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EM NOVEMBRO NO
"MOTOR24"
"MOTOR24"
Truques indispensáveis
para conduzir no inverno
Chuva, nevoeiro e até gelo e neve vão passar a oferecer
permanentes perigos e ameaças a quem anda na estrada. Certamente julga
que é um condutor experiente e que está perfeitamente apto a enfrentar o
inverno na estrada, mas será que é mesmo assim?
Uma coisa é certa, ao volante o excesso de
confiança pode matar e em estrada molhada ou congestionada, o excesso de
confiança mata muito mais.
Aqui ficam sete dicas úteis e práticas, sem paternalismos, que no Motor24 não somos instrutores de condução.
Aqui ficam sete dicas úteis e práticas, sem paternalismos, que no Motor24 não somos instrutores de condução.
Siga-as se quiser, se não quiser não as siga, mas depois não se queixe.
1 – Pneus carecas são a morte do artista – o teste da moeda
Você pode ter o melhor carro do mundo, cheio de eletrónica e sistemas de
segurança ativa e passiva, você até pode ter um seguríssimo Volvo, mas
não há crash-test que lhe valha se não tiver os pneus em condições. Toda
a poderosa tecnologia automóvel assenta sobre quatro rodelas de
borracha, que são hoje também produtos de alta tecnologia.
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Para verificar se os pneus do seu carro não o vão meter em números de
patinagem artísitica verifique os sulcos do pneu. Os sulcos são as
linhas mais centrais da roda. Uma das funções dos sulcos é, em dias de
chuva, expelir a água por debaixo dos pneus, garantindo mais
estabilidade na hora da travagem e evitando a tristemente famosa
aquaplanagem. Use uma moeda de um euro para meter nesse sulco, se a
dobra dourada da moeda desaparecer é porque o pneu ainda está bom, se
vir o dourado da moeda, o melhor é ir trocar de pneus.
Gasta em borracha, mas pode poupar em chapa e ossos.
2 – Uma batata para desembaciar
O vidro do seu carro passa a vida a embaciar e você passa a vida a
esfregá-lo com a mão (péssima e gordurosa ideia, sobretudo se acabou de
vir do McDonalds) ou com a manga do casaco? Liga a chauffage (quem ainda
tem disso no carro) ou o ar-condicionado no máximo, assa ali um bocado e
lá desembacia durante 9 segundos o vidro do seu carro.
Pois bem, uma simples batata resolve-lhe o problema. Corte uma batata em
duas metades, esfregue bem os vidros por fora e por dentro, que o amido
do simpático e versátil tubérculo irá absorver a humidade e
permitir-lhe ver a estrada como se estivesse num aquário cristalino.
Isto se as escovas do limpa pára-brisas não datarem do tempo das
invasões napoleónicas, porque nesse caso não há batata que lhe valha. Se
não confiar em mezinhas (usadas por pilotos de ralis, por exemplo),
coloque o ar-condicionado no automático que com sorte ele regula o
desembaciamento do vidro.
3 – Kit de emergência de inverno
Não é tradicional estojo de primeiros-socorros (que aliás deve andar
sempre no seu carro), mas um conjunto de “ferramentas” que deve levar
para viagens longas onde o inverno seja rigoroso. A começar por umas
correntes para os pneus, que deve usar apenas em condições extremas de
aderência – piso gelado ou neve. Deve também considerar investir numa
espátula de borracha para tirar as camadas de gelo do pára-brisas (nunca
usar água quente, que o vidro pode estalar) e um pequeno martelo para
ter no porta-luvas, caso precise de partir o vidro a partir do interior
do carro.
Depois deve levar um kit de sobrevivência para o caso do seu carro
avariar no alto da Serra da Estrela numa noite de inverno. Uma manta,
casacos, luvas e gorros., agua e barritas energéticas, uma lanterna, um
jerrican e um carregador de isqueiro para o seu telemóvel,são adereços
elementares para ter no porta-bagagens do seu carro. Finalmente
lembre-se de andar com o depósito cheio, porque nem sempre há uma área
de serviço no meio de uma serra perdida.
4 – Ver é o melhor remédio
A visão é o sentido mais importante para a condução (isso e o tacto para
lidar com os outros condutores). Cerca de 80 por cento da informação
relevante para a condução passa pela visão. Por isso, deve primeiro
tratar da sua e consultar um oftalmogista e depois da “visão” do seu
carro. Verifique as escovas dos limpa pára-brisas, os faróis e
utilize-os corretamente. No inverno os faróis do seu carro não servem
apenas para ver a estrada, servem para os outros o verem a si. Circule
sempre de médios acesos e tenha cuidado na utilização dos máximos que
podem encandear o condutor que circula na faixa contrária e provocar um
choque frontal com o seu carro. Os faróis de nevoeiro, como o próprio
nome indica, devem apenas ser usados em condições de nevoeiro, porque
caso contrário atrapalham mais do que ajudam. Se o nevoeiro estiver
cerrado deve orientar-se pelas linhas da faixa exterior e tentar
manter-se atrás de um outro condutor, a uma distância segura que não o
perturbe a ele, nem a si. Com chuva forte ou uma tromba de água o melhor
mesmo é encostar num local seguro até que o dilúvio passe, porque
quando se vai ao volante e não se vê nada é como se nos sentássemos numa
mesa de roleta russa do filme “O Caçador”.
5 – Sabia que você não é o Ayrton Senna ?
Muitos condutores estão perfeitamente convencidos de que são uns ases do
volante e não temem a “pista molhada”. Ora o único homem que conseguia
guiar à chuva tão depressa como quem guia em piso seco era Ayrton Senna.
Como você não deve ser o Ayrton Senna o melhor é cumprir aquele velho
chavão da prevenção rodoviária – “adapte a condução às condições de
circulação”. Quer isto dizer que deve reduzir substancialmente a
velocidade a que circula, triplicar a distância a que normalmente
circula do carro da frente e fazer todas as manobras com suavidade. Nada
de acelerações, travagens ou mudanças de direção bruscas, especialmente
em piso molhado ou com o traiçoeiro gelo. Uma coisa que deve fazer
sempre é tentar antecipar ocorrências na estrada e anunciar aos outros o
que pretende fazer. Não se trata apenas de fazer o pisca, é mais do que
isso, é ir mostrando que pretende mudar de faixa ou sair num desvio.
Isso alerta os outros condutores, permitindo-lhes “ler” o seu
comportamento na estrada e antecipar decisões e reações.
6 – O seguro morreu de velho e o distraído morreu tão novo
A esperança de vida dos norte-americanos está a baixar e uma das razões
são os acidentes rodoviários. As distrações ao volante são fatais. O
fenómeno do “texting” e de tirar fotos ou fazer vídeos com os
smartphones enquanto se guia, ocupam hoje o topo das causas de acidentes
nos EUA e provavelmente nos países ocidentais. Conduzir é um ato de
concentração, conduzir no inverno deve ser quase um exercício zen de
absoluta concentração .O melhor conselho que temos para lhe dar é –
desligue ou coloque o telemóvel no silêncio – mais vale adiar ou perder
uma chamada do que receber uma chamada para a morte. Quando estiver ao
volante, meta na cabeça que não está sozinho na estrada e a sua
principal responsabilidade é estar atento aos outros. Moderar a
velocidade e estar permanentemente a ler a “estrada” é mais importante
do que atender aquele telefonema para cuscar sobre o jantar de natal da
sua empresa, caso queira ir ao do ano que vem.
7 – Nem muito depressa, nem muito devagar
Se você é daqueles aceleras que gosta de ir a abrir na auto-estrada,
colado ao carro da frente, a fazer sinais de luzes a um quilómetro de
distância para lhe estenderem a “passadeira” o único conselho que temos
para lhe dar é que consulte um especialista em imbecilidade.
Por mais domínio que ache que tem da máquina, as estradas não são uma
pista de corridas. Pode ir a um track day num autódromo para ser
provavelmente humilhado, porque os pilotos e os condutores rápidos e
seguros não fazem essas cenas tristes na estrada.
Por outro lado, se você é o vagaroso que circula a velocidades homólogas
às de uma carroça numa via rápida, saiba que há alternativas mais
seguras para viajar – comboios, camionetas ou táxis. Porque além de
estar a infringir o código da estrada, é uma ameaça para si e para os
outros. A velocidade na estrada é uma questão de bom senso. Cumprir os
limites de velocidade ajuda, mas saber que com chuva e trânsito intenso a
condução deve ser absolutamente cautelosa é a melhor forma de não
engrossar os tristes números da sinistralidade rodoviária.
Boas viagens, e já sabe, mais vale perder um minuto na vida do que a vida num minuto.
* Cautela que a estrada é um grande cemitério.
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