defensores dos direitos!
Onde andam?
Na
qualidade circunstancial de polícia “ bófia”’, atrevo-me a dizer que
não preciso de licença seja de quem for, embora sinto o dever de ser
prudente, para afirmar que, se há coisa que os portugueses se podem
orgulhar é o facto de viverem seguros. E acho que é mesmo verdade:
apesar dos milhares de furtos e roubos que são declarados, e dos
milhares que não são, reconhece-se que a maior parte dos crimes
denunciados têm a ver com pancadaria, violência doméstica, consumos de
estupefacientes e de álcool, gritos e porrada. E quando há mortes e
alguns homicídios à mistura entre a populança, que parece que se enerva
com alguma facilidade.
Perante a atribuição dos prémios
turísticos que Portugal e neste caso particular da Madeira receberam, é
na segurança que se joga o futuro do país e da nossa ilha, ou melhor, o
futuro do Turismo. Ou seja, somos seguros para os turistas! Talvez não
sejamos é suficientemente educados, mas isso é outra história.
Bom,
esta herança securitária, não é propriamente pêra-doce nas Forças e
Serviços de Segurança em Portugal e porquê? Veja-se por exemplo o que
aconteceu bem recentememte, em Coimbra, junto a uma bomba de gasolina,
onde o carro patrulha da GNR durante uma operação de fiscalização, dois
militares foram atingidos com disparos de arma de fogo, resultando
ferimentos e o internamento de um dos militares.
Esta situação
que poderia ter resultado numa tragédia, não me deixou, infelizmente
surpreendido mas apreensivo. Trouxe-me à memória outros casos, não
muitos antigos, envolvendo profissionais da PSP em Lisboa que são
constantemente recebidos em alguns bairros sociais com disparos de armas
automáticas e de caçadeiras, já para não falar de outro misterioso caso
do Felisberto Silva, foi um agente da PSP que foi morto em serviço no
bairro da Cova da Moura, bairro onde havia nascido e crescido, que
marcou profundamente a comunidade policial.
Parece-me que é claro
para todo(a)s, que estes episódios policiais que resultaram ferimentos
graves nos profissionais das forças de segurança, sem dúvida, não
tiveram, nem têm qualquer impacto social, ao contrário dos incidentes
verificados no bairro social da Jamaica no Seixal, porque afinal de
contas tratam-se apenas de meros polícias.
O que não é claro e se
calhar, poucos sabem, é a posição das instituições oficiais e de alguns
partidos políticos, e receio muito que os seus responsáveis, incluindo
políticos influentes na nossa praça, queiram chutar para a frente e que o
plano nestes tipo de casos, seja o usual e português, empurrar com a
barriga. Ou seja, face a estes ataques brutais aos profissionais de
polícia, tende-se a querer mostrar uma polícia coesa e decidida a ser
mais “segura”, o que efetivamente é irreal e ilusório. E com isto, como é
evidente aplica-se a todas as polícias em Portugal.
Agora
questiono, nestas situações e perante esta brutalidade pública e severa
contra os polícias, onde estão os nobres defensores dos Direitos Humanos
e das instituições públicas e privadas, que chegam tarde e ainda
defendem justamente aqueles que causam terror na sociedade. Parece-me
que a situação piora um pouco quando se vê, infelizmente, certos
deputados da assembleia da República, só com ideologias cegas e
partidárias, não vamos a lado nenhum! Chega de tabus! Chega de criticar e
perseguir os polícias.
* Coordenador Regional da ASPP/PSP
IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS DA MADEIRA"
02/07/19
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