegaram a avançar,
como o Aquapura Douro Valley, que em 2013 entraria num processo de
revitalização, sendo entregue a um fundo de recuperação da Explorer.
Mas
já antes da "aventura" da Aquapura Diogo Vaz Guedes assumia
protagonismo no espaço público. Foi em 2004 um dos rostos de apoio ao
movimento Compromisso Portugal. Era uma proposta de um novo modelo de
desenvolvimento económico do país pelo qual também deram a cara gestores
como António Mexia, Filipe de Botton, Alexandre Relvas e António
Carrapatoso.
Em 2017, quando a banca forçou a sua insolvência
pessoal, Diogo Vaz Guedes já estava a trabalhar fora do país. Virou-se
para Moçambique, através da empresa de projetos energéticos Kuikila
Investments.
IN "EXPRESSO"
09/12/19
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