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HOJE NO
"OBSERVADOR"
Santos Silva contra ambiguidade quanto
a regimes autoritários, três dias
depois de receber Xi Jinping
Três dias depois de receber Xi Jinping, MNE diz que socialistas não podem "ser ambíguos" na hora de combater regimes autoritários, sejam eles de esquerda ou de direita, asiáticos ou sul-americanos.
Augusto Santos Silva fez uma catarse política no Congresso dos
Socialistas Europeus: façam o que eu digo, não façam o que eu fiz na
terça-feira. Há três dias, o governo português recebeu de foram
entusiástica o presidente de um regime autoritário, a China, mas esta
sexta-feira disse que os socialistas europeus têm de lutar “contra
qualquer forma de regime autoritário. Não podemos ser ambíguos seja esse regime de esquerda ou de direita, seja asiático, europeu ou sul-americano“. E repetiu: “Não podemos ser ambíguos”.
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Ao
ministro dos Negócios Estrangeiros coube apenas uma breve intervenção
com as conclusões do painel que discutia a forma como uma aliança
progressista podia defender e afirmar os valores sociais-democratas no
mundo. A favor de Santos Silva está o facto de estar a fazer uma espécie
de conclusão. Ainda assim, se ideologicamente os socialistas são contra
ambiguidade, na realpolitik o governo socialista recebeu com pompa a China.
Mais do que definir o que é ser socialista e social-democrata, Santos
Silva deixou claro aquilo que os socialistas têm sempre de combater: “Não
podemos ser ambíguos na hora de lutar contra o autoritarismo, contra a
ortodoxia neoliberal, e também não é legítimo, tendo em conta os nossos
valores sociais-democratas, que as nossas posições sejam ambíguas na
hora de combater a xenofobia, o discurso anti-imigração e o populismo.”
O
presidente da China visitou Portugal nos dias 4 e 5 de dezembro.
Augusto Santos Silva disse, ainda antes da visita oficial, que o momento
seria “o assinalar da excelência das relações políticas e diplomáticas
entre os nossos países, assim como do desenvolvimento da relação
económica entre Portugal e a China.”
Numa entrevista ao semanário Sol dias
antes da visita, Santos Silva também explicava que Portugal e China são
países “amigos, mas não aliados”, mas destacava o bom momento que os
países atravessam e como Pequim foi importante para a maior vitória
diplomática portuguesa dos últimos anos: a escolha de António Guterres
como secretário-geral das Nações Unidas.
* De ambiguidade em ambiguidade o sr. ministro lá vai ambiguidando.
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